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O que ‘Game of Thrones’ está fazendo com Daenerys?

Depois de anos construindo uma personagem forte e inspiradora, sério mesmo que a série vai reduzi-la ao clichê da mulher desequilibrada?

Por Júlia Warken
Atualizado em 15 jan 2020, 18h47 - Publicado em 6 Maio 2019, 11h54

Atenção: esse texto contém spoilers do quarto episódio da oitava temporada de “Game of Thrones”.

O quarto episódio da oitava temporada de “Game of Thrones” deixou um gosto bem amargo na boca dos fãs. A série está tomando rumos esquisitos, especialmente no que diz respeito a uma de suas principais personagens: Daenerys Targaryen.

Sério mesmo que ela vai ser tratada como louca no final da série? Todo mundo está incrédulo – e com razão. Foram anos construindo uma personagem forte, que superou muita coisa para chegar aonde chegou. Ela definitivamente não merece esse desfecho.

Daenerys teve que fugir de sua terra natal ainda bebê depois que o pai dela foi morto. Sim, já sabemos que o Rei Louco era um tirano indefensável, mas, durante a série, a gente acabou descobrindo que a revolta contra Aerys Targaryen foi muito cruel com as crianças e as mulheres de sua família. Bebês e crianças foram mortos, meninas e mulheres – como Elia Martell, por exemplo – foram brutalmente estupradas.

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Depois de conseguir sobreviver longe de casa, Daenerys teve que lidar com a crueldade do próprio irmão, Viserys. Ele basicamente a vendeu para os Dothraki e chegou a dizer que não se importava se a garota fosse estuprada por todos os homens do exército e por seus cavalos, desde que ele vencesse a guerra em Westeros. As cenas em que a personagem é tratada como um animal para procriação são algumas das mais horríveis da primeira temporada de “Game of Thrones”.

Mas já na primeira temporada ela também conseguiu virar o jogo. Inicialmente, contra todas as expectativas, Dany desenvolveu uma relação de afeto com Khal Drogo, seu marido. Logo depois, tornou-se mãe de três dragões – criaturas que estavam extintas há séculos.

Nesse meio tempo, porém, ela se viu abandonada pelos Dothraki, depois da dolorosa morte de Drogo. Mesmo assim, conseguiu dar a volta por cima e reconquistou a lealdade deles.

Empoderada e amada por seus seguidores, Daenerys provou que é uma mulher inconformada com injustiças. Antes de chegar a Westeros ela libertou milhares de escravos. A cena em que a personagem aparece sendo ovacionada como Mhysa – que significa “mãe” – na cidade de Meereen deu um desfecho emocionante e emblemático à terceira temporada da série.

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Agora, Daenerys está sendo vista como uma figura desequilibrada e até desumana, o que não condiz com sua trajetória. E esse não é o único problema. Também vemos que ela não está sendo valorizada por tudo o que fez e construiu. A cena em que Tormund fica enaltecendo Jon pelo fato de que ele consegue voar num dragão foi bem bizarra – e machista, diga-se de passagem.

Será mesmo que acompanhamos a construção de uma personagem tão inspiradora para vê-la sendo reduzida a louca no final da série? Para que o trono termine nas mãos do Jon? Sabemos que o intuito de “Game of Thrones” não é ser uma saga feminista, mas é inegável que Daenerys é uma personagem feminina que fez história e seria bizarro ver ela tendo um final que repetisse os clichês machistas de tantos outros livros, filmes e séries.

Mas ainda temos esperança! Nos dois últimos episódios Dany não está apenas sendo desvalorizada, ela também foi a personagem que mais sofreu perdas concretas e muito dolorosas: Sir Jorah, Rhaegal e Missandei. Dito isso, pode ser que venha um twist redentor por aí.

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Não nos decepcione, “Game of Thrones”. Daenerys Targaryen merece um desfecho à altura da magnitude de sua trajetória.

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