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Após o diagnóstico de câncer de mama, ela descobriu sua primeira gravidez

Depois de receber o diagnóstico de câncer de mama, Gabrielle Brandão foi surpreendida pela notícia da gravidez. Hoje, faz o tratamento

Por Adriana Marruffo
14 jun 2024, 10h00

A emoção de olhar para o teste de gravidez ao lado do parceiro; o inesquecível primeiro ultrassom; a satisfação de estar gerando uma nova vida. O sonho da maternidade é preenchido por diversas alegrias. Entretanto, para Gabrielle Brandão, a gravidez veio acompanhada também de outros sentimentos, causados por um diagnóstico: câncer de mama. 

No meio do roteiro corriqueiro de trabalho-exercício-diversão, a baiana percebeu, em outubro de 2023, um inchaço na mama direita. “De férias do trabalho, aproveitei para fazer os exames de rotina.

A ginecologista avaliou com um exame de toque, mas, diferentemente de casos mais comuns, meu nódulo é maleável, parece uma gelatina”, relata. Em seguida, a contadora foi direcionada a fazer um ultrassom das mamas e também um transvaginal. “Assim que a médica começou o ultrassom, ela fez aquela cara que você nunca quer ver. Inclusive, tentava desviar o olhar de mim.” 

Recebendo duas surpresas

A jovem ainda procurava se acalmar, lembrando que sua família não tinha histórico de câncer, quando foi encaminhada para uma mamografia. Esse segundo exame foi categórico. Seu resultado veio como BI-RADS 5 na tabela que classifica os tumores em cinco grupos de risco (4 e 5 indicam as categorias mais suspeitas de câncer). Quinze dias depois, ela recebia a confirmação do carcinoma invasivo. 

Em sua primeira consulta com o mastologista, o médico reforçou que ela não poderia engravidar durante o tratamento. “Não fiquei tão mal com isso, pois me prevenia da melhor forma possível, além de ter síndrome do ovário policístico”, relembra, sobre a condição que pode impactar a fertilidade. No entanto, enquanto esperava para fazer exames adicionais, mais uma surpresa veio à tona: em dezembro, ao fazer uma tomografia, descobriu que estava grávida.

 “Acreditei que era o mundo me dando um sinal de cura. Imagina, ele não me daria uma sentença tendo uma filha para cuidar”, diz com convicção. A emoção da gravidez invadiu o cenário doloroso do câncer

No dia seguinte, Gabrielle voltou ao mastologista para dar a notícia. Para sua tristeza, ele a aconselhou a realizar um aborto. “Ele pontuou que fiz diversos exames que eu não poderia ter feito enquanto gestante, então não sabíamos se tinha causado algum ‘estrago’, digamos assim. Mas eu estava convicta de que meu bebê ficaria bem”, coloca. Gabrielle já tinha tomado a decisão de seguir com a gestação. 

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Dando espaço à maternidade

Em pleno dia de Natal, ela acordou com sangue escorrendo pelas pernas e teve que correr ao pronto-socorro. Por sorte, foi só um susto, estava tudo bem com o bebê. Dois dias depois, confirmou-se que a gestação já estava  mais adiantada do que ela supunha, era o terceiro mês. E mais: ela teria uma menina, a Aurora. “Eu só sabia chorar de alegria.”

Em seguida, veio a correria para encontrar um oncologista — um que topasse atendê-la grávida. “Eu estava com 14 semanas de gravidez quando consegui a consulta, e ele me indicou para a quimioterapia, que pode ser feita após 12 semanas de gestação, mesmo com alguns riscos.” Relutante, ela aceitou, e começou o tratamento em janeiro deste ano. Em março, precisou abandonar o trabalho. 

Até o momento desta entrevista, Gabrielle já fez dez sessões de quimioterapia, que devem se encerrar antes de junho, mês previsto para receber a pequena Aurora. O parto será seguido pela cirurgia de retirada da mama e sessões de radioterapia, tudo pelo SUS. 

Ao longo do processo, sua maior dificuldade foi se aceitar após a queda de cabelo. “Eu estava lavando meu cabelo e ele começou a cair. Tudo que eu tinha para chorar, chorei aquele dia. Não consegui me reconhecer, não conseguia ficar sem brinco.” Foi apenas com as fotos do ensaio de gravidez que voltou a se enxergar com carinho. 

A baiana ainda conta que  a gravidez trouxe resiliência para lidar com os efeitos colaterais da quimioterapia, como a mucosite, que dificultava sua ingestão alimentar. “Por mais dor que eu sentisse, sabia que ela precisava de mim. Ela é minha alavanca.”

Hoje, Gabrielle espera ansiosa a chegada da filha. “A Aurora foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e veio no tempo certo. Sem ela, a barra seria bem maior. Jamais passou pela minha cabeça o pensamento de morte. Fiquei com medo, mas somos ela e eu contra o câncer.”

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