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Brasileira de 19 anos transmite suicídio ao vivo pelo Facebook

Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas foi encaminhado para endereço antigo da estudante. Suicídio entre jovens cresce no Brasil.

Por Da Redação
27 jul 2017, 13h03
 (blyjak/ThinkStock)
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O suicídio de jovens é um problema de saúde nacional. São 5,6 mortes a cada 100 mil jovens (20% acima da média nacional), de acordo com a pesquisa Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil. Na tarde de quarta-feira (26), a estudante Bruna Andressa Borges, 19 anos, entrou para as estatísticas de uma forma ainda mais brutal: ela transmitiu o seu suicídio pelo Facebook.

O ato aconteceu em Rio Branco, no Acre, e 286 seguidores da jovem acompanharam tudo em tempo real, segundo o G1. Ela cursava o 3º período de ciências sociais na Universidade Federal do Acre (UFAC).

Bruna publicou mensagens em seu perfil dando indícios de que cometeria suicídio. “Já fui abandonada e julgada pela pessoa que achei que seria minha melhor amiga, a pessoa que amei me humilhou e riu da minha cara, me chamou de ridícula. Talvez eu seja, mas não pretendo continuar perguntando para saber”, escreveu antes de se enforcar. A mensagem “Vocês já viram alguém morrer ao vivo?” também foi compartilhada.

Amigos acionaram o Corpo de Bombeiros, mas eles não chegaram a tempo.  “A princípio, os amigos ligaram para que nós pudéssemos contê-la, mas passaram o endereço errado, que era onde ela morava antes de ter se mudado para a vila militar. E nesse local, ninguém sabia informar onde ela estava morando agora. Infelizmente, não chegamos a tempo de conter devido a esse desencontro”, explica o major do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão, ao portal.

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estudante-suicidio
(Reprodução/Facebook)

FORMAS DE PREVENÇÃO

De acordo com a OMS, é possível prevenir 90% dos casos se houver condições de oferecer ajuda. E, diferentemente do que apregoa o senso comum, discutir o problema é uma boa estratégia para combatê-lo.

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O medo do chamado efeito Werther, referência ao livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe, publicado em 1774, costuma empurrar o assunto para debaixo do tapete. No enredo, o personagem dá fim à própria vida após uma desilusão. A novela teria originado um surto de suicídios de jovens em diversos locais da Europa.

Mas a ideia de que falar sobre pessoas que se mataram pode induzir a fazer o mesmo não tem fundamento, segundo  o psiquiatra Neury José Botega, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp): “Questionar, de modo sensato e franco, ideias de suicídio fortalece o vínculo com uma pessoa, que se sente acolhida e respeitada por alguém que se interessa por seu sofrimento”.

ATENÇÃO AOS SINAIS

Saiba como identificar características de um jovem com tendências suicidas

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  • Alterações significativas na personalidade ou nos hábitos;
  • comportamento ansioso, agitado ou deprimido;
  • queda no rendimento escolar;
  • afastamento da família e de amigos;
  • perda de interesse por atividades de que gostava;
  • descuido com a aparência;
  • perda ou ganho repentinos de peso;
  • mudança no padrão usual de sono;
  • comentários autodepreciativos recorrentes ou negativos e desesperançosos em relação ao futuro;
  • disforia (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva);
  • comentários sobre morte, sobre pessoas que morreram e interesse pelo assunto;
  • doação de pertences que valorizava;
  • expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida.
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