Guilherme Leicam
Foto: TV Globo/Divulgação
O galã Guilherme Leicam, 23 anos, está conseguindo chegar aonde sempre quis. Quem acompanha Em Família, de Manoel Carlos, já o viu em cena. O gato de olhos azuis é um dos personagens principais da trama: o polêmico Laerte quando jovem. E, claro, o ídolo mostra-se orgulhoso pelo fato de estar fazendo o Brasil ferver diante da telinha.
O reconhecimento do público, aliás, é um sonho antigo de Guilherme, que sempre quis atuar. Aos 13 anos, ele deixou o Rio Grande do Sul para morar no Rio de Janeiro com a mãe. A ideia era estudar e conhecer melhor a profissão. A mãe resolveu realizar a vontade de Guilherme. “Ela viu no brilho dos meus olhos o quanto eu gostava disso e resolveu apostar”, conta o artista.
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Confira mais sobre nosso papo gostoso com esse vencedor.
Laerte é ciumento, agressivo… Conta um pouco mais sobre ele!
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Guilherme Leicam: O amor dele é muito intenso, mas é um passional do bem. Desde criança nutre um amor enorme pela Helena e se sente meio que dono dela. E a Helena sempre fala que “ninguém é dono de ninguém”. Ela diz que ama duas pessoas ao mesmo tempo e ele não entende. Aí ele se fecha, ao querer manipular algo que não é manipulável. Ele vai ser julgado por isso, culpado por isso e acha que não está fazendo nada demais. Laerte só amadurece quando vai a Viena e vira flautista. O amor que ele deu a Helena, deu à música depois.
Como foi gravar as cenas de briga com o Nando Rodrigues, que faz o Laerte?
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Tomamos todo o cuidado para não nos machucarmos. Como as cenas eram muito intensas, eles até ofereceram dublês. Sempre recusei enquanto pude. E quando ia gravar essas cenas, dormia cerca de duas horas só por dia para poder chegar com os olhos vermelhos, cansado, acabado. Em outra sequência, desta vez com a Bruna Marquezine, em Goiás, na qual o Laerte e a Helena brigavam, ela me deu uma cotovelada no tríceps que ficou roxo um mês. Mas a gente dá risada e tenta fazer com que as coisas sigam de maneira saudável.
Como é preparar um personagem para outro ator assumir depois, no caso o Gabriel Braga Nunes?
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É uma corrida de bastão (risos)! Peguei o que o Eike Duarte me deu e estou entregando-o ao Gabriel. O bom é que o Maneco escreve de uma forma incrível! Tentei ler o texto do Laerte na terceira fase e não ficou bom para mim. O Gabriel foi ler a fase na qual interpreto o papel e não ficou bom para ele. Então, assim, o tipo foi exatamente escrito para minha fase. Eu não fiz o trabalho de pensar como ele seria depois. Fiz o trabalho de como ele é hoje, na juventude. Senão a gente fica muito preocupado com os detalhes… Fizemos questão de não fixar gestual, sotaques. São fases diferentes. Na minha ele está em busca da identidade, tem um amor obsessivo pela Helena… Na fase do Gabriel já está mais maduro, é um artista, recuperado, evoluiu mentalmente.
Qual é o peso de fazer um protagonista no horário nobre?
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Agora eu começo a sentir o peso que todo mundo fala. A gente não sente o peso durante o processo, porque fazemos com muito amor, entre amigos. A segunda fase foi muito gostosa, pois o elenco é muito jovem, deixava o estúdio alegre. É o meu primeiro protagonista em horário nobre. É o lugar em que todo ator sonha estar. Fiz muitas pesquisas para interpretar esse papel tão visceral, que sente tantas coisas. Mas acho que encontrei o caminho com a equipe, o Jayme (Monjardim, diretor) me ajudou muito. E o texto já é humano, simplificado. Você lê e automaticamente imagina.
O que sentiu quando terminou de gravar Em Família?
Ainda não terminei de gravar totalmente. Surgiu um flashback que ainda vou fazer. Não posso explicar direito, porque não sei se vai envolver a primeira fase ou a segunda. Mas é legal saber que o Maneco ficou satisfeito com o resultado em geral.
Já tinha visto alguma cena antes da estreia?
Olha, eu fiquei muito curioso. Logo no início assisti a algumas que eu sabia que tinham ficado belíssimas. Me emocionei de verdade com elas.
Qual foi a mudança no visual para dar vida ao Laerte?
Sempre quis fazer um tipo de barba. Meu teste para o Laerte foi sem. Depois sugeri ao Jayme e ele achou legal. Acho que a barba me aproximou muito do Gabriel. Dá uma maturidade ao personagem.
Como é se despedir do Laerte, que marca tanto essa segunda fase da produção?
Não sei responder, essa é a única pergunta para qual não tenho resposta. Toda vez que tenho de me despedir de um personagem é um processo de desconstrução muito difícil. Nesses quatro meses, venho pensando igual a ele, agindo como ele e querendo ser ele. Agora vou voltar a estudar, gosto muito de música. Vou resgatar esse Guilherme e me reconstruir. Planos? Estou esperando a resposta da Globo sobre meu contrato. Fora isso, vou aproveitar as oportunidades que a vida me proporcionar.
Voltando à trama… Acha possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?
Sim, o amor se manifesta de várias maneiras. Quando fiz a pesquisa para entender o Laerte, estudei muito sobre o assunto e entendo que o amor que a Helena sente pelo Virgílio é um amor de amigo, de irmão. Pelo Laerte é diferente.
Os protagonista de Em Família em um raro momento pacífico
Foto: TV Globo/Divulgação
Você está namorando?
Estou namorando o meu trabalho, apaixonado por ele e não consigo me separar (risos)! Mas estou solteiro.
O que você estuda?
Psicologia. Sempre gostei desde que decidi ser ator.
Estamos em ano de Copa do Mundo… Curte futebol?
Eu sou muito desligado. Acompanho o que o mundo fala, mas não sou fanático.
Torce para algum time?
Sou muito suspeito. Gasto minha energia com a música, com a interpretação e pouco com esporte. Gosto de malhar, correr, mas por diversão.
Você se mudou para o Rio muito novo… Como foi esse momento?
O mais feliz e decisivo da minha vida, porque estava realizando meu sonho. Sempre amei filmes, assistia com a minha mãe desde pequeno. Ela, aliás, foi minha maior incentivadora. Ela sempre me apoiou e incentivou.