55 mulheres escreveram relatos diretos de violência na redação do ENEM
"A redação foi um grande momento de reflexão não só para os participantes, mas para toda sociedade”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante
Realizada em 25 de outubro de 2015, a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) teve como tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira“. Nessa ocasião, 7,7 milhões de jovens refletiram e escreveram sobre um assunto de extrema urgência em nosso país.
A prova disso que a Central de Atendimento à Mulher – o ligue 180 – recebeu, nos seis primeiros meses de 2015, mais de 360 mil ligações. Em média, foram 84 ligações por hora de mulheres relatando algum tipo de violência ou pedindo ajuda – para si ou para uma conhecida. E ainda existem os milhares de casos que, por medo, não foram denunciados ou reportados.
Não é de se surpreender, portanto, o teor de 55 relatos objetivos de violência descritos no campo de redação do exame. “Nós verificamos em muitas redações depoimentos muito preocupantes de pessoas que foram assediadas, estupradas ou testemunhas de casos de violência. Em muitos destes casos a violência está muito próxima. A redação foi um grande momento de reflexão não só para os participantes, mas para toda sociedade”, disse o ministro da educação, Aloizio Mercadante.
O Ministério da Educação foi, então, orientado pelo Ministério Público Federal a divulgar os canais institucionais de proteção à mulher: a já mencionada Central de Atendimento à Mulher, ligue 180; Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, na página da Secretaria de Políticas para as Mulheres; Sala de Atendimento ao cidadão do Ministério Público Federal, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, pela página na internet ou pelo telefone (61) 3105-6001.