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Osmar Prado: “Epa é um ser humano que tenta de uma forma retrógrada parar o mundo”

Osmar Prado defende seu personagem em Meu Pedacinho de Chão, o coronel Epaminondas, e fala do momento delicado que passou ao descobrir um câncer no ano passado.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 04h43 - Publicado em 24 Maio 2014, 21h00
Bruno Dias Barbosa e Liane Rosa/Edição Mdemulher (/)
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Osmar Prado nos bastidores de Meu Pedacinho de Chão
Foto: TV Globo/Divulgação

Nem de longe Osmar Prado define seu personagem em Meu Pedacinho de Chão, o coronel Epaminondas, como vilão. “É um ser humano que tenta de uma forma retrógrada e conservadora parar o mundo”, diz o ator, que enfrentou um câncer na garganta no ano passado. Apesar da seriedade da doença, ele jura que nem pensou em parar de atuar. Osmar aliou o tratamento médico com a vida profissional – com restrições, é claro – e gravou até o fim a minissérie Amores Roubados, exibida na Globo no início deste ano. Fora de cena, aos 66 anos e 57 dedicados à carreira, ele diz adorar as coisas simples da vida, como andar de moto, fazer exercícios físicos e passar os dias livres ao lado da mulher, Vânia Penteado, e dos filhos, Luana, de 19 anos, Tainá, 31, e da atriz Janaína, 34 – as duas últimas, fruto da união com Elizabeth Viana.
 
Podemos dizer que Epaminondas é mais um vilão em sua carreira?
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Vilão?! Não encaro assim. Ele é mais que isso. É um ser humano que tenta de forma retrógrada e conservadora parar o mundo. Aquela cena de O Grande Ditador (1940), de Charles Chaplin, em que ele pega a bola e brinca com o mundo descreve bem o personagem. O Epa quer ser o dono do mundo!
Osmar Prado: "Epa é um ser humano que tenta de uma forma retrógrada parar o mundo"
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Para o ator, Epaminondas tem tudo a ver com “O grande ditador”, personagem de Chaplin no filme de 1940
Foto: TV Globo/Divulgação

Incluindo o filho, Ferdinando (Johnny Massaro), né?
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Ele quer realizar por meio do filho o que não conseguiu. Não tem isso! Seu filho é seu filho, é outro ser humano, com alma e desejo próprios. Então, ele tem que só ajudar Ferdinando a seguir o caminho dele, mas não é assim que faz, por isso eles brigam.
 
Como está sendo voltar a trabalhar com o autor Benedito Ruy Barbosa e o diretor Luiz Fernando Carvalho?
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Um reencontro maravilhoso. Trabalhei tanto com o Benedito! Vida Nova (1988), Renascer (1993)… Foi uma quantidade imensa de trabalho. Adoro essa visão camponesa que ele apresenta. E, com o Luiz, já trabalho há tempos. Isso aqui é continuidade de um processo que já vem acontecendo, como foi o Hoje É Dia de Maria (2005).
 
A novela é uma fábula. Acha que o público está se identificando?
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Em relação à aceitação da novela, estou cagando. Você acha que vou fazer um trabalho pensando no que vai dar? Se a pessoa vai gostar ou não? A criança que tem dentro do ser humano e que ele não deixou morrer, com certeza, está gostando. Trabalho com a dúvida!
 
Depois de Dira Paes, seu par em Amores Roubados, agora Juliana Paes. Ou seja, só atriz bonita…
Aposto que elas falam a mesma coisa de mim: “Oh, baixinho gostoso! Ah, como ele é maravilhoso!”
Osmar Prado: "Epa é um ser humano que tenta de uma forma retrógrada parar o mundo"

Enquanto dividia a cena com Dira Paes e Cauã Reymond, em Amores Roubados, Osmar fazia tratamento contra uma câncer
Foto: TV Globo/Divulgação

No ano passado, você teve câncer na garganta, mas não parou de trabalhar. Como foi gravar Amores Roubados doente?
Não me reconheci em Amores Roubados. Fui de 62 kg para 53. Agora estou com 59 kg. Fiz a primeira cirurgia e fui chamado para fazer a minissérie. Viajei para Petrolina (município de Pernambuco), gravei as externas e voltei. Tive um intervalo de dois meses para fazer a segunda cirurgia, tratamento de rádio e quimioterapia, para depois voltar aos estúdios. Só consegui ter essa batida porque qualidade de vida é essencial. Não fumo, não bebo, durmo cedo, levo uma vida caseira, amo minha mulher, minhas filhas…
 
A recuperação foi dolorosa?
Cuidadosa. Atribuo à disciplina física que tenho. Faço pilates, gosto de correr e minha alimentação é regrada. Nessa fase da doença, tive que fazer uma suplementação alimentar para recuperar massa muscular. Hoje, tenho uma nutricionista e recuperei massa muscular e peso.
 
Hoje, como se sente?
Fortalecido! Primeiro, devido à consciência da finitude; segundo, pela luta que se trava para superar a dificuldade. Quando se sai dela, você se sente fortalecido. No sentido de se sentir pleno diante da fragilidade. Foram duas cirurgias, 30 sessões de radioterapia, duas de quimioterapia. Hoje é viver, viver e viver… E para quem puder: andar de moto, um dos meus prazeres.
 
 
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