Fátima recebe cobrador de ônibus que impediu a fuga de assediador
Bruno Vieira Costa fez com que o o homem não conseguisse sair do ônibus e também impediu que ele fosse linchado. "Não sou juiz", disse ele.
Nesta quinta-feira (31), o “Encontro com Fátima Bernardes” falou sobre o caso de violência sexual que aconteceu em um ônibus, na Avenida Paulista, essa semana. Na terça-feira, um homem ejaculou no pescoço de uma passageira e o caso repercutiu em todo o país.
Dentre os convidados ao debate, o cobrador Bruno Vieira Costa falou sobre o que ocorreu. Ele foi o cobrador de ônibus que impediu a fuga do agressor e também fez com que o mesmo não fosse atacado pelos passageiros.
“Por mais que eu estivesse indignado com aquilo, eu não sou juiz, né? Não sou executor das leis. Consertar um erro com outro não ia me fazer melhor do que ele”. Fátima elogiou a sobriedade de Bruno e também o fato de que ele prontamente acreditou na versão da vítima.
“Você via o abalo emocional dela e aquilo doía. Foi quando eu fui na direção dele e ele falou assim ‘não, não aconteceu nada. Ela é louca. Eu não fiz nada disso'”. O cobrador conta que levantou-se de seu assento e fez com que o homem fosse para o fundo do ônibus. Nesse momento, o motorista achou que ele deveria ser expulso do veículo, mas Bruno pediu que a porta não fosse aberta até que o criminoso pudesse ser entregue à polícia.
O programa também abordou o fato de que não um, mas dois casos de assédio sexual aconteceram em pouco mais de 24 horas dentro de ônibus, na Avenida Paulista. Um dia depois de o primeiro crime revoltar o país, outro homem aproveitou-se do transporte público lotado para tocar os seios de uma passageira. Outro tema debatido foi a culpabilização das vítimas de violência sexual.
Vale lembrar que o desenrolar do caso ocorrido na terça-feira é tão revoltante quanto o crime em si. Preso em flagrante, o homem que ejaculou no pescoço da moça já foi liberado pelo juiz que avaliou o caso. Nem mesmo o fato de que o agressor já foi denunciado outras cinco vezes por estupro – sem nunca ter sido julgado – pareceu importar para o magistrado.
“Entendo que não houve constrangimento tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado”, declarou o juiz.