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Murilo Benício fala sobre namoro e carreira: ‘Entendi cedo o valor de ser gentil’

Nem antipático nem colecionador de mulheres, como se diz por aí. Murilo Benício é um ator de sucesso cheio de charme, um paizão, uma delícia de pessoa... mas vai se casar outra vez

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 28 out 2016, 04h35 - Publicado em 28 ago 2014, 22h00

“Para alguns, sou sério. Na verdade, sou reservado.”
Foto: Carolina Vianna

O extenso histórico de relações amorosas com belas atrizes, sempre povoado de mistérios, é o que mais se ouve sobre a vida privada de Murilo Benício, 43 anos. O ator é, sim, um sedutor, mas é elegante quando o assunto é o sexo feminino. Atribui à educação recebida de dona Berenice – a mãe generosa e severa que lhe lavava a boca com sabão a cada palavrão – a discrição ao falar nas ex-mulheres e o respeito por elas. Integram o time das ex Carolina Ferraz, Alessandra Negrini, Giovanna Antonelli e Guilhermina Guinle. Dizem ainda que Murilo é sério demais ou antipático além da conta. Quem consegue chegar mais perto encontra um homem gentil, bem-sucedido na Rede Globo e (não duvidem) um cara muitíssimo bem-humorado, capaz de fazer piada até com o traço mais marcante de sua personalidade, a timidez. Aliás, foi ela que quase o tirou do caminho do palco.

Os colegas do curso de teatro do Tablado, nascidos na descolada zona sul carioca, desdenhavam dele, um menino de 11 anos chegando de mãos dadas com a mãe, vindo da litorânea Niterói, cidade vizinha do Rio de Janeiro que se orgulha de ter valores parecidos com os do interior. A zombaria crescia por mais um motivo: a gagueira que seguiu Benício por longo tempo. A galeria de tipos que interpretou, 38 ao todo, prova que a turma da zona sul perdeu tempo. Entre os melhores estão o impagável Tufão, ex-craque de futebol da novela Avenida Brasil (2012), o quase mafioso Jaime Favais, que mancha de sangue sua vinícola, na minissérie Amores Roubados (2014), o pistoleiro Toninho, do filme Os Matadores (1997), e Jonas Marra, gênio fashion da computação na atual atração das 7, Geração Brasil.

Benício chega meia hora atrasado ao encontro marcado no Projac, onde passará o dia gravando. Pede desculpas, não atende às inúmeras chamadas que vibram no celular nem checa mensagens. Posa com disciplina para a foto da entrevista, cede a todos os apelos da fotógrafa… até que, na TV ao lado, o Vídeo Show mostra um especial feito na Argentina sobre o último capítulo de Avenida Brasil. Está na tela a atriz Débora Falabella, seu amor. Ela fala da sua personagem, Nina. Benício ouve atentamente.

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O romance entre os dois nasceu nas gravações, que os colocava juntos em muitas cenas. O ator tem planos de viver com Débora na mesma casa, e isso completará seu universo particular – o que mais lhe importa. Repetidas vezes ele lembra que adora participar da evolução dos dois filhos e interagir em família. Ao saber que na capa desta edição está Taís Araújo, uma das protagonistas de Geração Brasil, brinca: “Mas a capa não sou eu?” Daí para a frente, se solta, fala à vontade sobre ser um pai exigente, vaidade, medo da morte e outros temas.

Em Geração Brasil, seu personagem tem um aneurisma e pode morrer. A morte assusta você?

Minha mãe passou 11 anos doente, e a família ficou dilacerada. A morte era uma realidade próxima. Meu pai, que estava bem, adoeceu e morreu em 2013, logo depois dela. Os dois tiveram câncer. Entrei em crise. Descobri que não vivemos para sempre e nunca mais veria a pessoa querida. A morte me lembra que devemos viver melhor com os que amamos. No final, o que conta são os momentos felizes.

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Está planejando ter filhos com a Débora?

Não está descartado. Ao mesmo tempo que dá vontade de ter o terceiro filho, penso que nos sentimos quase solteiros. Tenho a liberdade de falar para a Débora: “Bora pra Nova York no fim de semana?” Com um bebê, acaba o “bora viajar”. Serão, pelo menos, cinco anos vivendo em função da criança. Meus filhos (Antonio, 17 anos, com Alessandra, e Pietro, 9, com Giovanna) são quase dois homens. Para a Débora, que tem a Nina, com 5 anos, ainda é um pouco mais difícil. Por enquanto, queremos curtir essa liberdade.

