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Juliana Paes: “Demorei muito, mas aprendi a dizer não”

Por Luciana Ackermann (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 18h46 - Publicado em 10 nov 2015, 13h29

Conter a malemolência, sorrir menos e endurecer os movimentos. Esses são os novos desafios da atriz Juliana Paes, 36 anos, para dar vida a Carolina Castilho, ambiciosa editora de moda na nova novela das 19 horas, Totalmente Demais. A atriz está exultante com o novo trabalho: “Não é uma vilãzona, do tipo Carminha, mas é bem escrotinha e vai infernizar a vida da personagem da Marina Ruy Barbosa”.

Com esse papel, Juliana comemora 15 anos de carreira. Sua trajetória, que se iniciou sem grandes pretensões, não demorou a alçá-la ao time principal das grandes atrizes brasileiras. Modelo, ela chegou a fazer figuração em Malhação. Até que um outdoor chamou a atenção de Ricardo Waddington. Nela, o diretor enxergou Ritinha, a sensual empregada doméstica de Laços de Família que enlouquecia Danilo Menezes, interpretado por Alexandre Borges. Daí em diante, a atriz engatou um trabalho no outro. Já viveu mais de 30 personagens, entre novelas, minisséries e filmes.

Formada em propaganda e marketing, Juliana nunca frequentou cursos de artes dramáticas ou oficinas de atores. Tudo que aprendeu foi na prática, com dedicação e coragem. Verdadeiras “provas de fogo”, que lhe renderam sucessos de crítica. Sua estreia em horário nobre foi em 2009, com a Maya, de Caminho das Índias, fruto de muito esforço e preparação por parte da atriz. Em 2012, viveria um grande desafio: apresentar a sua versão de Gabriela, um dos personagens mais míticos do imaginário nacional e já consagrado por Sonia Braga. Aos poucos, conquistou e convenceu o público. Para viver Catarina, de Meu Pedacinho de Chão, Juliana trabalhou em “todas as frentes”: voz, timbres e tiques num profundo mergulho no mundo da fantasia do diretor Luiz Fernando Carvalho.

Casada há sete anos com Carlos Eduardo Baptista, mãe de Pedro, 4 anos, e Antonio, 2, Juliana diz que ama se jogar nas brincadeiras com as crianças. “Não tenho medidas, nasci para ser mãe de meninos.” 

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Mãe moleca

Como é cansativo! Não digo que as meninas sejam mais quietinhas. Mas as brincadeiras são outras, pelo menos. Os meus filhos são feras, gostam de guerrinhas de pular em cima do outro, saltam sobre minha barriga, meus peitos, minha cabeça. Eles não têm medida. Eu amo, vejo que nasci para ser mãe de menino. Lá em casa, é meio ao contrário mesmo. É o Dudu que grita: `Parem os três de pular no sofá!¿ Um dia desses, meu sogro disparou: `Juliana, eles vão estourar seus peitos¿. Tenho prótese. Fiquei mega sem graça. Levantei, tentei me recompor e disse que já estava acostumada. Na verdade, eu também não tenho medida. Adoro me jogar com os meninos, eu sou a bruta em pessoa. Sem querer, às vezes, machuco o Dudu nas nossas brincadeiras. Sou muito feliz com os meus guris, meus bofinhos. E ADORO ser a rainha do lar. Não há nada de ruim em ser a única mulher em casa… Porque sou paparicada! Eles me chamam de linda, de gorducha, de cheirosa. Mas não quero mais filhos, não. Um é pouco, dois é bom, mas três é demais.

Bate-bola… na trave!

Carlos Eduardo atua em marketing esportivo, trabalha com futebol. Gosto, sei muito bem o que é impedimento. Isso é básico pra mim. Imagina, não faço comentário tosco sobre futebol na frente do Dudu de jeito nenhum, já sei até a cara que ele faria… Mas, se estamos os quatro em casa, começo a assistir ao jogo e, quando vejo, estou brincando com os meninos, pegando o patinete, chutando o joão-bobo e fazendo outras coisas. Cada vez tenho menos tempo, não vou deixar de curtir as crianças. E também confesso que curto mais assistir às partidas do Champions League.

