Taís Araújo conquista o papel que sempre quis: interpretar uma Helena de Manoel Carlos
Taís será a primeira protagonista negra da trama das 9 e não cabe em si de alegria
Taís Araújo e o autor Manoel Carlos
Foto: Renato Rocha Miranda
Como de costume, o autor Manoel Carlos batiza sua protagonista de Helena. Mas, pela primeira vez, a personagem será vivida por uma atriz negra. Sorte de Taís Araújo, que sempre sonhou com o papel. Desejo que, admite, achava distante, difícil de realizar, uma vez que os atores negros costumam ser relegados ao segundo escalão. “Era um mercado mais fechado”, avalia a atriz, de 30 anos, que, com a Helena, de Viver a Vida, soma três protagonistas no currículo (as outras foram em Da Cor do Pecado, na Globo, e em Xica da Silva, na extinta TV Manchete). “Estar aqui já é um passo significativo”, explica Taís, que comemora também o fato de outra atriz negra assumir o mesmo posto que ela. “Serão duas, eu e a Camila Pitanga, que será estrela de Cama de Gato, a próxima novela das 6 da Globo.”
Como é encarar a primeira Helena negra da carreira de Manoel Carlos?
Delicioso! Tem sido muito bom. Estamos fazendo cenas bem felizes. Jayme (Monjardim, diretor-geral) é superdelicado, todos os diretores megacuidadosos, é uma história de amor linda e cheia de conflitos. Os primeiros meses de gravação foram bem especiais.
Você conversou com Christiane Torloni (que foi a Helena, de Mulheres Apaixonadas) sobre a personagem de Manoel Carlos. O que ela falou sobre o papel?
A gente fez um especial Helena para o Superbonita (programa que Taís apresentava no GNT) e entrevistei a Christiane. Ela diz que Helena é um personagem mítico mesmo, um clássico do Maneco, da TV… Mas falamos mais do trabalho, porque, para a gente, o que pega são as horas de trabalho, os 200 capítulos. Uma coisa que ela falou foi que o Maneco acompanha a gente, o nosso crescimento e, quando acha que a atriz está pronta, dá a personagem de presente.
O que você sentiu quando foi convidada?
Fiquei tão louca, porque as circunstâncias foram especiais. Eu estava no Brasil, quando não era para estar (ela estava morando em Paris). Vim para passar apenas dois dias, fazer uma campanha… Ninguém sabia que eu estaria aqui. Cheguei às 4h30 da manhã e, às 4 da tarde, Maneco me ligou… Ele falou assim: “Você está aí, nessa cidade feia, nesse frio…” E eu: “Não, estou no Rio”.