À espera de transplante, mãe comove ao preparar sua filha para o pior
Há mais de um ano na fila por um fígado, Erika Zak diz a Loie: "Mamãe não consegue esperar por muito mais tempo"
Erika Zak foi diagnosticada com câncer colorretal há cinco anos e hoje não sofre mais com a doença. No entanto, a cirurgia realizada para remover dois tumores prejudicou gravemente seu fígado e ela aguarda há mais de um ano por um transplante.
A família de Erika se mudou para Cleveland para ficar mais próxima da clínica onde ela faria o procedimento que salvaria sua vida. A expectativa era ficar alguns poucos meses no local, mas a espera e a burocracia para conseguir o órgão a impede de voltar a Portland, cidade onde morava anteriormente.
Veja o que está bombando nas redes sociais
À sua filha de cinco anos, Loie, Erika já avisa que suas esperanças estão diminuindo. “A mamãe não consegue fazer isso por muito mais tempo”, diz. Se ela não conseguir um fígado novo logo, morrerá em pouco tempo.
A história desta família foi narrada pela primeira vez pela CNN americana, em maio de 2018. Sua luta começou após a sua assistência médica, a UnitedHealthcare, afirmar que não cobriria o transplante. Depois de Erika escrever diretamente ao CEO da empresa e ter contado o ocorrido ao jornal, a seguradora aceitou cobrir o procedimento. E, assim, a família mudou-se para Cleveland.
No dia 11 deste mês, Erika usou as redes sociais para afirmar que ainda estava esperando pelo transplante. “O tempo está se esgotando”, escreveu no Twitter. Em novo contato com a CNN, ela afirmou que, com os dias contados, considera importante “alertar as pessoas do quão horrível é a minha situação.”
Erika passa a maior parte do tempo em sua cama. Nos últimos cinco anos, ela sobreviveu a 70 sessões de quimioterapia, vários procedimentos e uma cirurgia de ablação por micro-ondas que formou “um buraco” em seu fígado, a deixando com fortes dores em todo seu corpo, além de eventualmente vomitar sangue e ter a pele descamada. “Falha no fígado é a pior coisa que existe”, disse ela. “Ver seu corpo evaporar é ainda pior.”
Apesar de tudo isso, a mãe não está preparada para morrer. “Há muito que eu quero fazer. Há muito o que eu quero ver; muita vida que eu quero viver”, declara.
A longa espera pelo transplante
Em 2018, mais de 13 500 norte-americanos estavam na lista de espera por um fígado, de acordo com a UNOS (United Network for Organ Sharing), grupo que administra o sistema de transplante de órgãos no país.
Além disso, há uma espécie de ranqueamento para priorizar quem deve ser submetido ao transplante. A quantidade máxima de pontos é 30. Erika já teve essa pontuação, mas uma mudança na política de contagem diminuiu o número para 23.
À CNN, a empresa explicou que a mudança “foi feita para tornar o processo de pontuação mais justo nos Estados Unidos e ajudar o maior número possível de pessoas”. Mas, na opinião da família de Erika, não há nada de justo na decisão da UNOS.
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“Eles estavam tentando fazer a coisa certa. Mas não consideraram pessoas como minha irmã”, diz Jenna Zak, a irmã gêmea de Erika, em seu Instagram. “Nós não achamos que eles são pessoas más, mas eles não estão fazendo a coisa certa aqui. Eles não estão salvando a minha irmã”, completa.
“Nós apenas desejamos que a opinião dos seus médicos, em uma situação como essa, fosse mais importante”, declara o marido Scott Powers.
Enquanto o tempo passa, Erika se prepara para voltar a Portland. “Não há muito mais a fazer, exceto esperar, o que eu não posso fazer muito mais”, diz. Apesar disso, ela ainda mantém alguma esperança de que sua história terá um final feliz.
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