Leo, da dupla Victor & Leo, quer uma menina: “Vamos tentar engravidar até a chegada dela”
O cantor já é pai dos meninos Mateus e Antônio
Leo e o horizonte idílico de seu refúgio em Uberlândia
Foto: Tomás Arthuzzi
Leonardo Chaves, 37 anos, estava preso no trânsito de São Paulo, em 2006, quando decidiu fugir da cidade grande. “Recebi uma ligação da minha mulher, Tatianna (30), dizendo que havia internado nosso filho Mateus (7) com pneumonia, febre e eu não podia fazer nada. Foi naquele momento… Deu um start e decidi ir embora. Liguei para a Tati e falei para ela preparar o coração e a cabeça: iríamos mudar daquele inferno”, relembra o cantor. A nova cidade já havia sido escolhida: Uberlândia, Minas Gerais. Coincidentemente, no começo daquele mesmo ano, 2006, Victor & Leo fizeram um show no município mineiro e, ao sair do hotel, o cantor avistou uma fila de carros. Perguntou para um amigo que outra estrela mais estava se apresentando naquele dia. “Éramos nós! Não acreditei, pois vivia ouvindo histórias de empresários que diziam que estávamos estourados no Brasil inteiro e quando chegávamos para nos apresentar: meia dúzia de gente! Aquele show foi um dos mais marcantes da nossa carreira e acabei me apaixonando por Uberlândia. Assim, me mudei para cá”, relembra Leo à CONTIGO!. Da cidade, vieram fazendas próximas, sendo a primeira a Hortense, que vendeu para Victor, 38, em 2012, e agora o novo refúgio, que tem um nome à prova de dúvidas: Paraíso.
A nova fazenda de 164 hectares é enorme, mas a casa é pequena, simples, praticamente usada para dormir – a diversão está lá fora. Paraíso foi adquirida em 2012 e fica a 40 quilômetros da segunda mais populosa cidade mineira depois de Belo Horizonte – bem perto, o que facilita, já que a família mora oficialmente em um apartamento em Uberlândia, onde as crianças estudam e a dupla mantém seu escritório, de onde sai para o Brasil seu ônibus e duas carretas. “Quando entrei pela porteira da Paraíso pela primeira vez, senti que isso tudo seria meu, mesmo sem saber o valor nem de quem era a propriedade. Não descansei até fazer o negócio e assinar os papéis”, relembra.
Andando pela fazenda, vemos os bois pastando em um ambiente para lá de bucólico. Leo é um apaixonado pela criação de gado da raça senepol, que investe desde 2008, quando ainda morava na fazenda anterior e o primeiro boi foi adquirido pela mulher, durante um leilão da categoria. “Ela me ligou no meio da semana e disse que tinha comprado um presente. Só depois fui saber que era um tourinho (risos). Quase caí para trás! Mas confiei no gosto dela e hoje temos 15 doadoras de embriões e 200 receptoras, que servem de barriga de aluguel. Nosso negócio vai além de gado de corte: aqui nós produzimos genética”, explica. Antes da criação bovina, Leo era dono de uma manada de cavalos da raça quarto de milha, mas acabou vendendo e ficando com alguns animais para diversão dos filhos e dele, claro.
Tatianna, Mateus, Leo e Antônio, que está de olho em Chalana, a são-bernardo de 6 anos do irmão, Victor.
Foto: Tomás Arthuzzi
Homem do mato
Nos momentos em Paraíso, ele procura se divertir ao máximo com os filhos, Mateus e Antônio, 3 – até criou um sistema diferenciado de sono para ficar com eles. “Na segunda, chego de madrugada depois dos shows do fim de semana e não durmo, vou direto. Quando meus filhos acordam, estou de pé e brincamos. Dessa maneira, consigo regular meu organismo para responder às atividades da família. É assim toda a semana”, conta. Dentre os atrativos preferidos dos meninos (e do cantor!) estão passear de barco e jet ski na represa Miranda, que beira a fazenda, cavalgar e brincar na bela casa da árvore – que na verdade fica ao lado de duas e não no topo (foto acima).
