Alugadores de roupas, millennials afetam a moda
A ideia de possuir algo temporariamente para os millennials é, na verdade, conveniente e mais acessível.
Quando procuramos entender na WGSN quais serão as tendências de moda e comportamento para os próximos anos, acabamos, também, identificando novos grupos de consumo emergentes.
Em 2017, uma das principais tendências de consumo para ficarmos atentos é sobre os Millennials, conhecidos por priorizarem experiências a produtos, e que não se preocupam tanto com a posse de seus bens materiais – e estão sendo chamados de ‘os emprestadores’. São consumidores que não enxergam o aluguel como um problema, e estão levando esse conceito para a moda também.
Essa próxima geração de compradores preferem, na verdade, alugar. No Reino Unido, consumidores de 25 a 34 anos dizem que muitas vezes optam por pegar algo emprestado ao invés de comprar, na medida em que valorizam conveniência e preço.
São consumidores que não precisam, necessariamente, de produtos novos, e se sentem confortáveis com a ideia de não possuírem seus próprios produtos. Como Millennials, eles cresceram na era digital onde o intangível é um conceito familiar, além de investirem na Economia Compartilhada, usando serviços como Airbnb e Uber Pool, por exemplo. A ideia de possuir algo temporariamente para eles é, na verdade, conveniente e mais acessível.
Na moda, o conceito de aluguel é especialmente relevante para novos pais, já que produtos infantis possuem um ciclo de vida curto, na medida que crianças crescem rapidamente. A marca dinamarquesa Vigga funciona como um serviço de assinatura para pais que optam por vestirem seus filhos em peças recicladas. O conceito do Airbnb está, também, sendo levado para a moda, com serviços de aluguel de guarda-roupa crescendo rapidamente no exterior – é o exemplo do site Village Luxe, que hoje já possuí uma lista de espera com centenas de consumidores procurando alugarem roupas de pessoas de suas comunidades. Um dos casos mais famosos, o Rent the Runway, nasceu em 2009 e atualmente possui parceria com a varejista Neiman Marcus, usando os espaços físicos para alugarem suas peças.
Com o conceito de posse se tornando cada vez menos importantes para consumidores, varejistas precisam pensar em como atingir uma geração que está pronta para compartilhar, sempre se perguntando “por que comprar?” – principalmente em uma indústria tão efêmera quanto a da moda.