Flávia Alessandra concilia as gravações de Morde & Assopra e os cuidados com as filhas
A atriz Flávia Alessandra conta que interrompeu a licença-maternidade para interpretar a androide Naomi
Flávia Alessandra conta que não resistiu ao personagem e optou por voltar a trabalhar mais cedo
Foto: Divulgação – Rede Globo
Entre Caras & Bocas (2009) e Morde & Assopra – ambas de Walcyr Carrasco -, Flávia Alessandra curtiu sua segunda gravidez e deu à luz Olívia. E foi só! Nada de férias. Nem sequer curtiu a licença-maternidade toda. Tudo porque não resistiu a Naomi, da trama das 7. “Quando vou ter a chance de fazer um androide de novo?”, pergunta, satisfeita com a decisão.
Aos 36 anos, ela está conciliando bem as gravações da novela com os cuidados com as filhas Olívia, de 5 meses, e Giulia, de 11 anos. Casada com o ator Otaviano Costa (o Élcio/Elaine de Morde & Assopra) a atriz se desdobra para dar conta da família e da carreira.
Que tal fazer um androide?
Essa é a parte mais desafiadora e, claro, foi o que me fez aceitar. Quando vou ter a chance de fazer um androide de novo? Tentei focar em como eles são realmente… Eles têm movimentos fluídos, mas sem tanta mobilidade como os humanos, o olhar perdido, a piscada lenta… Têm uma estranheza, você não sabe direito o que é, mas são muito humanos. E a (preparadora) Márcia Rubin está me ajudando no trabalho de corpo. Até porque foi logo depois da gravidez, quando o corpo ainda está desconjuntado, a barriga fora do lugar… Tudo está fora do lugar (risos).
Mas Naomi vai se humanizar, não é?
Ao longo do tempo, ela vai desenvolvendo a sensibilidade. Li algo incrível na revista americana GQ… O que para a gente ainda é ficção científica já acontece desde 2007 nos Estados Unidos, no Japão. O jornalista entrevista os três robôs mais inteligentes que existem. E é impressionante! Dois são só da cintura para cima, eles desenvolvem emoções, num processo similar ao da Naomi. Um marido que perdeu a mulher pegou seus pontos mais sensíveis, memória, música preferida, e inseriu no chip desse robô. Isso em 2007 e o cara está lá até hoje convivendo com a mulher dele.
Você está fazendo dois personagens, a Naomi humana e a robô…
E está sendo muito difícil porque uma é o oposto da outra. É preciso justificar todo o amor do Ícaro (Mateus Solano) pela Naomi, por meio de flashback, porque, quando a novela começa, ela já morreu. E essas lembranças tinham de passar credibilidade para entender que ela era a luz na vida desse cara.
Foi fácil estabelecer essa sintonia com o Mateus Solano?
A gente não se conhecia, aí eu fiz um jantarzinho e o chamei. E é doido porque, do zero, temos de estabelecer uma relação íntima que não tínhamos…
Flávia posa ao lado da filha mais velha, Giulia, e Otaviano Costa segura a pequena Olívia na saída da maternidade
Foto: Agnews
Como é sua relação com o Otaviano?
Murilo Benício logo que conheceu o Otaviano falou: “Isso não vai dar certo, porque você precisava de um homem calmo que a freasse… E achou um pior que você (risos)”. Vejo que há casais que você olha e fala: “Caramba, aquele cara sem aquela mulher não é ninguém e vice-versa”. Ícaro e Naomi são assim. É uma linda história de amor! Walcyr (Carrasco, autor) está trabalhando com muita delicadeza esse dilema ciência e Deus… Ela é o Homem-lata do clássico O Mágico de Oz, acha que não tem sentimento, mas é supersensível.
Com você e o Otaviano na mesma novela, como está a rotina da Olívia?
O revezamento de peito não rola, né (risos)? Mas Olívia está com 5 meses, já mama três vezes no peito, três na mamadeira e come uma papinha. Ela é supertranquila, risonha, glutona. É ótima! E tenho o suporte de uma babá de confiança e isso é a tranquilidade total de quem é mãe. Ela fica comigo até o período da manhã, até 11, meio-dia. Tem a mamada da madrugada, às 3, 4 horas, outra às 6, depois, às 11 e saio para gravar. Quando vou gravar o dia inteiro, ela dá uma fugida para a Globo e fica umas três horas. Tem um camarim com um berço muito fofo.
Giulia está com ciúme de Olívia?
Não, ela está ótima, curtindo pra caramba, virou a maior mãezinha. No início, estranhou, teve um pequeno retrocesso, quis dormir no quarto com a gente… Até os 2 meses da Olívia, virei dona galinha e seus pintinhos. Depois, Giulia foi vendo que o espacinho dela já estava lá, que não vai perder. Ela agora me ajuda, é carinhosíssima, Olívia dorme no colo dela…