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“Queria encher a casa de crianças”, diz Ana Hickmann sobre ter mais filhos

Uma coleção de roupas assinada por ela, uma rede de franquias com seu nome, 15 licenciamentos, um programa de televisão diário e, no meio de tudo isso, uma vontadezinha de encher a casa de filhos. Ufa! Com ANA HICKMANN é assim: enquanto muita gente sonha, ela concretiza.

Por Álvaro Leme (colaborador)
Atualizado em 21 jan 2020, 05h34 - Publicado em 2 set 2016, 12h55
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Não se recrimine se, ao final deste texto, você sentir uma invejinha da Ana Hickmann. É compreensível. Afinal, a apresentadora, de 35 anos, é daquelas dotadas da capacidade de pôr de pé um projeto atrás do outro, coisa que para muitos de nós, mortais, fica só no mundo das ideias. Como definir a potência de uma mulher que, uma semana após sofrer um ataque e ficar sob a mira de uma arma, estava firme no batente, no Hoje em Dia, seu programa diário na TV Record?

A mesma mulher que, dois meses mais tarde, caminhava entre os convidados que recebeu para lançar uma coleção de roupas de sua marca, assinadas por ela mesma e inspiradas no orquidário que mantém em sua casa de campo, em Itu, interior de São Paulo, tudo plantado pela própria – sim, até isso ela faz bem.

Em se tratando de Ana, é impossível dar um passo maior que suas longuíssimas pernas. E agora sua porção empresária está prestes a concretizar um salto e tanto: criar uma rede de franquias com seu nome (leia boxe na página ao lado).

Foi essa pessoa que ESTILO encontrou numa tarde de junho, em São Paulo, para uma conversa em que ela falou do milagre da multiplicação de horas em seu dia, da família e do pavoroso incidente em Belo Horizonte, em que um homem armado invadiu seu quarto de hotel e quase pôs um fim trágico à vida de comercial de margarina que ela batalha desde os 15 anos para construir.

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

Ana veste: Suéter de palha de seda, Wagner Kallieno, R$ 1 890, tel. (11) 4114 7345.

Pantacourt de seda, Mara Mac, R$ 680, maramac.com.br.

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Anéis de ouro, Maxior, R$ 1 317, cada um, tel. (11) 3023 3725.     

Depois de duas décadas de vida pública, ainda há coisas que as pessoas não sabem sobre você. Por exemplo, seu lado jardineira.

Tenho um orquidário de 110 m2 na minha casa, em Itu. Sou do tipo que se enfia na lama para plantar. Um dia, estava literalmente na lama e vi uns vizinhos passando em frente à casa e falando sobre mim, sem perceber que era eu mesma no jardim.

É difícil imaginar você na lama.

Jura? Eu sou muito dona de casa. Faço compras, lavo roupa, cozinho. Nem sempre tenho tempo, mas faço.

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Que pratos você cozinha?

Adoro fazer carne assada, peixe. Churrasco em casa, sou eu que faço. Modéstia à parte, cozinho muito bem.

Quando descobriu que as pessoas comprariam coisas com o seu nome?

Minha história é feita de momentos em que oportunidades apareceram e fui rápida em aproveitá-las. Foi assim com a carreira de modelo, quando eu tinha 15 anos e levava uma vida modesta com minha família no sul. O mesmo vale para os licenciamentos.

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

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“Nas minhas conquistas, carrego comigo um monte de gente.”     

Ana veste:  Cardigã de tricô, Juliana Gevaerd, R$ 528, tel. (11) 3891 1396.

Vestido de tricoline e organza, Mara Mac, R$ 1 468, maramac.com.br.

Choker de ouro, Dryzun, R$ 3 900, dryzun.com.br.

Pulseiras de ouro rosê, Tiffany & Co., R$ 5 975, tel. (11) 3815 7000, e de ouro rosê e
ródio negro, Emar Batalha, R$ 4 078, emarbatalha.com.br.     

Que surgiram quando você já era modelo consagrada, não?