Como se relaciona com os filhos?

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O Antonio mora comigo, no Rio, há um ano, desde que Alessandra foi para São Paulo. Sou vizinho da Giovanna, e ela deixa o Pietro dormir em casa várias vezes na semana. É ótimo! Pela primeira vez, estão vivendo o cotidiano de irmãos. Antonio é um ser superior. Não é papo de pai, todos notam. Ajuda Pietro nos deveres da escola, dá comida se eu não estou. Eme levou para ver O Grande Hotel Budapeste. Virei fã do diretor do filme Wes Anderson. Venho de uma família unida e batalhei para não gravar nos fins de semana. Não por frescura, mas para acompanhar os filhos. Vejo gente bem-sucedida e arrependida de ter dado pouco tempo às crianças. Não terei esse problema. Na sexta à noite, pego os meninos e vamos para a minha fazenda.

Você é também um pai firme? Exige boas notas?

Comprei um apartamento em Nova York para que meus filhos tenham mais acesso à cultura. Se Antonio quer dirigir cinema, ali é o lugar. Como alunos, não são brilhantes e dou graças a Deus. A escola não determina nada. Estou atento a eles, entendo as dificuldades, incentivo as qualidades. Sou protetor, mas enfático. Digo que contam com uma grande infraestrutura enão podem relaxar. Recomendo a Antonio que tenha ambição, no melhor sentido, para se tornar um excelente profissional. Mas a opção dele me preocupa, porque o país é difícil e confuso. Quer ver? Estou fazendo uma casa, e a Prefeitura do Rio vai demorar seis meses para permitir a demolição de uma tapera no terreno. Ao gravar Amores Roubados, no Nordeste, vi quanto a história de Lampião e Maria Bonita é linda. Mas a casa dela está ao léu. Merecia uma redoma de vidro. Na Rússia, a torre de uma igreja destruída na Segunda Guerra ganhou um cubo para preservá-la como marco do episódio.

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De onde vem a sua filosofia de vida?

Minha mãe se baseava na gentileza. Um minuto sozinha num shopping e ela já fazia amigos. Entendi cedo o valor de ser gentil. Não falo palavrão na frente das mulheres. Na infância, minha mãe passava sabão na nossa boca quando falávamos palavrão. Meu pai tinha muito humor. Não há nada mais poderoso que fazer o outro rir.

A Débora é tida como tímida. Você concorda? E como venceu a própria timidez?

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Ela é tímida demais (risos). Quando fazíamos Avenida Brasil, dizia que Débora precisava criar uma personagem para sair de casa, dar entrevistas.É pura, sempre ela mesma. Com maturidade, venci o trauma do Tablado. Para alguns, sou sério. Na verdade, sou reservado. Não brinco com quem não é íntimo.

A que atribui a facilidade de fazer diferentes papéis?

É um misto de intuição e aprendizado. Quando atuo, não sou eu. O Murilo é legal para a namorada. Não gosto de me repetir e sei fazer tipos físicos epsicológicos bem diferentes de mim.

Você remoçou entre Jaime, de Amores Roubados, e Jonas. Évaidoso?

Vaidoso? Estão me chamando para gravar (diz rindo, como se quisesse se safar). Vou fazer o cabelo e já volto. Tenho a vaidade normal. O figurino casual chique de Jonas pode estar no meu guarda-roupa. Coitado do Jaime, era acabado. Reclamei na Globo: estavam me dando personagens mais velhos. Não sei como serão os próximos: estarei na novela do João Emanuel Carneiro (das 21 horas, para 2015) e em Juízo Final, filme do Andrucha Waddington com roteiro da Fernanda Torres.

Faz esporte, cuida da alimentação e sai da dieta às vezes?

Trago a horta da fazenda. Só não obrigo os meninos a privações; eles bebem refrigerante no fim de semana. Mas Antonio quer comer mais proteínas e menos frituras; Pietro imita. Na fazenda, construí uma pista de skate. E mantenho uma quadra de tênis para jogar com meus três irmãos. O chocolate é o que me tira da dieta. (Lembro que tenho uma barra na bolsae ofereço. Ele zomba.) Ah, você é uma chocólatra assumida! Sou absolutamente louco por chocolate, mas preciso me controlar. Pode guardar o seu.

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