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Faço a voz da Chiquinha do “Chaves”

Isso, isso, isso... Sou eu quem dubla a filha do Seu Madruga na série da TV

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 jan 2020, 07h17 - Publicado em 15 jul 2009, 21h00

Dona da história: Cecília Lemes de Bortoli, 49 anos, dubladora, São Paulo, SP 
Reportagem: Marcela Delphino

Para dublar é preciso ser atriz com registro no sindicato. É uma profissão divertida!
Foto: Sou+Eu

Vira e mexe, meu genro me liga dizendo: “Cecília, faz a voz da Chiquinha pro meu amigo aqui… Ele não tá acreditando em mim!”. E lá vou eu fazer a voz estridente da amiga sapeca do Chaves. Essa é só um das situações em que a Chiquinha invade a minha vida. Mas, muitas vezes, eu a uso em meu próprio proveito.
Quando quero fazer um charme para o meu marido, minhas filhas e até meu cachorrinho, viro pra eles e falo: “Olha que eu choro!”. Se ameaço imitar o choro da Chiquinha, sua marca registrada, todo mundo me obedece.

Comecei com a voz da Paty
 
No começo da década de 80, quando o Chaves apareceu na TVS, hoje SBT, o estúdio em que eu trabalhava foi contratado pra fazer as dublagens. Primeiro, me escolheram pra fazer a voz da Paty, a garota por quem o Chaves é apaixonado. Fiquei feliz, porque achei que a personagem apareceria bastante. Que nada!
Quando a Sandra Mara, atriz que dublava a Chiquinha, foi pra Itália um ano depois, eu herdei sua personagem. Na época, eu tinha 22 anos e ninguém imaginava a repercussão que a série teria no Brasil. Lembro de muita gente criticando: “Não tem graça uns adultos imitando crianças numa vila de mentira”. Bom, sorte do Sílvio Santos que insistiu em comprar os direitos do Chaves, né? Foi o maior sucesso.

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Virei dubladora por acaso

Na escola, eu sempre me oferecia pra declamar nos eventos e minha mãe já tinha notado meu dom pra atuar. Quando fui ao programa infantil Zaz-Traz, ela tratou de cutucar o diretor e dizer: “Minha filha quer trabalhar aqui. “Fiquei surpresa, pois até aquele dia eu achava mesmo que pra aparecer na TV tinha que entrar naquela caixinha de madeira que ficava na sala de casa.
Assim, aos sete anos, começou minha carreira de atriz. Esse diretor me passou o texto de um comercial e não parei mais de atuar. Aos nove anos, participei de um filme com o Tonico e Tinoco. Quando o filme estava pronto, o diretor me avisou que minha voz seria dublada por outra atriz. Comecei a chorar e insisti em eu mesma fazer minha voz. Na época, primeiro se gravava a ação e depois a voz. Fui superbem e nunca mais parei de dublar.

Pra dublar tem que ser ator
 
A última vez que dublei minha querida personagem foi há cinco anos, quando fizemos a versão do Chaves pra DVD. Muita gente não sabe, mas pra dublar precisa ser ator, ter registro e tudo!
O segredo de uma boa dublagem é entender a personalidade da personagem e prestar muita atenção ao original. Uma vez, tive que parar uma gravação pra chorar. Foi quando fiz a voz da Meg Ryan em Cidade dos Anjos. Assim como na atuação, eu me entrego totalmente quando estou dublando. Bom, já sabe… Não briga comigo, senão eu choro, hein?!

Para ser dublador

Primeiro você precisa tirar seu registro de ator profissional, o DRT. Para isso, é necessário ter o diploma de um curso profissionalizante de teatro ou da faculdade de artes cênicas. Depois, você se apresenta para uma banca de avaliadores do sindicato dos atores. Com o DRT em mãos, você é uma ator profissional e, pode também, fazer dublagem. O salário piso para dubladores se divide em três tipos: protagonistas, coadjuvantes e pontas. O dublador recebe por hora de estúdio ou pela quantidade de trechos dublados. Isso porque uma dublador com bastante experiência, como eu, consegue fazer muitos trechos em uma única hora.


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