Vladimir Brichta: “Não é fácil fazer comédia”
Ator fala sobre a série Separação e comenta a dificuldade em fazer papéis cômicos

“Se eu conseguir fazer com que um casal
não se separe por causa do programa
será gratificante demais,” diz o ator
Foto: Fabrício Mota
O ator Vladimir Brichta está tornando-se expert em papéis cômicos. Não é de hoje que o mineiro, de 34 anos, coleciona personagens a serviço do riso. Agora não é diferente.
Em Separação, na pele do neurótico Agnaldo, o rapaz que vive às turras com a não menos histérica mulher, ele está arrancando gargalhadas do público. “Já teve gente me dizendo que, em casa, acontecem brigas como as que eles veem no seriado. É sinal de que as pessoas se identificam com o Agnaldo e a Karin (Débora Bloch)”, conta ele.
Dá para se divertir nas gravações?
Eu estou me divertindo muito e acho que os outros também. Mas não é fácil fazer comédia, principalmente, porque tem muita interrupção. Na televisão, a gente sente falta do público. No teatro, a resposta é imediata. Nas gravações, o diretor e a equipe técnica são nosso retorno. É o termômetro que a gente tem…
O que mais gosta no texto da série?
Admiro a ousadia que os autores, Fernanda Young e Alexandre Machado, têm para escrever um diálogo afiado, dinâmico.
Não teme comparações com a série Os Normais, escrita pela mesma dupla de autores de Separação?
Não, mas é natural que as façam, porque o diretor e os autores são os mesmos. E acho boa a comparação porque Os Normais foi um sucesso estrondoso, mas esperamos que as diferenças possam ser observadas. Não conversei sobre isso com os autores, só mesmo com o José Alvarenga Jr. (diretor). A semelhança com Os Normais é sutil por se tratar de um humor mais específico. A ideia é fazer com que qualquer casal possa se identificar. Já teve gente chegando pra mim e dizendo que se reconhece em Agnaldo e Karin.
E é gratificante?
Ah, sim. E se eu conseguir fazer com que um casal não se separe por causa do programa será gratificante demais (risos).
Já se identificou com alguma situação vivida pelo Agnaldo?
Devo ter tido um ataque de infantilidade em algum momento da minha vida. Mas, sinceramente, não me lembro (risos).
Como está sendo trabalhar com uma atriz do calibre de Débora Bloch?
Nossa! Sempre sonhei em trabalhar com a Débora. É uma delícia! Ela dispensa comentários. Existem atrizes com quem sempre quis contracenar, como Débora, Andréa Beltrão, Drica Moraes, Fernanda Torres, minha esposa (Adriana Esteves)… Todas muito talentosas. Sabia que um dia tiraria a sorte grande e tirei. Logo a primeira novela que fiz (Porto dos Milagres, 2001) foi com Julia Lemmertz, outra superatriz, que admiro demais.