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Os segredos do alfaiate Crizólito Pinheiro

O mestre, Crizólito Pinheiro, trabalha há 40 anos como o principal alfaiate da TV Globo

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 11h17 - Publicado em 6 nov 2008, 21h00
Wal Ribeiro - wal.ribeiro@abril.com.br (/)
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Crizólito Pinheiro, o alfaiate mais antigo 
da Globo
Foto: Divulgação

Recentemente, Regina Duarte confidenciou à tititi que o figurino é fundamental na construção de seus personagens sempre tão marcantes. A declaração da atriz é assinada em baixo pelo contramestre Crizólito Pinheiro, 59 anos, que há 40 trabalha como alfaiate na Rede Globo. Ela só reforça a importância que um profissional como ele tem para a emissora e, claro, para o sucesso de qualquer artista da casa.

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Crizólito, ou simplesmente seu Cris, como é carinhosamente chamado pelos colegas, inclusive os famosos, coordena o ateliê de alfaiataria da rede e produz de 1.500 a 2.000 peças por mês. As roupas são usadas pelos atores nas novelas, minisséries, linha de shows, enfim, em todas as atrações globais. No total, são 100 profissionais que trabalham sob a coordenação de Crizólito num esquema industrial e que caminha lado a lado com a perfeição. Tanto é que os vestidos, camisas, e todo o resto saem do atelier direto para as mãos dos astros e atrizes sem que eles precisem provar tudo com antecipação. Coisa de mestre que ama o que faz.

“Hoje temos todas as medidas dos atores no computador. E elas são renovadas quando há necessidade, segundo pedido das figurinistas. É uma situação muito diferente de quando comecei a trabalhar aqui”, conta Crizólito, que em 1968 teve como primeira tarefa na casa tirar medidas do saudoso Paulo Gracindo, um dos maiores ídolos da televisão de todos os tempos. Desde então, o contramestre já perdeu a conta de quantas roupas confeccionou: “Ah, daria para encher o estádio do Maracanã”, diz seu Cris, sempre bem-humorado.

Sem pensar duas vezes…


O alfaiate mais antigo da emissora revela sua preferência por fazer roupas para novelas de época. Ele adora criar ainda fraques, casacos e hábitos religiosos, estilos que diferenciam um alfaiate de uma costureira. E seu Cris pergunta, realizado: “Em que outro lugar teria a oportunidade de fazer roupas de diferentes momentos da história, como faço aqui? E, por incrível que pareça, não é difícil, porque a gente já recebe tudo ‘mastigadinho’. A figurinista manda o desenho ou a fotografia de determinada peça que será usada pelo artista e a gente reproduz. Quando há dúvida, pesquisamos nos livros e na internet. E sempre dá certo. Só me lembro de ter uma roupa devolvida uma vez”, revela, cheio de orgulho.

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Os desafios de Crizólito até aqui foram muitos. Mas ele admite os mais complicados: as roupas dos animais dos extintos infantis TV Colosso e Sítio do Picapau Amarelo. “Naquela época minha equipe e eu tivemos de fazer um estudo sobre a anatomia de diversos animais. Claro, o corpo humano tem uma anatomia bem diferente. E foi delicado confeccionar as fantasias dos cachorrinhos da TV Colosso, por exemplo, e, por isso mesmo, algo muito estimulante”.

Como a turma do ateliê precisa costurar roupas de bichos, pessoas, seres de outros planetas e tudo o que a imaginação dos autores inventa, ela está em constante processo de aprendizado. E, preocupada com a escassez de profissionais especializados em alfaiataria, a Globo investiu numa proposta de seu Cris. Há 20 anos ele elaborou um curso para formar profissionais dentro do ateliê e já formou em torno de 50 craques como ele. “Muitos montaram seu próprio negócio e até foram trabalhar em outras emissoras, mas isso para nós é motivo de orgulho. Tem até profissionais que a gente disputa no mercado, como é o caso da Thaianny Moreno, 24 anos, que aprendeu o ofício comigo e foi convidada para trabalhar no Cirque du Soleil. Como ela é muito boa, fui buscá-la de volta”, comenta ele, diante da jovem aprendiz.

O início de tudo

Nascido no Acre, Crizólito começou a aprender o ofício da alfaiataria quando tinha apenas 9 anos. “Como eu tinha 11 irmãos e sempre herdava as roupas dos mais velhos, me estimulei a aprender a costurar pelo prazer de ter camisas, bermudas e calças novinhas e só para mim”, conta, divertindo-se. Aos 19 anos, Crizólito se mudou para o Rio a fim de estudar medicina. Porém, ficou sabendo que a Rede Globo precisava de alfaiates. Contratado pela emissora, nunca mais saiu de lá ou quis mudar de área.

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“O que me atrai nessa missão é poder costurar roupas de todos os tipos, para personagens inimagináveis e de todas os períodos. E também a oportunidade de transmitir essa arte. Sem contar que nossas roupas serão vistas e admiradas por milhares de pessoas”, justifica ele, que é casado, pai de três filhos e um estudioso da filosofia grega. Aliás, Crizólito em grego significa pedra de ouro. Crizólito Pinheiro vale mesmo ouro para a Globo e pra gente que ama televisão. 

 

 

 
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