Marjorie Estiano: “O amor torna a gente capaz de coisas impossíveis”
A atriz, que faz a Tônia em "Caminho das Índias", abre seu coração em entrevista exclusiva

“Todos os papéis modificam meu jeito de olhar o mundo”, diz a atriz
Foto: Ernani D’Almeida
Na reta final de Caminho das Índias, Marjorie Estiano é ainda mais assediada nas ruas e se emociona com o carinho dos fãs. A empatia de sua personagem, Tônia, com o público é imensa e há uma grande torcida para que ela não desista de ficar ao lado de Tarso, papel do excelente Bruno Gagliasso. “É muito gostoso ver o envolvimento das pessoas. Todos querem que eles sejam felizes”, diz, emocionada.
Aos 27 anos, a bela está em sua quarta novela e concilia bem as carreiras de atriz e cantora. Assim que “Caminho das Índias” terminar, ela vai colocar o pé na estrada pelo Brasil para continuar com a turnê “Combinação sobre Todas as Coisas”.
Decididamente, este é um ano de realizações para a artista que acabou de filmar “Malu de Bicicleta”, de Flávio Tambellini. No longa, a ser lançado em 2010, vive Sueli, sempre à procura de um amor. “Ela é inquieta, não consegue se colocar plena nas coisas e se envolve com caras problemáticos”, diz a atriz curitibana.
Na vida pessoal, Marjorie está tranquila. Namora o músico André Aquino, da banda “Macanjo”, há mais de três anos e se considera casada. Quer saber qual o segredo de sucesso de Marjorie? Disciplina e estudo. Nesta entrevista à revista TITITI, ela conta tudo sobre sua personagem e ainda revela muito mais… Acompanhe:
O que a Tônia trouxe para você?
Muito prazer. A Tônia é uma personagem riquíssima: doce, agitada, inteligente. Além disso, poder aprofundar em um tema como a esquizofrenia é um privilégio.
Como se preparou para interpretá-la?
Pesquisando bastante sobre a esquizofrenia. Li diversos livros, vi documentários, entrevistei pacientes, familiares, namoradas, psiquiatras… Fiz exercícios até descobrir o ritmo e os gestos da Tônia… E com o texto fui descobrindo sua linha de raciocínio, seus porquês e características. Estudei pra valer.
O que é melhor: fazer vilã ou boazinha?
Os vilões são sempre empreendedores e geralmente movimentam a trama. Trabalhar com essa carga de intensidade é interessante, mas desgastante também. De qualquer maneira, todos os papéis sempre acrescentam demais à minha vida e modificam meu jeito de olhar o mundo.
Como você percebe a diferença entre o público de cada novela: de Malhação e Caminho das Índias, por exemplo?
O de Malhação é um nicho específico… São adolescentes fervorosos e participativos. O das novelas das 9 é mais abrangente. No caso da Tônia, as pessoas torcem muito por ela e Tarso, incentivam para que permaneça ao lado dele. Querem a felicidade dos dois. É muito gostoso ver esse envolvimento.
Em Páginas da Vida, Marina cuidava do pai alcoólatra (Eduardo Lago) e a Tônia se apaixonou por um esquizofrênico. Ambas tiveram um papel social, certo?
Sim, e é gratificante interpretar tipos que trazem à tona assuntos que são tabus envoltos em preconceito. Para mim, é sempre uma lição de vida.
Que conselho você deixa para quem vive o problema?
O que eu posso fazer é transmitir o que ouvi de quem já viveu essa situação. Neste caso, as pessoas geralmente procuram se apoiar umas nas outras, a união da família é importante, assim como o tratamento, inclusive a terapia. Elas também buscam todo tipo de informação para ajudar o doente e se sentirem mais fortes.
O que faria se descobrisse que seu companheiro é esquizofrênico?
Não consigo prever minhas atitudes… Mas acredito que o amor torna a gente capaz de coisas impossíveis.
Cantar ou atuar, qual é sua maior paixão?
Se a opção tivesse que ser feita em função do que me dá mais prazer não saberia escolher. Nunca soube, por isso me profissionalizei nas duas.
Como administra o tempo?
Enquanto estou com a novela é impossível sair em turnê, porém a pré-produção de um CD ou show é viável, assim como escolher repertório, gravar e até ensaiar. Acabando a novela farei shows da temporada “Combinação sobre Todas as Coisas”, ao mesmo tempo em que o próximo CD está em andamento.
O que quer de agora em diante?
Bons trabalhos, os amigos por perto e muita saúde!