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5 atitudes na hora de pedir desculpas

A simples iniciativa de erguer bandeira branca pode desfazer qualquer mal-entendido. Aqui, especialistas revelam como aumentar ainda mais suas chances de ser perdoada depois de pedir desculpas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 27 out 2016, 23h40 - Publicado em 12 set 2013, 22h00
Michell Lott
Michell Lott (/)
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Ainda que o perdão demore a vir ou nunca venha, o simples ato de batalhar por ele já traz benefícios
Foto: Getty Images

Por mais cuidadosa que uma pessoa seja, é improvável que consiga passar a vida inteira sem cometer erros que frustrem amigos, colegas de trabalho, familiares, o parceiro. Às vezes, basta uma palavra mal colocada ou uma pequena falta, como um atraso ou o esquecimento de uma data importante, para tudo azedar. Nessas horas, um pedido de desculpas é essencial para a manutenção da saúde da relação. “Ajuda a superar as diferenças de valores e expectativas, o que contribui para a boa convivência”, diz o jornalista Alexandre Werneck, autor do novo A Desculpa (Civilização Brasileira). No livro, fruto de sua pesquisa de doutorado em sociologia, ele mapeia as técnicas que usamos para legitimar ou contornar os deslizes que cometemos e revela os segredos para aumentar as chances de obter o perdão. “Para começar, se desculpar não é o mesmo que se justificar. É necessário ter arrependimento, e ele deve ser sincero para comover o outro”, ensina.

O terapeuta de família Moises Groisman, que lança no próximo mês A Arte de Perdoar (Núcleo-Pesquisas), acrescenta: “Se você pede desculpas só para colocar uma pedra sobre um assunto polêmico, o ato perde a força. É preciso ter consciência do erro e não esperar ser perdoado com facilidade”. Ainda que o perdão demore a vir ou nunca venha, o simples ato de batalhar por ele já traz benefícios, em especial paz de espírito. De qualquer modo, o psicólogo americano Fred Luskin, professor da Universidade de Stanford e autor de O Poder do Perdão (Francis), é otimista e acredita que a tendência é encontrar receptividade do outro lado. “Perdoar é uma característica inerente ao ser humano”, garante. A seguir, os três especialistas dão mais dicas para promover um armistício.

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1. RECONHEÇA O ERRO

Seja humilde e assuma a responsabilidade pelo que houve explicitando que tem conhecimento de que causou sofrimento. Para Werneck, pode ser valioso deixar claro que, de tão consciente da sua falta, você aceita receber uma repreensão formal. “Mas diga que a culpa e o peso na consciência já estão sendo um castigo”, completa. O que não vale é ficar na defensiva tentando se justificar, pois aí o tiro pode sair pela culatra. Como as pessoas não pensam do mesmo modo e valorizam coisas diferentes, uma boa desculpa para você pode ser algo ofensivo para o outro. “Nunca subestime os sentimentos de alguém”, alerta Groisman. No pedido de desculpas em si, ressalte suas boas intenções para o futuro. “A melhor maneira de ser perdoado é mostrar uma real intenção de mudar”, afirma Luskin. Mas atenção: se prometer que daqui para a frente tudo será diferente, cumpra – daí a importância de se arrepender.

2. TRANSMITA BOAS INTENÇÕES

Passe a mensagem de que o ocorrido foi um fato isolado. Apresentando razões plausíveis, você provará que esse não é seu comportamento habitual ou um ato proposital decorrente de um descaso seu com a pessoa. No caso de atraso, fale dos imprevistos que a impediram de cumprir o horário. Mas não recicle aquelas justificativas que sempre usa em situações similares – ou sua fala parecerá repetitiva e perderá a credibilidade. Fuja também de motivos genéricos e desculpas prontas, como “o trânsito está cada vez pior” ou “a perfeição não existe”. Está na cara que não saiu do seu coração e não atingirá o de seu interlocutor.

3. MOSTRE QUE VOCÊ FAZ QUESTÃO

Demonstre que a retratação é um grande esforço da sua parte. Isso fortalecerá a ideia de que obter o perdão é realmente importante porque você valoriza aquela relação. Se não puder se desculpar no ato, não desista. “Há casos em que precisamos esperar a hora certa e, normalmente, isso depende de quem está magoado”, diz Luskin. Mas é quase certo que você terá de tomar a iniciativa de sondar o terreno. Não protele por vergonha do que fez ou medo de novo confronto. Dê um tempo e proponha conversar. Se o outro recusar o convite ou estiver evitando você, Luskin indica mandar uma carta ou um e-mail apresentando seus pontos e se desculpando. Se ele concordar no cara a cara, evite, na hora H, que o papo tome o rumo de uma discussão da relação: quando se perde o foco, fica mais difícil resolver qualquer impasse. Em casos graves, faça antes uma análise profunda de todo o contexto. “O ocorrido pode ser sinal de uma crise mais profunda daquela relação”, avisa Groisman.

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4. SEJA E PAREÇA SINCERA

Um discurso verdadeiro tende a ser mais convincente. Ao apresentar explicações reais – ainda que talvez elas precisem ser filtradas para que não produzam novos mal-entendidos -, torna-se mais fácil para o outro compreender o seu lado da história. Além disso, segundo Werneck, se seus motivos soarem sinceros, a pessoa verá logo que não houve intenção de magoar: “Entenderá que havia mais circunstâncias envolvidas do que apenas a sua vontade”. Entretanto, antes de tentar se redimir, reflita sobre o valor do que tem a dizer. Às vezes damos razões egoístas e chateamos ainda mais o outro. “Se a falha for muito grave, pode ser melhor deixar de lado as explicações, a não ser que a pessoa peça detalhes”, sugere Luskin. “Não é raro que a gente não queira saber pormenores de algo que nos chateou.”

5. ESCOLHA AS PALAVRAS

O sucesso do seu pedido de desculpas depende de seu talento para dizer a coisa certa. Werneck aconselha usar palavras que denotem comprometimento, pois elas terão mais força para tocar o outro. Por exemplo, ao falar “prometo” ou “garanto”, você exprime vontade de agir de forma diferente e cria uma boa expectativa no interlocutor. Segundo Werneck, é como se você assinasse um contrato para um novo futuro – e isso funciona. Gestos também influenciam. Segurar a mão da pessoa é uma forma de frisar seus sentimentos em relação a ela. Para Groisman, porém, essas abordagens mais solenes devem ser reservadas para as situações mais sérias. “Analise a gravidade do delito e tenha uma reação de acordo”, resume o terapeuta. Em casos leves e que, admita, até podem se repetir, evite supervalorizar o ocorrido e dê menos garantias.
 

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