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Sim, por volta de 2002. Estava fazendo uma campanha de calçados com o (diretor criativo) Giovani Frasson e ele perguntou o que eu achava de vendermos a ideia de uma coleção com o meu nome. Topei sem muita expectativa. O que um fabricante grande ia querer com uma garota de 21 anos? Eles aceitaram e o que era um contrato de seis meses durou sete anos.

Por que deu tão certo?

Nunca fui aquela que empresta o nome e só vê o produto pronto. Quando comecei, fui para dentro da fábrica aprender como se fazia e para o pátio conhecer os funcionários. Viajei o Brasil inteiro e sempre voltava do exterior para lançar minhas peças. Dei workshop em várias cidades. As pessoas compravam a coleção e pediam palestras. Eu chegava e tinha uma plateia de 2 mil mulheres.

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

Ana veste: Vestido de tricô, Iódice, R$ 2 980, tel. (11) 3813 2622.

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Pulseira de ouro, Dryzun, R$ 7 790, dryzun.com.br.     

E você tinha o que falar com tão pouca idade?

O que as pessoas queriam era saber como usar os produtos que eu vendia. Foi assim que o (jornalista) Paulo Henrique Amorim me conheceu. Dei uma entrevista para a Record e, na semana seguinte, ele me chamou para fazer o Tudo a Ver.

Ou seja, a televisão foi também consequência dos seus licenciamentos.

E, mais uma vez, das oportunidades. Devo tudo o que tenha à moda.

Foi uma adaptação rápida?

Enfrentei o preconceito em que a maioria dos modelos esbarra. Quando entrei na televisão, ouvia as pessoas falando “carinha bonita, cabeça vazia”. Isso me deixava brava. Não é porque não terminei minha graduação que deixo de ter conteúdo.

Largou a escola em que série?

Concluí o segundo ano do ensino médio. Já adulta, comecei um supletivo, mas não consegui terminar porque precisava escolher entre estudar e trabalhar. A educação formal é importante e eu adoraria estudar moda no Berçot, em Paris, ou jornalismo. Mas entendo que o que faltou em currículo escolar foi compensado com aprendizado prático. Não à toa, falo três idiomas. Nesse sentido, minha mãe é minha maior referência.

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

“Minha história é feita de momentos em que oportunidades apareceram e fui rápida em aproveitá-las.”     

Ana veste: Blazer de algodão, Stella McCartney, R$ 6 830, NK Store, tel. (11) 3897 2600.

Macacão de crepe, Iódice, R$ 2 648, tel. (11) 3813 2622.

Colar de prata, Cintia Navarro, R$ 390, tel. (11) 99448 1977. 

Pulseiras de ouro rosê, Tiffany & Co., R$ 5 975, tel. (11) 3815 7000, e de ouro rosê e ródio negro, Emar Batalha, R$ 4 078, emarbatalha.com.br.     

Por quê?

Quando saí do sul e minha mãe ficou lá com os outros três filhos – sou a mais velha –, ela não tinha concluído os estudos. Deu um passo de cada vez, fez até doutorado e hoje é professora universitária. Com ela, aprendi que, se você souber focar no que quer, as coisas acontecem.

Você parece ser do tipo que não espera as coisas acontecerem. Prefere fazer acontecer.

É a primeira vez que alguém consegue colocar numa frase o que eu sinto. É exatamente isso. Não consigo esperar. Eu quero sempre fazer.

As pessoas confundem ser focada com ser ambiciosa?

Já escutei que sou muito ambiciosa, mas acho que as pessoas precisam ter ambição. No meu caso, não é por mais dinheiro. Sou impulsionada por emoção. Faço o que me dá prazer.

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

“Já escutei que sou muito ambiciosa, mas acho que as pessoas precisam ter ambição. No meu caso, não é por mais dinheiro. Sou impulsionada por emoção.”     

Ana veste: Camisa de tricoline, Calvin Klein, R$259, calvinklein.com.br.

Quantas pessoas os seus negócios empregam?

Diretamente, 22 funcionários. Se formos considerar os indiretos, chega aos milhares. Por isso, não ligo de me chamarem de ambiciosa. Minha ambição também está ligada à responsabilidade que tenho com essas pessoas. Nas minhas conquistas, carrego comigo um monte de gente.

