Gianecchini dá um depoimento sobre os 13 anos de profissão: “Estou lutando para ser um grande ator”
Em um papo com a CONTIGO!, Reynaldo Gianecchini dá uma lição de humildade ao avaliar sua carreira
O ator na área externa do prédio em que mora, em São Paulo, às vésperas de seu aniversário de 41 anos, em 12 de novembro
Foto: Laílson Santos
Pouco antes de estrear em novelas, em 2000, Reynaldo Gianecchini foi apresentado aos leitores da revista CONTIGO! em uma matéria cheia de intimidades. Entrevistado no apartamento que dividia com a então namorada, Marília Gabriela, 65 anos, o modelo internacional contava como foi convencido pela jornalista, que o conheceu em Paris, a voltar para o Brasil e apostar suas fichas na carreira de ator. Giane passou pelo Grupo da Vertigem e subiu ao palco pelas mãos do diretor José Celso Martinez Corrêa, 76, antes de se submeter ao teste que lhe garantiu a vaga de galã em Laços de Família (Globo), de Manoel Carlos, 80. E é justamente com o autor que ele fará seu próximo trabalho, Em Família, previsto para o ano que vem. “Estou achando muito lindo voltar para uma novela do Manoel Carlos com mais experiência, porque o texto dele é muito bom. No primeiro personagem eu era muito inexperiente, será para mim como o fechamento de um ciclo.”
Trezes anos depois de sua estreia, Gianecchini dá um depoimento sobre a profissão que mudou sua vida:
“Estreei completamente sem noção do que era se tornar uma pessoa pública e lembro que esse primeiro ano foi muito conturbado. A história boa para contar é que a experiência é muito legal e me permite ter muito mais prazer em cena. E, depois de 13 anos de profissão, acho que me salvei muito bem e tenho uma cabeça muito legal, continuo com muito amor pelo que faço e pelas pessoas que me acompanham. Aquela ingenuidade não existe mais… Marília Gabriela me ajudou muito, nem sei o que seria da minha vida se não tivesse ela para me orientar, para dividir comigo todas as minhas angústias e para dar um pouco de rumo também… Acho que o que me fez e o que me faz ir para a frente é essa inconformidade, sempre acho que posso melhorar muito. Todos os diretores me falam: ‘Você era realmente muito verde, mas tinha uma vontade de aprender, e isso é muito mais legal do que ter anos de profissão e ficar naquele conforto que não evolui mais’… Meus colegas sempre foram muito queridos comigo, tive muita sorte de trabalhar com grandes mestres. Vou citar só alguns, eu estreei logo de cara com Marieta Severo, Vera Fischer e Tony Ramos. Depois, nas outras novelas, caí nas graças do Raul Cortez, que virou um pai para mim. Fiz duas novelas em que ele foi meu pai na ficção e quase meu pai na realidade, ele era um querido que cuidava de mim. Acho que sempre teve um pouquinho de preconceito, todo mundo olha meio estranho, ‘modelo que vira ator’, mas esses atores sempre me acolheram… Estou lutando para ser um grande ator. Acho que dizer ‘sou um grande ator’ exige muito tempo e muita ralação. Mas, mais do que ser um grande ator, quero realizar obras muito bacanas, fazer o público rir e se emocionar. Meu objetivo é esse, deixar coisas que valeram a pena.”
ESTA MATÉRIA FAZ PARTE DA EDIÇÃO 1994 DA CONTIGO!, NAS BANCAS EM 04/12/2013.
“Não vejo a hora de abocanhar o horário nobre”, disse Gianecchini para a CONTIGO! em 2000
Foto: Reprodução