Flávia Alessandra: “Tenho sorte com personagens, todos foram marcantes”

Flávia Alessandra sempre foi apaixonada por animais. Desde que se conhece por gente, a atriz de 38 anos é cercada por bichinhos de estimação, desde cachorros a tartarugas. No entanto, o convívio com cavalos é uma novidade para a loira.

Para dar vida à veterinária Érica, em “Salve Jorge“, ela teve aulas com professores que a ensinaram a lidar e a comandar os animais de grande porte. “Estou aprendendo a me entrosar com eles. É quase uma experiência de encantador de cavalos”, compara.

Outro desafio para a carioca é o universo militar. Apesar de ser filha de um comandante da Marinha Mercante, assim como os colegas de seu núcleo, passou por um treinamento da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), para vivenciar a rotina dos militares. Ela também fez uma homenagem ao pai com fotos dele fardado no cenário do apartamento da Érica.

Foi muito puxado o laboratório que fez no Exército?
Muito! Na AMAN, ficamos cinco dias mergulhados como se fôssemos um deles. A gente pegou todo o esquema, desde acordar, como colocar a farda e até o treinamento físico militar. Também aprendi a atirar. Pela minha personagem, não precisava, mas não perderia a chance de atirar com um fuzil AR-15 e de dirigir um blindado. Me sentia a própria Kate Mahoney (da série Dama de Ouro, de 1985).

O fato de ser filha de militar ajudou?
Esse universo não é algo tão distante do meu mundo. Estudei em colégio militar e uma série de preceitos e comandos já fazia parte da minha vida. Até cheguei a trocar algumas ideias com meu pai, mas aprendi mais com as idas ao regimento da cavalaria. Vivemos realmente o dia a dia deles.

E como é sua relação com animais? Em algum momento da vida, já sonhou em ser veterinária?
A Giulia (sua filha de 12 anos, fruto de sua relação com o diretor Marcos Paulo, morto no último dia 11) que já teve esse sonho de ser veterinária, achei fofo, mas eu nunca tive. Amo bicho! Tive cachorro a vida inteira. Também já criei passarinho, tartaruga, peixe… Mas nunca tinha lidado com animal de grande porte, como um cavalo.

O que Érica tem de diferente de seus outros trabalhos?
Tudo! O militar, a função de veterinária e a cavalaria. São três universos com os quais tenho que ter uma intimidade e coisas que eu nunca fiz. Outro ponto é estar fazendo parte de um triângulo amoroso de Gloria (Perez). Costumo brincar, dizendo que nunca entrei em um relacionamento já com outra no caminho para brigar. Já comecei a gravar com ciúme pela minha personagem! É tudo muito novo para mim.

E por falar no assunto… Você sente ciúme de Otaviano Costa?
Tenho, mas o que considero normal. Acho que esse sentimento, o ciúme, também é importante ter em uma relação. Quando não tem, algo está errado.

Se tivesse em outra situação, fosse solteira, embarcaria em um triângulo amoroso?
No caso da novela, Érica já estava com Theo quando Morena apareceu. Ele se apaixonou de repente e, como é um homem volúvel, vai viver essas idas e vindas. É uma relação da qual todas nós não estamos livres e podemos viver, não é mesmo?

Em 23 anos de carreira, interpretou vilã, mocinha e até robô. Sente-se realizada ou ainda falta algo?
Confesso que estou mal-acostumada. Tenho dado sorte, porque todos foram personagens marcantes. Mas quero mergulhar em cinema e voltar a fazer teatro.