Preta Gil sobre ditadura da magreza: “a gente não tinha voz”
A cantora esteve no Minas Trend para lançar sua coleção-cápsula all-sizes em parceria com o estilista Victor Dzenk.
Nesta quarta-feira (05), Preta Gil marcou presença no Minas Trend para falar sobre diversidade. A cantora lançou uma coleção-cápsula de dez looks “all-sizes” com Victor Dzenk, seu amigo há mais de uma década. “As mais de 30 peças assinadas por ele que estão no meu guarda-roupa acabaram servindo de base para esta parceria. As texturas e as estampas são novas, mas os modelos são inspirados em roupas do Victor que funcionaram no meu corpo”, contou a carioca no backstage. Minutos depois, Preta subiria à passarela para encerrar o desfile em clima de festa.
Muitas marcas estão tomando consciência a respeito da diversidade.
A passarela é responsável por grande parte da frustração das mulheres com seus próprios corpos porque ela reflete muito pouco da vida real. Mas percebo que a moda está vivendo um grande momento de democratização. É a hora de celebrar a diversidade! A gente tem que respeitar e incluir o próximo e, cada vez mais, dar fim aos guetos em prol de um centro de amor e inclusão.
A gente percebe você como uma mulher muito confiante. Quando a Preta Gil não consegue ser assim?
O tempo todo! Sempre vai haver situações em que eu não consigo ser confiante porque isso é uma questão de vivência. A não ser que você seja uma pessoa muito zen, é inevitável não se sentir afetada e atingida por tantos fatores externos. Mas a gente tem que se amar, se valorizar e ter sentimentos que nos confortem em meio a tanta violência – inclusive a violência de uma moda que dita que você precisa ser magra para ser bonita. Isso não é mais verdade, né? E sabemos disso há muito tempo. A questão é que a gente não tinha voz. Estou há 15 anos lutando contra isso, muitas vezes sozinha. Neste caminho, acabei encontrando alguns aliados, como o Victor Dzenk. E que venham outros aliados das mulheres reais que queiram trazer verdade para a moda!
Como você costuma se vestir no dia a dia?
Eu adoro calça jeans com uma camiseta larguinha, emprestada do filho ou do marido, um moletom amarrado na cintura e tênis nos pés. Eu prezo pelo conforto.
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A manifestação #MexeuComUmaMexeuComTodas das atrizes da Globo contra José Mayer é o assunto do momento. O que você acha desse movimento?
O assédio não é nenhuma novidade. O que é novidade é a união, o fato de a denunciante ter recebido o apoio e a solidariedade de tantas e tantas mulheres – isso é o mais importante. É preciso dar notoriedade ao assunto para trazer clareza para tantas outras que passam por isso, mas não têm coragem de denunciar. Tenho um projeto com a ONU cujo mote é a omissão: a gente não pode ser omissa! As mulheres têm que falar e, principalmente, se unir. O que sai de grande lição desse episódio é a união. Quando a gente se une, a gente se fortalece.