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13 reasons why: você precisa assistir se tem filhos adolescentes

Série da Netflix mostra como o bullying acontece nas escolas e porque lidar com ele em uma época de insegurança e construção de identidade é difícil

Por Clara Novais Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 Maio 2018, 19h42 - Publicado em 7 abr 2017, 19h01
 (*/Divulgação)
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Faz quanto tempo que você deixou de ser adolescente? 15, 20, 30 anos? Mais? Provavelmente, pensar nessa época lhe provoca nostalgia. Você deve se lembrar de algumas histórias suas com sua turma da escola, sentir saudades de um ou outro acontecimento. Mas você se lembra dos seus sentimentos quando era adolescente?

A série 13 Reasons Why, da Netflix, vai te ajudar a se reconectar com as angústias dessa época – o que pode ajudar bastante dentro de casa caso você tenha filhos adolescentes.

Adolescência

Essa fase da vida não é fácil. As mudanças físicas aceleradas afetam a autoestima. O processo de adaptação às novas obrigações e expectativas – uma vez que o indivíduo deixa de ser crianças – também é complicado. Além disso, nessa época, muitas vezes os amigos de infância seguem destinos diferentes. Seja por uma mudança de escola ou por passarem a se interessar por assuntos completamente distintos. Por isso, muitos adolescentes se sentem sozinhos e tentam buscar outras turmas. Mas se sentir pertencente a um grupo não é tão fácil quanto na infância.

Isso é apenas um pequeno resumo de algumas aflições que acometem as pessoas que estão na faixa dos 13 a 18 anos. É normal se esquecer disso tudo depois de ter superado essa etapa da vida. Tão comum que diversos pais não conseguem se conectar aos filhos que estão passando pela adolescência. Falta empatia com esse universo, então as conversas se tornam superficiais: o adolescente não se sente confortável em se abrir com os pais. Consequentemente, os pais costumam ter pouca ciência de como é o dia a dia dos filhos.

13 reasons why
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13 Reasons Why

Lançada na Netflix no dia 31 de março, a série conta a história de Hannah, uma garota de 17 anos que tentou de tudo para se encaixar na nova escola. Ela é simpática, conversada e se abre para qualquer colega que demonstre interesse em ser seu amigo. Isso não é o suficiente. Depois de uma série de acontecimentos provocados por boatos sobre ela criados por outros alunos, Hanna não aguenta a pressão e decide se suicidar.

É sobre isso a série: os 13 motivos que levaram a adolescente de 17 anos ao suicídio. Cada episódio relata uma razão e é Hannah quem narra todas elas. Antes de por fim a sua vida, ela deixou uma caixa com fitas cassete relatando detalhadamente cada motivação – e criou um esquema para que ela seja compartilhada por todas as 13 pessoas que criaram essas situações.

Ao longo da série, você vai perceber que não se trata de adolescentes perversos que tiveram a intenção de ferir Hannah. São pessoais normais, como você e seus filhos. Porém, como  quase todo adolescente, são pessoas que agem, na maior parte das vezes, por insegurança e por vontade de pertencer ao grupo. Falta-lhes a consciência de que suas ações tem consequências para a vida de outras pessoas.

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Devido à temática, a série tem sido considerada pesada. No entanto, seu sucesso tem trazido resultados positivos. Os canais do CVV (Centro de Valorização da Vida), serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio, recebeu o dobro de pedidos de socorro desde que 13 Reasons Why foi lançada há uma semana. Pelo menos 50 chamados (feitos de sexta a segunda-feira) citaram o programa, relata o UOLUm site criado pela Netflix e disponibilizado em um dos episódios passa os contatos do CVV.

Os adolescentes estão se reconhecendo na série e os que precisam de ajuda emocional descobriram como encontrar esse suporte. Agora é a vez de os pais dos adolescentes se envolverem com a narrativa de Hannah e de seus colegas. É a vez de os adultos se lembrarem como é ter 17 anos e, quem sabe assim, conseguir deixar o canal de conversa com os filhos mais aberto. 

Taxa de suicídio entre adolescentes cresce no Brasil

No Brasil, são 5,6 mortes por suicídio a cada 100 mil jovens de 15 a 29 anos, segundo pesquisa Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil. “Os suicídios vêm crescendo à sombra dos dois gigantes de nossa mortalidade violenta: os acidentes de trânsito e os homicídios. É preciso jogar luz sobre esses dados”, defende o sociólogo Julio Jacopo Waiselfiz na CLAUDIA de abril. Leia a matéria completa sobre esse assunto que precisa deixar de ser tabu na edição que se encontra nas bancas.

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Veja o trailer da série:

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