Annie Leibovitz quer retratar cada vez mais mulheres empoderadas
A fotógrafa está retomando e ampliando um trabalho iniciado em 1999 para chamar a atenção para as mulheres feministas que estão quebrando barreiras no mundo todo. Conheça a mostra "Mulheres: novos retratos".
John Lennon sem roupas abraçando Yoko Ono, Whoopi Goldberg mergulhada em uma banheira de leite, Demi Moore mostrando o corpo aos 7 meses de gravidez, Leonardo DiCaprio com um ganso enrolado no pescoço, Angelina Jolie com uma bolsa Louis Vuitton em um barquinho de madeira no Camboja… Desde 1970, Annie Leibovitz, 66 anos, construiu sua carreira com fotos impressionantemente belas de celebridades em momentos diferentes, com certo ar de vulnerabilidade. Suas imagens ganharam destaque em páginas e capas de revistas como Rolling Stone e Vanity Fair, rodando o mundo e marcando época. Atingiu tanto prestígio que foi a primeira profissional dos Estados Unidos a fazer um retrato oficial da Rainha Elizabeth II.
Agora, ela está viajando para divulgar seu mais novo trabalho. Depois de passar por Nova York, Tóquio, São Francisco, Cingapura e Hong Kong, a fotógrafa está na Cidade do México para acompanhar a série Mulheres: novos retratos. A mostra exibe fotos de mulheres empoderadas que estão derrubando barreiras, como a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, a americana e chefe de operações do Facebook Sheryl Sandberg, a cantora inglesa Adele e a ex-atleta americana e transexual Caitlyn Jenner.
“Estou muito agradecida de ser uma fotógrafa, mas hoje não me vejo mais como uma. Sou uma artista conceitual que usa a fotografia” disse durante uma apresentação à imprensa. A série atual retoma um trabalho de 1999, feito em parceria com a escritora e crítica de arte Susan Sontag – com quem se relacionou por 15 anos –, em que retratou tanto famosas quanto anônimas, incluindo vítimas de violência domésticas e prostitutas.
Segundo o jornal espanhol El País, a mostra Mexicana tem um espaço em branco com nomes – escritos à mão por Leibovitz –que ela ainda gostaria de clicar, como a chanceler alemã Angela Merkel e as tenistas americanas Serena e Venus Williams. “Esta exposição é uma instalação, uma mostra itinerante e uma obra em processo”, disse Annie durante a apresentação. “Tinha minhas dúvidas, me preocupava com um tema tão grande e tão vasto como as mulheres fosse grande demais, como sair e fotografar o oceano. Mas a ideia era refletir como as mulheres são vistas agora, quais papeis têm. É importante ver quem somos e quão diversas somos”.