Quando você tira férias, consegue se desligar?

Completamente! O tempo me ensinou a colocar minha vida como prioridade. Quando falo que não vou trabalhar, desligo o celular e fico irritada quando meu marido (o empresário Alexandre Correa) liga para o escritório.

De zero a dez, que nota se dá como apresentadora?  Tenho tanto a aprender. Daria cinco.

E como empresária?

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

Aí eu me dou um sete pela experiência. Em licenciamento, eu sou uma referência. E não tenho vergonha de dizer isso. É falta de modéstia? Não! Eu sei o que construí.

E, como mãe, que nota?

Aí eu já não sei. O que tento fazer é estar presente em todos os momentos. (Ana é mãe de Alê Jr., 2 anos.)

Quer ter mais filhos? Pelo menos mais um. Falo que queria encher a casa de crianças.

O incidente em Belo Horizonte mudou sua forma de interagir nas redes sociais?

A verdade é que não. Nunca achei que fiz algo errado na internet. Nem dar atenção de menos nem em demasia. Mas alguns cuidados eu já tomava, como não taguear minha localização.

Quem passa por sustos como o seu normalmente diz que não vai deixar a vida mudar porque isso seria dar uma vitória ao agressor. É o seu caso?

Naquela semana, não abri a internet, não liguei a televisão, não li o jornal. Nem a entrevista que dei para o Domingo Espetacular eu vi. Eu não sabia como ia continuar. Era um grande medo, um grande ponto de interrogação.

Renam Christofoletti
Renam Christofoletti ()

Ana veste:  Regata de tricô, Juliana Gevaerd, R$ 312, tel. (11) 3891 1396.

Vestido de seda, NK Store, R$ 3 690, tel. (11) 3897 2600.

Anel de ouro, Talento, R$ 5 824, tel. (11) 3522 9587. Chaise Barcelona de couro, Etna, R$ 1 800, etna.com.br.     

Chegou a que conclusão?

O pessoal da Record queria saber quanto tempo eu ficaria longe e pedi uma semana. Pensei que não podia ficar escondida dentro de casa. Nunca fui assim. Mas, ao mesmo tempo, ficava a dúvida se eu conseguiria. Dias antes de voltar ao trabalho, estava em Itu e concluí que precisava fazer alguma coisa da minha rotina. Decidi ir ao Ceagesp de Sorocaba. Quando desci do carro, as pessoas começaram a me olhar e meu coração acelerou. Quando a primeira senhora pediu para me dar um abraço, ela me desmontou. As pessoas foram se aproximando carinhosas. Vi que não tinha o que temer. O que aconteceu quase acabou com a vida da minha família. Ao mesmo tempo, ligou uma chavinha diferente em mim.

Você se considera mais forte agora?

Sim. Não tenho mais medo de deixar as pessoas me verem chorar. Nunca contive as lágrimas quando via, por exemplo, uma reportagem comovente. Mas, com coisas minhas, sempre me guardei. Essa parte frágil, nunca deixei ninguém enxergar. Agora, não mais.

Divulgação
Divulgação ()

Jaqueta de crepe Ana Hickmann Collection, R$ 519, tel. (11) 3803 7020.

Até o fim do ano, Ana Hickmann espera abrir cinco lojas com a marca que leva seu nome. A rede vai funcionar em sistema de franquias, uma ideia que surgiu depois de ela observar que mulheres de todo o Brasil aproveitavam visitas a São Paulo para passar no único ponto comercial mantido por ela.

O carro-chefe da rede será a coleção de roupas que ela acaba de lançar, com o tema My Secret Garden (meu jardim secreto), que tem 240 peças. “Só não tem moda festa. Ainda!”, diz ela. “É tudo para a mulher que gosta de coisas clean e femininas.” Ana desenhou as roupas com uma equipe de quatro estilistas. Trabalharam em tempo recorde: em menos de dois meses.

A meta é lançar duas coleções por ano, mas sem associar às estações. Em vez disso, a aposta será em temas. O próximo, segundo ela, será Memories.     

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