Murilo Benício vive um policial de caráter em “Força-Tarefa”
Após se consagrar como Dodi, de "A Favorita", o ator volta às telinhas como um homem politicamente correto
“Nunca comprei nada pirata ou ofereci
dinheiro a um guarda de trânsito para
não rebocar meu carro”, conta Murilo
Benício
Foto: César França
É impossível falar de tenente Wilson, personagem de Murilo Benício na série Força-Tarefa, sem lembrar do Capitão Nascimento, papel que consagrou Wagner Moura no filme Tropa de Elite (2007). Assim como o “herói” do longa, Wilson tem caráter inabalável. Mas Murilo prefere não criar expectativas, apesar de esperar que o seriado dê certo. “Duvido que, em algum momento em Tropa de Elite, as pessoas soubessem que Capitão Nascimento daria certo. Até porque a história do Tropa… foi a mais inusitada do mundo, a melhor coisa que aconteceu ao filme foi ter sido pirateado, algo contrário a tudo que a gente quer. Mas foi o que fez todo mundo ir ao cinema. Então, nunca se sabe como vai ser o futuro”, filosofa o ator.
Conheça os personagens de “Força-Tarefa”
Você não iria dar um tempo de fazer televisão depois de A Favorita (2008)?
Estava pronto para entrar de férias. Mas eu e o Zé (José Alvarenga Jr., diretor) já temos uma parceria desde a série A Justiceira (1997). Sempre que ele me chamar para um projeto, jamais vou recusar. Confio completamente no Zé. Se acontecer algo de errado nesse trabalho, a culpa é toda dele (risos).
Acredita que a série vai trazer alguma esperança para a sociedade com relação à violência e à corrupção?
Trabalhamos com essa esperança. Vivemos num país em que a corrupção vem da história do Brasil. É cultural. A única forma de mudar isso é a conscientização. Tenho dois filhos (Pietro, de 3 anos, e Antônio, de 11) e é lógico que eles têm todos os tipos de jogos eletrônicos. Mas nunca comprei nada pirata. Jamais ofereci dinheiro a um guarda de trânsito para não rebocar meu carro…
Você não fez laboratório com o elenco. Está tendo algum tipo de dificuldade?
Eu tinha uma viagem marcada na época do laboratório deles, por isso não deu para fazer. Ao longo da minha carreira, já mexi muito com armas, sei montar e desmontar todas que existem. Minha dificuldade é usá-las como um policial, porque há todo um gestual. Mas, como o elenco está afiado, sempre tiro dúvidas com ele.
A série tem muitas cenas em externa. Como tem sido a recepção nas ruas?
As pessoas não sabem direito o que estamos fazendo. Só agora, com as chamadas na TV, é que estão sabendo. E aí me chamam de Dodi e até de Danilo, de Chocolate com Pimenta (2003) (risos).
Como é sua relação com Fabíula Nascimento, sua namorada na série?
É uma maluca, extrovertida… É perfeita para trabalhar comigo porque não tem timidez nenhuma e eu sou muito tímido. Não importa o que eu faça, filme, novela, sempre sou aquele menino tímido de Niterói. Eu não mudo nunca.