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Por que o goleiro Alisson Becker está com a pele vermelha e marcada?

Dermatologistas explicam qual é o problema de pele que Alisson está enfrentando na Copa 2018.

Por Júlia Warken
Atualizado em 16 jan 2020, 12h42 - Publicado em 22 jun 2018, 06h00
 (Buda Mendes/Staff/Getty Images)
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O goleiro Alisson Becker, titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo 2018, chamou a atenção na última semana por estar com a pele do rosto muito vermelha e com erupções. A aparência dá a impressão de que ele sofre de acne e, numa recente coletiva de imprensa, Alisson chegou a ser questionado sobre isso. “Estou na puberdade”, brincou o atleta, que tem 25 anos.

Ele nunca falou publicamente a respeito desse problema de pele e, através de fotos antigas, é possível ver que o jogador sempre teve marquinhas no rosto – só que elas costumavam ser mais brandas. A fim de tentar entender o que se passa com Alisson conversamos com as médicas Ursula MetelmannMayra Tosta, que são dermatologistas e membras da Associação Brasileira de Dermatologia.

Ambas as médicas acreditam que o atleta sofre de rosácea. “Provavelmente ele já tinha o quadro e agora está mais exacerbado pelo fator psicológico. O estresse interfere na piora da patologia”, diz Mayra. A pressão de estar na primeira Copa provavelmente está relacionada à piora no quadro do goleiro.

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Além do psicológico há outros fatores que costumam piorar a pele de quem tem rosácea: mudanças de temperatura e certos tipos de comida e bebida. “Alimentação com condimentos, pimenta, comidas com vapor quente e bebidas alcoólicas, principalmente o vinho”, cita Ursula.

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A médica acrescenta que provavelmente ele está no estágio conhecido como pápulo-pustulosa. Ela explica que, além da vermelhidão e dos pontos de pus, outros sintomas são ardor e queimação. A dermatologista também acredita que Alisson tem um quadro de acne junto com a rosácea.

“Algumas pessoas apresentam mais de um quadro clínico, e pode existir esta associação entre acne e rosácea. Há imagens públicas na internet, onde podemos observar a presença de cicatrizes de acne, principalmente na região malar, decorrentes provavelmente de um quadro pregresso de acne. Em outras, a pele apresenta o que chamamos de ‘eritema’ ou ‘flushing’, a pele do rosto esta avermelhada, este quadro sim relacionado à rosácea”, explica Ursula.

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Mas qual é a diferença entre acne e rosácea? “A acne é uma doença que depende da unidade pilossebácea, por causa das glândulas sebáceas. Elas têm uma produção maior do sebo e essa produção leva ao quadro de acne. Então a pele fica mais oleosa e pode ter quadro inflamatória – que são as pústulas – e não inflamatória – que são os cravinhos. E a rosácea é vascular inflamatória, ela é crônica e apresenta episódios de melhora e piora. Mas também pode ser pustulosa, por isso dá o aspecto de espinha”, explica Mayra

A rosácea acomete tanto homens quanto mulheres, tanto na adolescência quanto na idade adulta, mas é mais comum em mulheres – crianças também podem desenvolver a doença, mas isso é bem menos comum. “Geralmente de 25 a 30 anos é a faixa etária em que o paciente apresenta piora”, acrescenta Mayra. Ela costuma se manifestar em pessoas de pele clara e há algumas questões de saúde associadas à doença. “Pode estar associado a quadros de alterações metabólicas e inflamatória, como a obesidade, diabetes, hipertensão e intolerância ao glúten”, diz Ursula.

Com isso, o tratamento também varia de pessoa para pessoa. É importante investigar o que está desencadeando a rosácea para tratar o problema da maneira correta. Mesmo assim, essa é uma doença crônica e não há cura definitiva. “O quadro tem tratamento, mas não falamos em cura, e sim em controle. Há necessidade de antibióticos, antiinflamatórios, cremes calmantes, antifúngicos, podemos usar lasers, a luz pulsada, o LED (luz de baixa intensidade) e o mais novo tratamento que é a toxina botulínica para o controle da rosácea”, explica Ursula.

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