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Fernanda Montenegro: “Não sou um mito”

A atriz fala sobre a felicidade de fazer uma personagem avó, o medo da morte e dá sua opinião sobre plásticas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 16 jan 2020, 05h46 - Publicado em 19 dez 2012, 21h00
Reportagem: Tatiana Ferreira - Edição: MdeMulher (/)
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Fernanda Montenegro caracterizada como dona Picucha, do especial de fim de ano “Doce de Mãe”
Foto: TV Globo/Divulgação

Fernanda Montenegro vai arrancar muita risada do espectador no especial de fim de ano “Doce de Mãe“, na tela da Globo, na quinta 27, depois de Salve Jorge. Na pele de dona Picucha, a veterana de 83 anos enlouquecerá os filhos com a animada idosa.

Questionada sobre o que tem em comum com a personagem, dona Fernanda, como é chamada respeitosamente pelos colegas de trabalho, diz que não existem muitas diferenças entre a ficção e a realidade. Assim como a vovó, ela adora sambar e tomar uma cervejinha.

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Personagem
“Picucha é aquela vovó da gente, uma senhorinha esperta, carinhosa e tem consciência da sua velhice. Toma seu banho, usa sua lavanda e se cuida. Está sempre com a casa arrumada, mas não é uma vovó chique que viveu de plásticas e de cremes. É uma mulher com o pé no chão e, ao mesmo tempo, muito fantasiosa. Sabe que está idosa e que em algum momento pode cair em um perigo definitivo, mesmo assim vai vivendo com humor.”

Ficção x realidade
“Também sou uma pessoa descontraída. Gosto muito de samba e cervejinha. Assim como ela, amo Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho e Zeca Pagodinho. Também adoro o Paulinho da Viola. Quando a gente faz aquelas ricas nas novelas, passa uma imagem executiva demais. Mas tenho a minha faceta de comediante. E a Picucha tem esse lado de palhaça. Ela é descontraída, mas tem plena consciência da finitude dela.”

Novidade
“Fico muito feliz de extravasar esse lado palhaça. Já fiz senhoras nada respeitosas. Mas essa figura de mãe e avó solta, não. Foi uma alegria e uma oportunidade única. Fico violentamente feliz de ter participado desse projeto incrível.”

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Morte
“Quando somos novos, temos a obrigação de achar que ela está lá no planeta Júpiter. Mas, quando se chega à minha idade, começa-se a achar que está ali na Lua. Então, vemos a bicha todos os dias aparecendo e desaparecendo. Quando a morte vem, eu digo: ‘Ai, meu Deus, que horror!’ Quando sai, nem eu me lembro que ela existe.”

Plástica
“Acho que quem fez plástica e ficou feliz, ótimo! Não me oponho a nada. Cada um faz do rosto, da vida e do corpo o que bem quiser. Quando abri os olhos, já não dava mais. Agora é tarde, vai assim mesmo o resto do tempo que me sobrar. Estou feliz com isso. É um certo descanso, sabia? Porque aí só dão velhas pra gente fazer e, geralmente, são papéis bons. Então, não tenho que forçar papos nem rugas, vai no natural.”

Derrubando o mito
“Isso é uma fantasia, porque não sou um mito. Sem nenhuma demagogia, sei das minhas falências, das minhas dificuldades e o que a gente treme na hora de entrar em cena, mesmo que esteja na milionésima apresentação. Não há zonas de deusas. Essas coisas me incomodam quando insistem nisso. Existem atores extraordinários! Não falo isso de bondosa, não! De vez em quando, cada um de nós faz um trabalho que nos bota na luz. De repente, a gente entra em uma entressafra e aí fica fazendo umas coisas que não acontecem. Faz parte!”

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Liberdade
“Fui casada 60 anos com um homem guerreiro maravilhoso (o ator e diretor Fernando Torres, falecido em 2008), que nunca impediu nada na minha vida. Pelo contrário, aguentou com muita coragem e generosidade uma mulher que fez imenso sucesso ao lado dele. Nem todo homem aguenta isso. Tenho uma vida libertária desde que eu pisei no palco. Eu valorizo a minha independência. Moro num bom apartamento, mas sem demagogia, se precisar morar numa quitinete, faço isso sem problema nenhum.”

Medos
“Tenho muito medo de dar trabalho aos meus filhos (a atriz Fernanda Torres e o cineasta Cláudio Torres). Chega o momento em que você já tem muita vida guardada para viver com eles, que já construíram seus destino, têm as suas solidões e necessitam da sua particularidade. Há muitos anos que eu não os tenho perto de mim. Voltar a conviver com eles só se for com uma casa muito grande, onde eu fique em uma ala e eles em outra, com várias campainhas para a gente se comunicar quando precisar.”

Segredo da longevidade
“Gosto de viver, amo o que eu faço. Minha profissão exige memória e disposição física. É um conjunto de coisas. Não tem receita! Me alimento sadiamente, vou aos meus médicos, faço meus exames de seis em seis meses e investigo meus orifícios todos. É basicamente isso!”

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