Embora tenha nascido na pequena Ponte Nova, na zona da mata mineira, o cantor acabou mudando ainda criança para Abre Campo, também no interior do estado. Lá, ele gostava mais de ficar na fazenda dos avós do que na cidade. “Praticamente fui criado nesse meio rural. Quando eu e meus primos saíamos de férias, eles queriam ir à praia e eu brigava para permanecer no mato. Era maravilhoso poder ficar enfiado na roça, andar a cavalo e ver aquela paisagem maravilhosa. Adorava acordar às 5h da manhã para apartar as vacas e tirar o leite. Convivia muito com os peões que tinham essa rotina e acabei aprendendo muita coisa”, conta. Ele faz questão de passar essa educação para os filhos. Já ensinou o mais velho a cavalgar e, na hora de vistoriar o gado, saem juntos. Por causa dessa paixão pelo campo, Leo foi parar em um colégio interno por vontade própria, aos 13 anos. “O Colégio Dom Bosco, onde eu estudei de 1989 até 1991, era uma enorme fazenda. Pedi horrores para meus pais me levarem para lá. Eu e meus amigos fazíamos muitos trabalhos rurais, esportes e foi durante essa época que descobri a música”, diz. Ele aprendeu a tocar flauta e com as lições do coral que participava, desenvolveu o canto. Vivia se apresentando em competições nas cidades próximas: “Eu era o melhor aluno de música da escola e sempre voltava com algum prêmio. Juntei esse aprendizado com o que meu avô, seu Tunico, me ensinou durante os tempos em que a gente ficava ouvindo música sertaneja de raiz no rádio e comecei a pensar que a música poderia ser meu sustento”.
A dupla com o irmão foi nascendo naturalmente. Após sua saída do colégio interno, Leo começou a cantar com Victor e a fazer pequenos shows para a família. Depois, em 1994, se mudaram para Belo Horizonte para se apresentar em casas noturnas e cinco anos depois foram para a noite de São Paulo.
O cantor criou uma rotina de sono diferenciada para poder brincar com os filhos, o que inclui balançar Antonio no jardim
Foto: Tomás Arthuzzi
Foi nos palcos que ele conheceu a mulher, a nutricionista Tatianna Chaves. Depois de se juntar com o irmão Victor e começar a fazer carreira nas casas noturnas de Belo Horizonte, a dupla resolveu se mudar para São Paulo, em 2001, e foi nessa época que ele se apaixonou. “Durante um show, avistei uma moça que dançava na frente do palco. Ela chamava a atenção de todo mundo no salão. Fiquei tão desconcertado com a beleza dela que até errei a letra de uma das músicas”, brinca. Na época, o cantor tinha uma namorada, mas estava passando por um momento complicado. Após o término desse relacionamento, convidou Tatianna para sair – mas para um primeiro encontro inusitado… “Ele me chamou para correr no Parque do Ibirapuera. Nós gostamos muito de esportes e acabou rolando um clima ótimo. Logo em seguida, começamos a namorar e, depois de três meses, fomos morar juntos”, explica Tatianna. Ela ficou com medo de que seus pais reclamassem dessa rápida união, por ser de uma “família de princípios”, nas próprias palavras. Por isso, Leo foi conversar com os futuros sogros e explicou que ele queria casar, mas não tinha dinheiro na época. “Ainda não havia estourado e queria deixar claro que, para mim, era uma relação muito séria”, relata. Um ano depois, eles se casaram na garagem da casa da mãe dela, dona Cynthia, 53. Leo fez questão de cantar a música Meu Eu em Você para a noiva entrar. A composição é da cantora Paula Fernandes, 29, amiga da dupla, que cantou Ave Maria no momento da troca das alianças. No dia da entrevista para CONTIGO!, eles completavam oito anos de união, com planos de aumentar a família. “Sou louco por crianças e quero muito ter uma menina. Vamos tentar engravidar até a chegada dela, nem que venham mais alguns meninos”, disse o cantor, que desde a adolescência sonhava em ser pai.
Eles brigam, mas tudo bem
Com o novo álbum, Viva por Mim, Victor & Leo comemora 22 anos de estrada. Para que o sucesso pudesse continuar por tanto tempo, a relação dos irmãos teve de ser baseada em muito respeito. “Nós temos personalidades diferentes. Victor é mais reservado, mas sabe lidar muito bem com o público. Eu já sou mais comunicativo, tenho facilidade de fazer amizade. Às vezes, a gente discorda na hora de tomar alguma decisão no lado profissional. Esses momentos são naturais quando se trata de família. Nós brigamos um pouco, mas sabemos nos respeitar. Sempre chegamos a um consenso”, comenta Leo. Victor, que assinou as produções dos álbuns anteriores, deu total liberdade para o irmão inovar nas misturas musicais do novo CD. “Mostrei minhas composições, coisa que não tinha costume de fazer, e ele acabou adorando. Disse que era para continuar por esse caminho. No fim, fiz oito das 13 faixas”, contou entusiasmado.
ESTA MATÉRIA FAZ PARTE DA EDIÇÃO 1999 DA CONTIGO!, NAS BANCAS EM 08/01/2014.
Leo e o filho mais velho, Mateus, cavalgam pelo pasto na hora da vistoria do gado
Foto: Tomás Arthuzzi