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Juliana Silveira e Marcos Pitombo interpretam neonazistas: ‘Depois de gravar, não consegui dormir’

Priscila e Paulão mataram um flanelinha e colocarão fogo em um ônibus com nordestinos. Personificando o ódio e a intolerância, os polêmicos personagens de Vitória trazem um debate sobre o preconceito

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 04h16 - Publicado em 9 jun 2014, 21h00
Emilãine Vieira (/)
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Priscila e Paulão, os vilões de Vitória, levam para a TV a discussão sobre os grupos neonazistas no Brasil
Foto: Divulgação

Polêmica é o que não tem faltado há uma semana no horário nobre da Record. A chegada da novela Vitória trouxe grandes apostas para a emissora e veio em clima de batalha. Para aproveitar os baixos índices de audiência de Em Família, a tática encontrada foi dar espaço para Cristianne Fridman, autora dos sucessos Chamas da Vida e Vidas em Jogo, com uma história permeada de debates. Entre os diversos temas delicados que fazem parte da trama, um tem ganhado destaque desde seu anúncio: o núcleo neonazista.

Ódio, preconceito e intolerância vêm à tona com os líderes interpretados por Juliana Silveira e Marcos Pitombo. Eles dão vida a Priscila e Paulão. Ela, doutorada em História. Ele, pós-graduando em Administração. Dois namorados de classe alta que encabeçam crimes contra negros, nordestinos, gays e moradores de rua. As cenas são pesadas.

“Sabemos que a questão é delicada. A Cris está conduzindo a história de uma forma cuidadosa. A ideia é intercalar, colocar uma cena forte e deixar a personagem sumir por alguns capítulos. Temos que ver como o público vai responder, né?”, analisa Juliana Silveira, que vive os conflitos da primeira vilã da sua carreira.

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Na semana inicial do folhetim, Priscila e Paulão atropelaram, espancaram e mataram o flanelinha Sorriso. Inescrupulosos, eles envolveram o corpo do rapaz em um tapete para se desfazer dele. “Não há exibição de violência explícita, mas as situações são muito tensas”, explica Marcos Pitombo. Para não agravar o risco da história se tornar uma apologia à intolerância, os personagens são apresentados como psicopatas desde o começo da trama.

“Todo mundo diz que ser vilão é um barato, né? Mas a gente está sofrendo muito. Eu, pelo menos, termino as gravações com dor de cabeça. Depois de concluirmos a sequência do personagem Sorriso, acordei às duas da manhã e não consegui dormir mais”, confessa o ator. “Tento tirar coisas boas de uma experiência forte como essa, porque as cenas são difíceis. Mas não posso ficar pirando, então falo comigo mesma: ‘Tem alguma coisa boa, vamos prestar atenção'”, garante Juliana.

Juliana Silveira e Marcos Pitombo interpretam neonazistas: 'Depois de gravar, não consegui dormir'
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Os artistas na festa de lançamento da novela: felizes, mas cautelosos
Foto: Leo Franco/AgNews

Imersão no personagem vs libertação

Para compreender melhor a narrativa que estão contando, os integrantes do núcleo participaram de workshops com profissionais especializados em história do nazismo e neonazismo. Assistir a documentários, filmes e participar de pesquisas também foi parte da preparação. “No Brasil, há este tipo de organização, que é realmente uma coisa que eu não sabia”, conta Juliana. “É algo muito mais próximo do que a gente imagina. A Internet nos surpreendeu, mostrou que existem muitos grupos organizados aqui. Existem páginas com mais de mil membros, fanpages com mais de 10 mil curtidas”, lamenta Pitombo.

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Para conseguir lidar melhor com os papeis, os dois encontraram diferentes formas de se libertar da carga emocional dos personagens. “Chego em casa e tento tomar um bom banho, um chá, alguma coisa para tirar essa energia negativa”, receita Marcos. “Eu rezo muito! E, dependendo do dia, tomo banho de sal grosso”, dispara Juliana.

A busca pela paz através do discurso de ódio

Toda a polêmica promovida por Priscila e Paulão tem uma causa maior: a luta contra o preconceito. Ao contar a história de ódio, Cristiane e os atores pretendem demonstrar o quão absurdo isso é. “Quando você se permite escutar e conhecer o outro, perde o medo. É dele que começa a intolerância”, afirma Juliana. “A gente sabe que é uma realidade que, aparentemente, parece distante, mas existe um preconceito – um racismo – velado no Brasil”, analisa Marcos.

Para eles, é claro o resultado que desejam alcançar: “O objetivo é levar informação para as pessoas, para que possamos diminuir um pouco casos desse tipo. A nossa peça nessa engrenagem, infelizmente, é fazer da ‘pior forma’ possível”, esclarece Pitombo, que relembra ainda o caso Daniel Alves e a campanha lançada por Neymar. “Essas coisas comprovam que o tema é totalmente contemporâneo. Está na boca do povo e precisa ser discutido”, sentencia.

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Veja também: Vitória! Tudo que rolou no lançamento da nova novela da Record

Juliana Silveira e Marcos Pitombo interpretam neonazistas: 'Depois de gravar, não consegui dormir'

Raphael Montagner e Liege Muller acompanham Marcos e Juliana no polêmico núcleo
Foto: Reprodução/Instagram

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