Sem meias-palavras

Foram quase seis anos de namoro. Nós nos casamos em 2008 e acho que o segredo de uma união duradoura é entender que existem fases. É saber tanto velejar no mar revolto como curtir a lagoa serena. Ciúme é muita perda de energia, não vivemos isso, não. Acredito na franqueza para manter quente a relação. Papo aberto e diálogo. Não é discutir a relação, mas sinalizar mesmo. Dizer que gostou de um toque, de um movimento, do jeito que ele falou, de uma fungada que deu. Eu falo: `Ai, amor, adorei aquilo que você fez hoje¿. Não adianta esperar que o outro entenda quevocê fez um ai, e não um ui. Vamos ser assertivos nisso, que a gente tem mais o que fazer! Vamos verbalizar! Quando acaba o trelelê, digo logo do que gostei. Assim, na próxima, ele já sabe e, dessa forma, acertamos cada vez mais.

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Não. E pronto!

Demorei muito, mas aprendi a dizer não. Ufa… Chegou um momento em que me via fazendo tudo para satisfazer todo mundo e estava extremamente incomodada, estressada e p. da vida comigo mesma. Sou uma pessoa que gosta de agradar, mas tenho que fazer o que estou a fim, e não o que os outros querem que eu faça. Foi libertador. Atribuo essa lição à maternidade. Meus filhos me fizeram entender que não posso querer ficar agradando aos outros porque eles são a minha prioridade, eles são o meu sim.

De cara lavada

O mais difícil da beleza é não se deixar escravizar pela expectativa das pessoas. Às vezes, na pressa, eu olho no espelho e acho que estou ótima sem maquiagem. Quando vou à rua, percebo um olhar diferente, de surpresa, estranhamento. Eu vou sair de cara lavada, sentir-me bem assim e mostrar que sou igual às outras mulheres e tudo bem. Acho que minha autonomia é meu truque de beleza. Eu me viro muito bem sozinha, sei me maquiar, faço meu cabelo direitinho.

Vida em público

Gosto muito de redes sociais. Meu único problema é que acabo não dissociando as questões da vida privada e do trabalho. (No perfil @julianapaes, do Instagram, ela divide sua rotina glamourosa com mais de 1,7 milhão de fãs.) Sou diferente de alguns colegas, que sabem separar muito bem e acabam usando-as para fins de trabalho. Eu adoro postar a foto do meu filho, que comeu tudo. É o meu jeito de fazer uma sopa com tudo isso. É óbvio que procuro ser comedida e não ficar o tempo todo postando coisas íntimas.

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Curvas reais

Uma das delícias da maturidade é compreender algumas coisas da vida; entre elas, que eu nunca vou ser magrela. Meu biótipo não é de mulher magrinha. No momento, estou tentando fortalecer a musculatura com um mix de atividades. Quero ficar um pouco mais sequinha, torneada, com a barriga mais firme – depois de dois filhos, o tônus muda mesmo. Associo muay thai, cross fit e TRX (uma variação do pilates, com fitas, que amarro numa árvore perto de casa). Meu treino de cross fit não é aquele hardcore, não. Tenho lordose. E, na minha playlist da malhação, só toca Bruno Mars!

Comer, beber, sacudir!

Se eu for para a cozinha com uma receita, posso acertar, mas não me considero uma grande cozinheira. Cozinhar é prática, e eu não tenho tempo para desenvolvê-la. Prato preferido, feijoada. Estou para conhecer uma pessoa que goste de comer arroz e feijão como eu. E, no domingo, adoro receber os amigos em casa com churrasquinho. Dudu é quem vaipra churrasqueira. Nunca faltam a piscina e a música, do pagode ao jazz. Eu preparo os drinques e ataco de DJ. Há dias de Exalta Samba, outros de Rod Stewart.

O que vem por aí

Nunca fui de fazer projeções de longo prazo. Tenho algumas ideias, penso em projetos em que eu possa ter um pouco mais de autonomia. Produzir, dirigir… Mas não me vejo como uma megaprodutora e não direciono minha vida para isso. Estou numa fase que é de ação. Eu me pego muito no celular em vez de olhar as pessoas. Meu desejo é ser mais contemplativa. Espero não ter essa urgência de hoje de responder a dez e-mails; espero poder cuidar mais das minhas plantinhas. Ver mais do que ser vista. Notar as pessoas em vez de ser notada. Aos 54 anos? Eu me vejo na varanda de casa, lendo todos os livros que eu não consigo ler.”

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