Alunas da UFMG denunciam casos de assédio na universidade
Formulário anônimo permite que vítima conte o acontecido sem se identificar
Um coletivo de mulheres criou um formulário online para receber as denúncias de casos de assédio dentro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Ele será usado anonimamente (a não ser que se deseje identificar) para uma exposição dos absurdos pelos quais passamos na faculdade”, diz publicação feita em rede social.
Em uma semana, dezenas de queixas foram recebidas e a direção da Faculdade de Medicina tomou conhecimento da situação.
Nas mensagens, alunas relatam dos casos de assédio até estupros.
“Eu tinha voltado da festa e estava no alojamento, e ele (aluno da FM-UFMG) chegou bêbado. […] Ele me agarrou a força e logo me levou pra um lugar escuro do alojamento, onde abaixou a calça e começou a mandar eu fazer algumas coisas. Eu consegui enrolar e acabei saindo de lá correndo, desesperada”, diz um dos relatos.
“O meu preceptor da residência de psiquiatria, casado, professor da Ufmg, vive fazendo elogios sobre minha aparência física, me convida para congressos em sua companhia, jantares de laboratórios, me faz propostas para cursar pós-graduação com ele e até para viagens internacionais já me chamou”, conta outro depoimento.
A diretoria da Faculdade de Medicina tomou ciência das denúncias de assédio repercutidas na página. “Foi decidido que serão convidados para uma reunião representante do Coletivo e representantes dos diretórios acadêmicos dos três cursos de graduação (Medicina, Fonoaudiologia e Superior de Tecnologia em Radiologia), para tratar da questão, pois a Faculdade precisa ouvi-los para que possamos auxiliá-los. Haja vista que os comentários ainda não se tornaram denúncias formais na Escuta Acadêmica”, garantiram, em nota à imprensa.
O Campus Saúde não se posicionou sobre as denúncias até o fechamento desta matéria.