Gabriela Rivero, a eterna Professora Helena, conta tudo sobre os bastidores de Carrossel
A atriz Gabriela Rivero fala sobre seu papel mais marcante e sobre a volta triunfal à carreira, agora como uma vilã
Gabriela Rivero fala sobre a carreira e o carinho que tem pelo Brasil
Foto: Divulgação – SBT
Antes de Carrossel estrear, em 1991, Gabriela Rivero passou oito meses convivendo com as crianças que seriam seus alunos. Assim, o entrosamento que se via na trama não era forçado. Prestes a fazer 47 anos, ela ri com as lembranças e revela que, apesar do jeito maternal, naquela época, curtia uma baladinha também, afinal, só tinha 27 anos!
Gabriela ainda revela que, numa das estripulias de juventude, fugiu para o Rio de Janeiro, em 1988, com o namorado. O Brasil, aliás, é uma paixão. A atriz, que adora Carnaval e já esteve no país mais de cinco vezes (uma delas em um congresso esotérico!), conta que a mãe, Lourdes, sempre torcia para o Brasil nos jogos, mesmo se estivesse em campo contra o México. “Ela veio comigo, em 1991, e lembra como um sonho dessa viagem!” A estrela recorda com carinho da vez que foi recebida por 5 mil pessoas no aeroporto daqui. “Não sabia que estavam lá por mim, achava que tinha alguém famoso no mesmo avião! Foi um dos momentos mais impressionantes da minha vida”, diz ela, que desceu a rampa do Planalto com o então presidente Fernando Collor de Mello.
Mãezona, Gabriela veio ao Brasil acompanhada da filha Maya, de 11 anos, e está no ar na novela Corazón Apasionado (Univisión) com outra herdeira, Lara, de 14, atriz e cantora. A terceira filha, Gala, de 18, é atleta e está entrando em uma universidade americana. A atriz vive com o marido, o fotógrafo venezuelano Kiko Ricote, e as filhas nos EUA há 15 anos.
Gabriela conquistou o público com a doçura de sua personagem
Foto: Divulgação
Verdade que você disputou o papel de Helena com Salma Hayek?
Sim, e também com Lucero, Victoria Ruffo, Erika Buenfil e Edith González. Éramos todas da mesma geração, estudei com elas. Mas penso que o que é seu está guardado. Lembro que o autor da novela pediu às crianças que escolhessem com quem se sentiam mais à vontade e eles me escolheram. Se bem que qualquer uma teria feito um bom papel. É uma personagem linda e agora vão fazer no Brasil também. Já escolheram a atriz?
Ainda não, mas o que você acha essencial para esse papel?
Ter paciência, ser natural e não ficar preocupada em se sair melhor que as crianças. Também acho importante conviver de verdade, porque isso se nota na hora de gravar. Tive oito meses de oficinas com eles e, nos finais de semana, fazíamos o espetáculo Carrossel Mágico (inspirado na novela). Nesses dois anos, ficávamos o tempo todo juntos.
Então, deve ter sido muito triste quando acabou, não?
Foi, mas continuamos nos vendo, fazíamos reuniões uma vez ao mês em restaurantes ou na casa de alguém. Fomos nos separando pouco a pouco.
Por que você acha que Helena fez tanto sucesso?
Porque não dava lição de casa (risos)! Helena era um anjo, mas a história em si foi um sucesso. Tinha a turma estereotipada e o público se identificava: a gordinha, a menina de pais divorciados… e todo mundo tem uma professora especial. Helena tinha de despertar esse amor platônico nas crianças. Eu até pedia um namorado na trama, mas as crianças tinham de ter a magia com a professora virginal.
E você teve uma professora assim?
Sim, a Guadalupe, quando tinha 12 anos. Lembro que ela tocava violão e tinha sido freira, mas largou tudo para se casar com um viúvo. Ela tinha paciência, me escutava e me dava bons conselhos, além de receitas!
Gabriela com uma de suas três filhas, Maya, que a acompanhou em sua recente entrevista no Programa do Ratinho, no SBT
Foto: Divulgação – SBT
Sonhava em ter uma família?
Quando fazia Carrossel, não. Naquela época, não queria responsabilidade. Mas sempre fui muito romântica. Até hoje, depois de 19 anos de casada!
E por que parou com as novelas?
Porque tive filhas. E, exatamente por estar tão perto das crianças, me dei conta da importância que é criar um filho. Queria que elas fossem o reflexo de mim e de meu marido, não de uma babá. Quando tinha só uma, levava-a para shows, gravações do El Club da Gaby e até gravei dois discos para crianças. Aos 29 anos, me casei e fui viver nos EUA por questões de segurança. Ainda voltei ao México para gravar a novela Sin Ti, mas, quando veio a terceira filha, ficou tudo mais difícil. Maya nasceu com 11 tipos de alergia e eu comecei a pesquisar o que ela tinha. Isso me consumia tempo e me afastei da TV. Não me arrependo dos sete anos que fiquei fora, porque fiz o melhor que pude por elas e, naquele momento, meu papel de protagonista era de ser mamãe.
E agora, uma vilã!
Adoro, porque não choro tanto! Estou começando também um projeto com o canal Nickelodeon e ainda dou aula de atuação para crianças.
Você se chateia com fofocas?
Todo mundo está sempre comentando se fiz lipoaspiração, se engordei… Infelizmente, essa carreira é muito superficial e você tem que parecer perfeita. Acontece que ninguém é! Se preocupam muito com o físico, quando é o interior que a gente leva para sempre. Nunca dei margem para escândalos. Se não tenho nada a dizer, prefiro que não falem de mim.
Segredos de classe
Gabriela revela detalhes dos bastidores da novelinha infantil
Foto: Divulgação
· “Uma vez, caiu um dente do Kokimoto (Yoshiki Taquiguchi) e eu o ajudei a tirar. Ele espalhou para a turma que não doía tirar dente comigo e todos vinham pedir minha ajuda.”
· “Dava conselhos a Jorge Granillo, o Jaime Palilo, porque ele estava apaixonado de verdade pela Ludwika Paleta, a Maria Joaquina. Tinham 11 anos e eram os mais velhos do elenco. Ele chorava e dizia que ela nem o olhava!”
· “Ainda falo com os ‘alunos’ pelo Facebook e já nos reunimos duas vezes. O Paulo (Mauricio Armando) é engenheiro de som em Chicago. Já a Alicia (Silvia Guzmán) é médica, a gordinha Laura (Hilda Chávez) é advogada e vai casar com um grego. Já a Carmem (Flor Eduarda) segue atuando na TV Azteca.”
· “Perdi o contato com o Cirilo (Pedro Javier Viveros). Ele ficou traumatizado, pobrezinho, porque foi sequestrado e cortaram um de seus dedos. Isso truncou sua carreira e ele teve que recomeçar do zero. Hoje, trabalha com ciências da comunicação.”