O novo livro de Zibia Gasparetto
Aos 81 anos, a médium lança sua 30º publicação e fala sobre religião e família
No livro O Repórter do Outro Mundo,
a autora fala de seus contatos com o
espírito do jornalista Silveira Sampaio
Foto: Divulgação
Numa cidade tão agitada como São Paulo, é bom demais encontrar um cantinho tranqüilo e cheio de energia positiva. Pois um desses lugares incríveis fica no bairro do Ipiranga, dentro do Espaço Vida & Consciência. É lá que a escritora espiritualista Zibia Gasparetto escreve crônicas e romances mediúnicos há 38 anos. Vários desses livros são best-sellers. É o caso, por exemplo, de Ninguém é de Ninguém, O Amor Venceu e Laços Eternos. Todos, conforme diz, são ditados por espíritos e escritos por ela no computador.
Zibia, que é mãe do não menos querido Luiz Antonio Gasparetto, do Encontro Marcado, da RedeTV!, completou 81 anos em julho. E mostra uma vitalidade incrível. Tanto que está lançando seu 30º livro, O Repórter do Outro Mundo, segundo ela, ditado pelo espírito do jornalista Silveira Sampaio, que morreu em 1964. Nesta entrevista, a autora, que já vendeu mais de 7 milhões de exemplares de suas obras, fala sobre este lançamento e revela comoescreve seus livros. Confira!
tititi – Conte um pouco sobre O Repórter do Outro Mundo…
Zibia Gasparetto – Esse é o quarto livro do espírito de Silveira Sampaio. E ele gosta de relatar coisas que acontecem do lado de lá (em outro plano, após a morte). Aqui as pessoas não se dão conta do que ocorre no outro mundo. Tem gente que pensa: Morreu acabou! E acabou, nada!
O Silveira foi um jornalista renomado. Como aconteceu seu primeiro contato com o espírito dele?
Eu já tinha admiração por ele. Silveira morreu em 1964, mas só dez anos depois apareceu para mim. Na ocasião, o Lucius, entidade com quem escrevo os romances, não apareceu. Eu me sentei, fechei os olhos e me concentrei. Até que o vi trazendo o Silveira pelo braço. Na hora o reconheci, porque sempre o via nos programas de televisão.
Conheceu alguém da família dele?
Não. Mas pedi permissão à viúva (Jessie Olyntha Sampaio) para escrever Bate-Papo Com o Além, a primeira obra que fiz com ele. Mandei a ela algumas mensagens que recebi de Silveira e, embora não fosse espírita, ela achou que eram realmente do marido e concordou com a publicação.
Como é o seu método de trabalho?
Antes eu escrevia quatro livros ao mesmo tempo, agora dou conta de três. De segunda a quarta, chego aqui cedo e por volta das 14h30 sento, faço uma prece e, geralmente, quando o espírito vem, começo a escrever logo em seguida.
Qual foi o livro mais difícil de escrever?
Não há um mais difícil. Mas em alguns dias é mais penoso escrever qualquer coisa. Tento me concentrar, porém, quando o ambiente está carregado…
Nestes momentos, o que a senhora faz?
Coloco uma música clássica (Beethoven, Strauss, Vivaldi) e penso em coisas boas. Mas nos dias em que o astral está muito pesado, não dá mesmo. Quando aconteceu o acidente da TAM (dia 17/7), por exemplo, não consegui escrever.
Em seus livros a senhora procura ajudar as pessoas a lidar com a morte de seus entes queridos. Ao ficar viúva seguiu os ensinamentos de seus mentores?
Meu marido (Aldo Luiz Gasparetto) morreu de repente (em 1989), vítima de um infarto. E, no velório, lembro que reagi falando assim: ‘Vai em paz, não se preocupe com a gente aqui, segue o seu caminho’. Foi o que fiz e o que sabia fazer. Mas depois fiquei murcha. Foram 34 anos de casamento… Aí bateu uma tristeza que não passava porque eu só ficava em casa.
Mas em algum instante a senhora reagiu.
Sim, porque meu filho Luiz me deu um chacoalhão. Ele disse: ‘Mãe, se você ficar assim, nessa tristeza, sem ver os amigos, encorujada em casa, vai adoecer. Tenho muita coisa para fazer na vida e não vou cuidar de você, vou interná-la, pois não posso assumir a sua depressão’. Nessa hora, pensei comigo: ‘Deixa eu correr’. (risos) E reagi.
A senhora chegou a receber alguma mensagem do seu marido?
Ah, sim. De vez em quando ele vem conversar por intermédio do meu filho Irineu. E no dia em que estou preocupada com alguma coisa ou com qualquer problema, eu o vejo entrar no meu quarto e se sentar numa poltrona ao lado da minha cama. Ele fica ali, como quem diz: ‘Estou com você’.
Na sua opinião, é importante ter uma religião hoje em dia?
É importante ter valores espirituais e éticos. Na minha opinião, a religião pode tanto ajudar quanto levar ao fanatismo. Quando as pessoas descobrirem que podem se comunicar com os espíritos e que Deus está dentro delas, não vai mais haver religião. Ninguém vai precisar de médium, padre, pastor.