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Meg Ryan faz textão divertido: ‘É engraçado ter cabelos famosos’

Para a edição de outubro da InStyle, a atriz usou seus famosos cabelos como ponto de partida para falar sobre a exposição da mídia e como lida com ela.

Por Ana Flavia Monteiro
Atualizado em 17 jan 2020, 12h30 - Publicado em 19 nov 2017, 10h00
 (Dimitrios Kambouris/Getty Images)
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É engraçado ter cabelos famosos. Na verdade, é engraçado ter qualquer coisa famosa. A fama tem meia vida. É algo como a radiação — tempo depois do acontecido, você ainda sente os efeitos. A internet tem complicado a situação, mas eu percebi que consigo me esquivar das notícias sobre mim, se usar a mesma técnica que uso para não ficar me olhando em espelhos constantemente.

É um tipo de aversão controlada, que vale a pena dominar, mesmo que eu acorde em um bad hair day, o que é inevitável.

Porém, eu não sou exatamente uma expert em me ignorar, porque as notícias sobre mim ocasionalmente chegam. Por exemplo, eu tenho plena consciência de que um dia eu tive um corte de cabelo famoso. Eu sei disso principalmente porque eu ainda o vejo nas pessoas em Nova York. Ocasionalmente, ele combina com a pessoa que o usa, mas no geral não, porque eram os anos 90, querendo ou não, e aquele tempo já passou.

Eu também sei disso porque Sally Hershberger, a cabeleireira que fez o famoso corte em mim, me disse. Aparentemente, ela atendeu pessoas que, por anos e anos, levavam páginas de revista com a minha foto e que esperavam sair de lá com o mesmo cabelo que o meu.

Ela tentava o máximo que podia, mas em alguns casos impossíveis – por exemplo, quando a pessoa tinha cabelos muito lisos ou bem enrolados – ela negava o pedido. É impossível agradar a todos.

Quando penso nos meus cabelos, penso em Sally, porque ela é, na maioria, responsável por ele até os dias de hoje. Ela já cortou, aparou e navalhou-o por muitos anos. Durante algum tempo, tinha tanto produto nos meus cabelos que se você colocasse minha cabeça em um microondas por 30 segundos, ele sairia um muffin de lá.

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Felizmente, eu não tenho muitas reclamações sobre meus fios.

Meus filhos, no entanto, têm. Quando meu filho tinha uns 6 anos, eu cheguei em casa de uma sessão de fotos para a qual Sally tinha secado meus cabelos. Ele estava se recuperando de uma gripe. Eu olhei para ele dormindo e toquei seu rosto com o verso da minha mão. Ele abriu os olhos, me encarou e começou a chorar. Ele amassou um pouco meus cabelos para tirar o volumão e se sentiu melhor, eu acho, porque voltou a dormir. Minha filha também fica meio desorientada quando meus cabelos estão superarrumados. Ela tem 12 anos agora, mas quando tinha 6, eu alisei meus cabelos por algum motivo, e eu dei um beijo de boa noite nela.

“Eu te amo”, eu disse.

“Diga-me isso com os cabelos mais bagunçados”, ela sussurrou.

Enfim, eu conquistei aquele famoso corte por acidente – no filme French Kiss (1995) eu interpretei uma mulher presa em Paris sem bagagem, dinheiro ou lugar para viver, então seria estranho se eu tivesse o cabelo perfeitinho. Sally teve que imaginar um cabelo que parecesse ruim, mas bom ao mesmo tempo. Enquanto estávamos testando os possíveis cabelos nos testes de câmera, ela pontuou algumas observações que estava fazendo, puxando o babyliss que estava fazendo em mim. Um pedaço considerável do meu cabelo saiu e continuou preso no instrumento. Eu notei a chama primeiro. Por um segundo, Sally parecia a Estátua da Liberdade: congelada, com aquele babyliss no alto e um pouco verde. Você não pode realmente culpá-la pelo superaquecimento do ferro devido às diferentes tensões na Europa. Ela precisou usar as tesouras para obter o resultado final.

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Às vezes eu deixei os haters me colocarem para baixo em meus dias de bad hair.

Como eu disse, eu tenho sido boa em ignorar coisas publicas sobre mim, mas não ótima.

A internet faz que isso fique difícil. Você pode estar cuidando da sua própria vida por anos e anos, como eu tenho feito, e de repente encontrar uma imagem horrível de si mesmo comendo um sanduíche que você nunca teria lembrado.

Ou você encontra qualquer número de bad hair days imortalizados como se fossem interessantes. Felizmente para as celebridades, a internet democratizou a humilhação – é o fim da privacidade para todos agora, então, ha!

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Provavelmente não é possível ignorar o presidente, mas vou tentar.

Aqueles de nós que eram famosos nos anos 90 tiveram tempo de acostumar-se a ser humilhado publicamente. Lembro-me de ter uma conversa com um repórter que queria falar sobre o meu cabelo, porque ele disse que achava maravilhoso. Uma observação bastante boa, mas difícil de transformar em uma conversa real, não importa o quão bom esteja seu senso de humor, especialmente se você está cansado.

De qualquer forma, acho que suspirei e não quis conversar sobre e essa minha atitude foi percebida por todas as mídias. Isso é algo pequeno, mas você sabe o que quero dizer. A internet sabe muito bem em como tirar coisas do contexto, e isso a ajuda a ser uma espécie de “máquina da vergonha”.

Eu estava brincando quando disse que estava feliz por a internet ter democratizado a humilhação. Isso é muito triste, especialmente para as crianças.

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Às vezes eu deixei os haters me colocarem para baixo em meus dias de bad hair. Espero que meus filhos não desperdicem seu tempo sentindo assim. Como eu disse, minha filha tem 12 anos, bem no começo daqueles anos de adolescência cheio de espinhas. Minha pequena menina, cujo cabelo é lindíssimo, em minha opinião, pode ser zombada por algum hater. Eu simplesmente não suporto isso. Eu me preocupo que só vai piorar dado o terrível exemplo que nosso presidente atualmente define para as crianças no Twitter.

Me parte o coração quando ele insulta, de verdade. Afinal, sinto uma conexão com ele, porque ambos sabemos o que é ter um cabelo famoso. Mas, como ele não parece interessado em parar com isso, armarei minha filha com algo que minha amiga aprendeu com sua mãe quando ela tinha 12 anos. Ela disse que uma pessoa deve saber que metade das pessoas que ela conhecer na vida não vão gostar dela pelo mesmo motivo que faz a outra metade gostar e, por isso, ela deve parar de tentar agradar a todos, dado que, matematicamente, é impossível fazê-lo.

É um conselho maravilhoso e que vale a pena ser compartilhado – não só para crianças. Sally aparentemente sabia isso quando colocou fogo nos meus cabelos. É impossível agradar a todos. E para deixar claro, eu acho ótimo que a matemática consiga comprovar isso.

Há algo a ser dito para ignorar os haters, mesmo que ignorá-los não os faça desaparecer.

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Provavelmente não é possível ignorar o presidente, mas vou tentar.

Ah, eu me esqueci de salientar algo importante, algo que um cabelo famoso nos anos 90 ensinaria a todos. Eu falo apenas com a autoridade de uma pessoa que ainda pode ver seu corte de cabelo de 20 anos atrás em um estranho, mas a vida é mais divertida quando você não se importa com o que as outras pessoas pensam de você. É o fim da privacidade para todos, e os tempos estão difíceis, mas sou grata por ter aprendido isso.

*Esta matéria foi traduzida. Você pode encontrar a original no site da InStyle.

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