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Oliver Anquier: ‘Estou sempre arquitetando algo novo’

O belo padeiro francês que virou apresentador do canal GNT se apaixonou pelo Brasil e aos 54 anos revela como tomou gosto pela culinária e quais são os planos para o futuro.

Por Solange Azevedo
Atualizado em 28 out 2016, 02h48 - Publicado em 15 jul 2014, 22h00
Solange Azevedo
Solange Azevedo (/)
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O chef de cozinha Olivier Anquier, apaixonado pelo Brasil desde os 20 anos
Foto: Divulgação

Olivier Anquier é um homem de muitas aventuras. O belo padeiro francês que virou apresentador do canal GNT passou uma década em um seminário jesuíta, foi vendedor de frutas na charmosa avenida parisiense Champs Elysées, colocou a mão na massa reformando apartamentos, limpou mariscos em um restaurante belga, atuou como projecionista de cinema e até bancou o DJ no balneário francês Saint-Tropez e em Frankfurt, na Alemanha.

Tudo isso antes de desembarcar no Rio de Janeiro, em 1979, aos 20 anos, se apaixonar pelo Brasil e decidir fincar bandeira no país. “Minha vida é um turbilhão, estou sempre arquitetando algo novo”, prossegue Anquier, que recebeu CLAUDIA pouco antes de iniciar uma “expedição” de moto pela América do Sul. Saía com a proposta de visitar destinos tão distintos quanto o paraíso dos incas, Machu Picchu, no Peru, e a fria e distante Ushuaia, na Argentina, a última cidade ao sul do planeta.

Hoje, essa não é mais a única empreitada de Anquier. Desde o final de setembro de 2013, ele comanda o Cozinheiros em Ação, um reality show de culinária com brasileiros comuns, de origens e profissões variadas, que tentam convencer três jurados de que produzem a melhor comida caseira do país.

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“Diferentemente de outras atrações nacionais e internacionais, esse não é um reality metido”

“Não tem o apelo físico e a maquiagem que costumamos ver nesse tipo de programa de TV. Mas, em contrapartida, há um clima de sinceridade e verdade que nenhum outro tem”, acrescenta, defendendo que se trata de um programa “família”. No primeiro episódio, por exemplo, ele correu para apanhar os temperos que a publicitária aposentada Virginia Jackel, 71 anos, precisava para fazer um joelho de porco com chucrute. Duas semanas depois, ela foi eliminada da competição.

“Embora tenha esse cuidado com todos os participantes, essa senhora foi especial por causa da idade dela”, afirma. E completa: “Ajo dessa maneira por uma questão de respeito e consideração. Sou uma pessoa muito família e que preza por alguns valores. Acho que isso se deve à educação rígida que tive”.

Oliver Anquier: 'Estou sempre arquitetando algo novo'
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Oliver Anquier e Adriana Alves
Foto: Divulgação

Na congestionada capital paulista, onde vive com a segunda mulher, a atriz Adriana Alves, 36 anos, o apresentador só se desloca de moto. “Se não fosse assim, não conseguiria dar conta de todos os compromissos”, afirma. A curiosidade de experimentar sabores desconhecidos e a facilidade para lidar com gente de variadas estirpes, garante o próprio, vêm do senhor François.

“Às quartas-feiras, meu pai visitava pacientes na periferia de Paris, reduto de toda sorte de imigrantes, como marroquinos, vietnamitas e argelinos, e levava para casa pratos típicos preparados por eles. Isso quando eu não ia junto às consultas”, lembra.

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“A mesa tem um simbolismo muito forte de coletividade e compartilhamento.”

Embora o interesse dele pela cozinha tenha sido despertado bem cedo, só depois de se instalar no Brasil é que se dedicou às técnicas de forno e fogão. Além de dono de padaria, ele foi restaurateur e chef em Jericoacoara, no Ceará, e também na capital catarinense.

Quando começou o relacionamento com a primeira mulher, Débora Bloch, no início da década de 1990, chamou a atenção da mídia por ser “o namorado padeiro da atriz”. Mas, uma vez exposto, conseguiu se manter sozinho sob os holofotes. Caiu de vez nas graças das pessoas ao mostrar a culinária de várias regiões da França durante a cobertura da Copa do Mundo de 1998, na Globo.

A carreira na televisão deslanchou. Mesmo assim, ele nunca abandonou a veia de empresário. É dono de uma produtora, uma fábrica de pães (que é fornecedora dos supermercados Pão de Açúcar) e do Bistrô L’Entrecôte d’Olivier, no Jardim Europa, área nobre de São Paulo. Ali, serve apenas um prato: o tal entrecôte, bife de contrafilé escoltado por batatas fritas crocantes. O menu, porém, esconde um segredo de família: “O molho, que contém 43 ingredientes, é receita de uma tia do Olivier. Ele é preparado no andar de cima do restaurante”, conta o simpático italiano Alessandro Altobelli, sócio no empreendimento. Apenas dois funcionários conhecem a fórmula. Mas cada um só dispõe de metade das informações. Quando precisam se ausentar, é Olivier ou Altobelli quem assume o fogão.

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“Sinto orgulho do meu pai por ter conquistado sozinho tudo o que tem”, diz Julia Anquier, 20 anos, a primogênita do apresentador com Débora Bloch

“Acho incrível como ele ama o que faz. É uma pessoa de opiniões fortes e muito sensível a quem o cerca.” Apesar de estudar cinema em Nova York e ficar no Rio de Janeiro com a mãe quando está no Brasil, Julia tem uma relação estreita com o pai. Assim como o irmão, Hugo. Eles se falam rotineiramente por telefone e viajam juntos.

Pai dedicado, Anquier começou até a ter aulas de música para se aproximar ainda mais do menino.”Hugo toca bateria, piano e guitarra e me levou a querer aprender também. Minhas aulas são de trompete”, conta. E completa: “Não sou amigo dos meus filhos, sou pai mesmo, o que implica a responsabilidade de prepará-los para a vida. Mas procuro me envolver com as coisas de que eles gostam”.

Olivier aos 54 anos tem muitos planos, mas, talvez por superstição, não antecipa nada. “Dá azar”, brinca. Deixa escapar, no entanto, que pode surgir um novo negócio em parceria com o irmão, Pierre, restaurateur em Paris. E que sonha em ser pai novamente.

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“Já faz uns três anos que Adriana diz que será este ano. Estou esperando”

“Olivier é um marido excepcional. Não há mau humor na nossa casa”, diz a mulher. “Ele é romântico e do tipo que surpreende. No início do nosso namoro, foi ao Rio debaixo de tempestade para me ver no meu aniversário. E vive me presenteando.” O padeiro garante que entre os mimos não há roupas, bolsas nem sapatos. “Acho deselegante oferecer esse tipo de coisa, que é muito pessoal”, diz. “Aí é que entra a genialidade. Como presente não é consumo, costumo dar joias para minha mulher.”

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