Flávia Alessandra e as semelhanças com Dafne, de “Caras & Bocas”
A atriz garante que tem a personalidade tão forte quanto sua personagem na nova trama das 7
“Mas, hoje, depois de tanto ‘chulepe’,
tenho um lado zen bem desenvolvido
também”, conta Flávia Alessandra
Foto: Renato Rocha Miranda
Aos 34 anos, Flávia Alessandra está com as unhas afiadas para brigar muito (mas muito mesmo) na pele de Dafne, a mocinha de Caras & Bocas. Ops! Soou estranha a combinação de heroína e encrenca? Mas é isso mesmo. “Ela tem muita personalidade. Esse é o item que diferencia Dafne de outras protagonistas que eu fiz”, explica a intérprete da personagem. “Não é uma mocinha molenga, que leva desaforo para casa. Não leva mesmo”, afirma.
Como Gabriel (Malvino Salvador) também não engole sapo, Flávia viverá uma verdadeira guerra de gato e rato. O temperamento dos dois é tão forte, que chega a ser apontado como o grande vilão da história. Mesmo assim, Flávia acredita que o público se identificará com o casal. “A gente está construindo muito bem, dá para ver que os dois se amam. Quando eles se reencontram, o amor está ali, sufocado”, aposta a atriz.
Conheça os personagens da novela “Caras & Bocas”
Flávia está se divertindo com as explosões da personagem. E admite que ela própria teve sua fase estouradinha. “Fui mais geniosa e confesso que ainda tenho personalidade forte. Mas, hoje, de tanto ‘chulepe’, tenho um lado zen bem desenvolvido também (risos)”, entrega. Já dá para engolir desaforo? “Ah, às vezes (risos). Entra por aqui, sai por ali… Absorvo, não guardo mágoa, não me lembro de quem me fez mal”, garante.
Auxílio luxuoso
Dafne não vai brigar apenas com Gabriel. Ela também terá uma relação conflituosa com a filha, Bianca (Isabelle Drummond). “A menina é tão geniosa quanto à mãe, é quase uma xerox. E é ‘aborrescente!'”, diz a atriz, que aproveita sua experiência real nas cenas com Isabelle. “Ser mãe ajuda. E, quando a gente educa nossos filhos, nós torcemos para que eles tenham a personalidade deles. A gente estimula isso. Ao mesmo tempo, tem de saber onde podar para que não vire uma loucura, para que a criança não mande em você”, ensina a mãe de Giulia, de 9 anos, de seu relacionamento com o ator e diretor Marcos Paulo (hoje, Flávia está casada com Otaviano Costa, que interpreta Adenor na mesma trama).
Como não bastasse observar Giulia (ou Jujuba, como chama a filha), Flávia tem contado, literalmente, com a ajuda da menina para o novo trabalho. “Ultimamente, chego em casa tarde, não tenho ficado muito com a Jujuba, então, nossa brincadeira tem sido ler o texto da novela. Ela bate a cena comigo direitinho”, conta. E ajuda? “Claro. Às vezes, Jujuba me faz descobrir um caminho novo”, fala a mãe coruja.
Adeus às gostosonas
Para encarnar Dafne, Flávia mudou o visual, mas de forma muito sutil. “Optamos por uma maquiagem mais sequinha, com batom ‘nada’. O cabelo num corte reto para fora, nunca para dentro, sempre bagunçado”, detalha a atriz, que faz questão de participar da caracterização de suas personagens.
“Nem sempre serei escutada, mas me meto (risos). Gosto de participar”, diz. Desta vez, ao que parece, deram ouvidos à estrela. “A gente foi bem na contramão da Vanessa (de Pé na Jaca) e da Alzira (de Duas Caras) para apagar o estigma de gostosa, musa, boazuda, enfim… Dafne é paulista, dona de galeria, tem outra atitude”, justifica, para, em seguida, falar de seu figurino. “Há uma brincadeira de cores, com coisas gráficas, nada justo, nada marcando muito”, adianta.