Juliana Paes: “Eu curto as coisas simples da vida”
Com muita doçura, a atriz Juliana Paes conta como está sendo viver Gabriela, um dos personagens mais populares da televisão
Juliana Paes: sucesso na pele da nova Gabriela
Foto: TV Globo/Divulgação
Muita gente criticou antes de ver, mas a beleza exótica de Juliana Paes se encaixou direitinho com as características de Gabriela, protagonista da nova novela das 23h, que estreou esta semana na Globo e ficará quatro meses no ar. E olhe que a missão não é das mais fáceis: substituir o mito Sonia Braga, que viveu a personagem na TV, na primeira versão da trama, em 1975. A história, adaptada por Walcyr Carrasco, é baseada no livro de Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela, de 1958.
Para encarnar a personagem, Juliana passou alguns dias na Bahia e sentiu na pele a sede, a secura no rosto e na garganta e a dificuldade de falar por causa do calor. “Também sei ficar de pé sujo no chão e tenho muito orgulho disso. Não tenho vaidade de ter que estar sempre linda. Se estou fazendo uma personagem e tenho que ficar feia, eu quero mais é ficar muito feia mesmo!”, diz, com simplicidade. Na primeira fase da novela, a atriz está suja, descabelada e sem fazer a sobrancelha. “Gabriela é simples por não ter tido nada, ter passado fome e sede. Mas ela vai se transformar!”, conta. Na entrevista, Juliana fala sobre trabalho, vaidade e o filho Pedro, de 1 ano e meio, que mudou sua vida!
Você sempre foi um mulherão?
Não! Eu nunca fui uma criança bonita, era muito “zoiúda”! Naquela época não se usava o nome bullying, mas brincavam comigo e me colocavam apelidos na escola. Quando fui amadurecendo, passei a gostar de mim do jeito que sou. Descobri que não sou uma mulher de beleza perfeita: tenho traços exóticos e gosto disso.
Como foi para você viver uma personagem tão diferente?
As pessoas esqueceram que Gabriela teve uma fase feia, acham que tudo era glamouroso. Mas ela trabalhou no sertão e depois veio para a cidade. E ela não vai ficar suja o tempo todo, não, logo vai se adaptando. A gente está sendo fiel à história. Em 1920, não havia escova de dente, não tinha nem água em alguns lugares. Era difícil se limpar. Essa transformação (quando ela fica bonita) é emocionante.
Juliana Paes em cena de “Gabriela”
Foto: TV Globo/Divulgação
Quais foram as maiores dificuldades que você teve nas gravações no sertão?
Não existem dificuldades, só desafios de um novo trabalho. O sotaque é delicado, mas foi muito bom ter ido pra lá. Tem gente que fica quatro dias na Bahia e já volta dizendo “mainha” e “painho”. Imagina ficar 15 dias? Eu aprendi a sonoridade rápido.
Você amadureceu muito com a maternidade? O que mudou?
Depois que a gente tem filho, fica muito mais corajosa, mais abusada, mais porreta mesmo (imita o sotaque baiano). Eu tinha muito medo antes de ter filho, por achar que não ia dar conta. Antes, eu queria fazer tudo ao mesmo tempo. Hoje, preciso saber o que é mais importante. Se a unha ficar sem fazer, tudo bem, mas não vou deixar de vacinar meu filho. Meu papel principal nesse momento é ser mãe. E isso me dá serenidade.
Você se identifica com Gabriela?
Eu me identifico com a simplicidade de Gabriela. Óbvio que nas devidas proporções: não durmo em esteira de palha. Eu curto as coisas simples da vida, eu sei me enamorar de um pôr do sol, eu consigo sentir sensações como um vento que bate gostoso… Eu gosto de contemplar mesmo essas coisas simples da vida, como ela.