As mulheres negras da Nasa que mudaram o rumo da corrida espacial
'Estrelas Além do Tempo' estreia na quinta-feira (02) e revela a história das mulheres que enfrentaram o apartheid para mudar a história mundial
Em fevereiro de 1962, o astronauta John Glenn (que morreu no em dezembro do ano passado) marcou seu nome na história da exploração espacial ao tornar-se o primeiro americano a orbitar a Terra. O que nunca havia sido revelado, porém, é que por trás do feito estavam mulheres apelidadas de “computadores humanos”.
Além do estigma de gênero, as responsáveis pela organização da operação encararam outro preconceito: eram negras em época de segregação racial acirrada nos Estados Unidos. No dia 2 de fevereiro, Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, funcionárias exemplares da agência espacial americana, têm suas trajetórias contadas em Estrelas Além do Tempo, filme de Theodore Melfi.
Para interpretá-las, foi recrutado um elenco de peso, que inclui Octavia Spencer, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por Histórias Cruzadas (2012); Taraji P. Henson, da série Empire, e a cantora Janelle Monáe.
Spencer vive Dorothy Vaughan, primeira supervisora negra da Nasa, que aprendeu sozinha a mexer no imenso computador da agência, e concorre ao Oscar 2017 na categoria Melhor Atriz Coadjuvante.
Henson é a tímida Katherine Johnson, gênio da matemática que obteve o diploma universitário aos 18 anos e foi chamada pessoalmente por Glenn para checar se a nave estava em ordem – ela encontrou problemas que puderam ser corrigidos antes da decolagem.
Por fim, Monáe faz Mary Jackson, a primeira engenheira negra da Nasa, formada em uma escola para brancos com a autorização de um juiz.
Na época, as três andavam 40 minutos para chegar ao banheiro destinado a elas na empresa. “O inspirador é ver que essas mulheres enfrentaram obstáculos porque queriam mudar a história do mundo e conseguiram”, afirma Monáe.
Estrelas Além do Tempo também concorre ao Oscar 2017 nas categorias Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado