Inimigos da HP comemora 10 anos de sucesso
Saiba um pouco mais sobre os rapazes que inovaram o pagode com uma levada pop
O grupo reunido: Bonilha, Cebola, Tocha,
Gui (de pé) e Sebá, Bruninho e Alemão
Foto: Divulgação
A partir dos encontros descompromissados para tirar um samba e agitar festinhas familiares, os ex-universitários Sebá (voz), Bruninho (cavaquinho), Alemão (surdo), Tocha (rebolo), Cebola (pandeiro), Gui (repique) e Bonilha (percussão) formaram um grupo de pagode. E não é que deu certo?! Tanto que estão comemorando 10 anos de sucesso.
Sim, os rapazes chegaram a se formar, cinco em engenharia, um em publicidade e outro em administração, mas exerceram muito pouco essas profissões, que deixaram para se dedicar exclusivamente à música. Foi quando escolheram o nome da banda: num ritual, queimaram as calculadoras da marca Hewlett-Packard (HP) que a maioria utilizava no trabalho como engenheiro e batizaram o grupo de Inimigos da HP. Sacou?! No início, eles faziam shows em casas noturnas, barzinhos e vendiam os CDs nestes eventos. Batalharam de montão. Resultado: têm quatro discos gravados e três DVDs. No mais recente deles, o “Zoodstock na Estrada”, os sete parceiros ousaram e com uma câmera na mão registraram todos os momentos pelos quais passaram nas viagens para apresentar aos fãs.
Conheça agora um pouquinho mais dos garotos (eles são todos comprometidos, meninas!), que arrancam suspiros da mulherada, representados pelo líder Sebá, nesta entrevista exclusiva.
Nesses 10 anos de banda, o que mais vocês aprenderam?
Nunca pensamos que um dia fossemos fazer sucesso, porque nosso trabalho partiu de uma brincadeira. Nessas, acabamos aprendendo a fazer música. Veja só como a vida pode ser surpreendente!
Em algum momento durante esse tempo todo quiseram mudar o estilo?
O Inimigos trouxe novidade para o mundo do samba. Fazemos samba-pop, pagode-pop… Gostamos de misturar instrumentos de samba com os de rock. Nunca pensamos em mudar de estilo porque a galera curte. Mas estamos abertos às novidades.
Qual o diferencial do novo DVD em relação aos anteriores?
Este é o primeiro DVD com quase todas as músicas inéditas e autorais e com a participação de convidados, como Fundo de Quintal e a dupla Edson & Hudson (na época eles ainda estavam juntos). Juntar o sertanejo com o pagode é bem divertido, dá um “sambanejo”.
Sente que há preconceito contra os artistas que cantam pagode e axé?
Já teve mais e ainda rola um pouco nas TVs. A gente já se apresentou em todas as emissoras, mas sinto que às vezes o convite vem como uma obrigação porque o público quer.
E fora da televisão?
Olha, no começo até os nossos amigos olharam meio feio quando falamos de tocar pagode. Depois, muita gente começou a gostar de pagode por causa da banda, porque fizemos um som diferente e conseguimos popularizar. Eu costumo dizer que fazemos um show legal e bacana tanto na Daslu (butique de luxo paulistana) quanto na perifa (periferia).
Como fizeram para quebrar o preconceito?
Acabou que a gente foi meio cara de pau. Nos metemos no meio artístico trazendo para o pagode um estilo diferente. Recebemos indicação ao Grammy Latino 2009 na categoria Melhor Disco de Samba e Pagode. Foi uma surpresa porque nunca tínhamos sido indicados para nenhum prêmio no Brasil. O mais importante é sempre o reconhecimento do público, que está cada vez mais eclético. Hoje em dia no MP3 de um jovem toca de tudo: sertanejo, pagode, rock e eletrônico.