Victor e Leo arrepiam o Brasil
Os dois artistas, que estão renovando a música sertaneja, falam de seu estrondoso sucesso, de estilo, fãs e muito mais...
A dupla de música sertaneja Victor e Leo
Foto: Rogério Pallata
Com milhões de discos vendidos em 16 anos de carreira e uma média de 20 shows por mês, a dupla mineira Victor e Leo domina o cenário sertanejo. Na internet, eles já são considerados um fenômeno. Os clipes de suas músicas disponíveis no YouTube tiveram 20 milhões de views e as cinco primeiras canções, baixadas no site de venda Terra Sonora, são da dupla.
E para turbinar ainda mais o tremendo sucesso, a canção Tem Que Ser Você, do CD Victor & Leo Ao Vivo em Uberlândia, faz parte da trilha sonora de A Favorita. É o tema de Maria do Céu, personagem de Deborah Secco. O resultado é platina dupla: o CD vendeu mais de 200 mil cópias e o DVD, mais de 100 mil. O segredo de tamanho êxito é um som sertanejo autoral, criativo e bem cuidado.
Os irmãos, nascidos em Ponte Nova (MG) e criados em Abre Campo, também em Minas, aprenderam a gostar de música ouvindo o regional sertanejo na radiola do avô, Tonico Chaves. Depois disso, muita água rolou e, nesta semana, os dois lançam o CD Borboletas e seguem em turnê por todo o País.
Além disso, eles têm um single em primeiro lugar nas paradas mexicanas e até o final do ano devem lançar um álbum em espanhol para toda a América Latina. É, os maninhos estão bombando mesmo, mas continuam os rapazes simples e descolados de sempre, como mostram nesta entrevista exclusiva.
Como vocês se sentem diante de tamanho sucesso?
Victor Fazemos o melhor que podemos para sermos úteis, tanto à música quanto às pessoas. Cremos que atitudes humildes, em que você reconhece seus erros para corrigi-los, levam a trabalhos e condições melhores de vida. O resultado é sempre positivo quando não se pensa no retorno, e sim em dar o melhor de si.
Que influências vocês tiveram e o que gostam de ouvir?
Leo Nossas influências são muitas. Ouvimos o que nos emociona e julgamos isso pela letra, melodia e arranjos de uma canção. Gostamos muito de trabalhos regionais como os de Almir Sater, Alceu Valença e Zé Ramalho e também de sons internacionais como os de Enya, Eric Clapton e Phil Collins.
E entre os sertanejos?
Leo As diversas fases da música sertaneja também sempre estiveram presentes para nós. Ouvimos Tião Carreiro & Pardinho, Sérgio Reis, Milionário & José Rico, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo. Assim fomos criando nosso estilo, mas sem imitar ninguém.
Que obstáculos enfrentaram até alcançar a fama?
Victor Os maiores obstáculos estavam em nós mesmos. Tivemos que superar nosso orgulho, vaidade e insegurança. A questão está em você fazer seu trabalho valer mais e trabalhar para que a oportunidade também o procure. Não há injustiçados quando o assunto é trabalho. Há aqueles que desistem porque acham os problemas grandes demais ou aqueles que vencem por continuar tentando, independentemente do tamanho dos desafios.
E claro que vocês estão nesta turma dos vencedores…
Victor É, chega um tempo em que você decide parar de correr atrás de fama e de sucesso, porque percebe que isso pode nunca chegar. Então, quando passa a fazer algo por amor, a fama e o sucesso chegam por acréscimo. Aliás, os valores de quem ama não consistem no sucesso, porque isso passa. Amor é para sempre.
Alguma fã já chegou a surpreendê-los com alguma atitude?
Leo Já aconteceram fatos inusitados, sim. Em um show, em Brasília (DF), uma fã escalou uma estrutura de mais de 15 metros de altura. Ela se deslocou perigosamente até o palco por cima de uma multidão de mais de 20 mil pessoas. Os bombeiros a retiraram de lá e, claro, depois dissemos a ela que isso não era só uma loucura, mas também um descaso para com a própria vida.
Victor, você já é considerado um grande compositor. Como encara isso?
Victor Nosso trabalho é praticamente, e naturalmente, autoral. Além disso, os arranjos de todas as canções são feitos por mim e pelo Leo. Então, mesmo aquelas músicas que não foram compostas por nós ganham a nossa cara como se fossem nossa. Meu toque ao violão também é muito próprio, sendo a base instrumental dos arranjos. Então, compor e arranjar são parte natural de nosso estilo. Digo nosso porque, em tudo que faço, inclusive compor, há uma participação fundamental e artística em aprovação, opinião e parceria do meu irmão, Leo.