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EXCLUSIVO: entrevistamos Chris Hemsworth, de Thor

O ator australiano Chris Hemsworth, que interpreta o super-herói Thor na série Os Vingadores, fala sobre casamento, filhos e a vida longe de Hollywood

Por Marianne Morisawa
Atualizado em 31 out 2017, 13h07 - Publicado em 26 out 2017, 18h17

Chris Hemsworth é tão, mas tão bonito, que chega a desconcertar. Mesmo usando calça e blazer, é impossível não notar os músculos sob o conjunto. O jeito relaxado e a risada fácil o deixam ainda mais encantador. Foi assim que nos encontramos em Los Angeles para falar da família formada com a mulher, a atriz espanhola Elsa Pataky, da estreia de Thor: Ragnarok, e da mudança para a Austrália, seu país de origem, após uma temporada em Hollywood.

CLAUDIA: Em Thor: Ragnarok, a vilã é vivida por uma atriz. Você defendeu que James Bond deveria ser uma mulher. Em Caça-Fantasmas, você foi o ajudante das mulheres. Acha importante, como astro em Hollywood, falar desse protagonismo feminino atrasado?

Chris Hemsworth: Sim. Minha mãe é feminista. Eu também. É preciso ter mais oportunidades para todos. Acredito que está havendo uma mudança. Sobre James Bond, alguém me perguntou, e eu disse: “Por que não?”. Também não vejo problema nenhum em ser o ajudante. Mas não sei se foi um esforço consciente meu de participar do movimento. Acho que é apenas o que acredito. É quem eu sou. Acredito que há uma mudança. Mesmo quando estava fazendo O Caçador e a Rainha do Gelo, houve muita conversa sobre pagamento igualitário, e era um filme com três protagonistas mulheres.

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CLAUDIA: Sua mulher é atriz, então você tem um exemplo bem perto para ver essas dificuldades que as atrizes sofrem…

Chris: Ouvi Elsa falando de suas frustrações sobre o tipo de papéis disponíveis para mulheres em comparação com os homens. Mas nem precisa ter algum exemplo próximo para ver isso. Basta não estar com a cabeça enterrada no chão e assistir aos filmes. Especialmente no passado, com as mocinhas em perigo salvas por homens.

CLAUDIA: Com um personagem que já interpretou tantas vezes, ainda tem liberdade para inventar coisas novas?

Chris: Como no primeiro filme falávamos da origem, podíamos inventar tudo. Achei que fosse ter que ficar dentro dos parâmetros, mas teve menos amarras do que imaginava. Cortei o cabelo, uma marca do Thor, olha que grande mudança. Pudemos correr riscos. Esse tipo de segurança só se ganha depois de fazer cinco filmes. Afinal, não dava para entregar mais do mesmo.

Chris com o elenco de Thor: Ragnarok. À direita dele, Cate Blanchett, a vilã da trama (Alberto E. Rodriguez/Getty Images)

CLAUDIA: O público descobriu que você é muito engraçado em Caça-Fantasmas. Como foi para você mostrar essa outra faceta?

Chris: Sempre tive humor. Minha interação com minha família e meus amigos é baseada em humor, sarcasmo. Eu tinha medo de as pessoas acharem que eu era um tipo mais para Thor, que estufava o peito, era arrogante e falava grosso. Queria evitar essa imagem, mas a opinião que as pessoas tinham de mim era limitada porque eu aparecia naquele personagem, e isso era frustrante.

Sou muito grato a Caça-Fantasmas por permitir que eu mudasse essa atitude. Fiquei surpreso por ser tão bem-recebido. E Thor: Ragnarok pôde ser diferente sem decepcionar os fãs, mas colocando essa ponta de graça. Até os pequenos curtas que rodamos, com Thor morando na Austrália, minhas participações no Saturday Night Live, Caça-Fantasmas, todas essas coisas fizeram com que esta transição fosse fácil.

CLAUDIA: Muitas vezes sua beleza influencia nessas concepções que as pessoas têm de você. Isso cansa? Tem vontade de mudar essa imagem dirigindo ou assumindo outros papéis no cinema?

Chris: Olha, todos nós, quando entramos numa sala, imediatamente somos rotulados. Não tenho como mudar minha  aparência; ela é o que é. E não poderia estar mais feliz com as oportunidades que tenho tido. Meu desafio, como o de todo mundo, na verdade, é  fazer mais do que esperam de mim. Mas sem dúvida tenho vontade de fazer outras coisas.

Quero poder escolher uma reportagem, um livro, e desenvolver um filme, ter mais controle criativo. Adoraria dirigir em algum momento. Sempre estou de olho em possíveis projetos para dirigir. E observo os diretores com quem trabalho. Percebo que hoje em dia tenho muito mais opinião própria. Sempre me pergunto por que o diretor está fazendo de tal maneira, como seria se fizesse de outra. Essa voz está ficando cada vez mais forte dentro de mim. Então uma hora vou querer fazer o meu filme. E aí vou fazer besteira também! (risos)

CLAUDIA: O que  proporcionou à sua vida e à de sua família voltar a morar na Austrália?

Chris: Permitiu que eu me desligasse um pouco. Quando se mora em Los Angeles, você está constantemente ligado em trabalho, nos projetos em que está envolvido – e também nos que não está, em quem está fazendo qual filme. Acaba ficando muito competitivo ou inseguro. Meu trabalho é ir para o set para interpretar um personagem. Mas sentia que continuava tendo que interpretar um personagem na minha vida também.

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Voltar para a Austrália, morando numa pequena cidade na praia, fez com que voltasse a ter experiências reais de vida, a me sentir como um ser humano, a conversar com as pessoas que não estão no cinema, sobre outros assuntos. Pessoas que têm opiniões diferentes das que vivem aqui, em Los Angeles. Foi muito revigorante. Também tenho três filhos (India, 5 anos, e os gêmeos Tristan e Sasha, 3), e não havia muito o que fazer com eles em Los Angeles. Agora vivemos na praia, vamos à feira, fazemos muitas atividades ao ar livre. Me sinto muito mais feliz lá.

CLAUDIA: E você está mais perto da sua família agora.

Chris: Sim, meus pais estão lá. Minha mulher é espanhola e ama a Austrália.

CLAUDIA: Tessa Thompson, sua companheira de elenco, disse que embora o elenco fosse cheio de homens, não havia testosterona demais. Que esses homens tinham altas doses de estrogênio…

Chris: (Risos) Mark e eu somos muito mais sensíveis e conscientes do que os personagens que interpretamos fariam crer. Mas acho que uma atitude muito machista, ou masculina, não é mais aceita. Sei que alguns homens continuam fazendo isso, mas ninguém apoia. Certamente nos círculos que eu frequento, alguém vai me chamar atenção se eu for machista.

Meus amigos e minha família também. Mark também é assim; Taika, o diretor, idem. E tínhamos duas mulheres muito fortes no set, Tessa e Cate Blanchett, que nos diriam na hora. Mas também acho que isso vem da sua criação. Minha sorte é ter tido uma mãe e um pai muito fortes, que nos educaram assim, para defender a igualdade entre os sexos e o respeito.

CLAUDIA: Sua mudança pra Austrália teve a ver com dar uma vida mais normal para seus filhos, com ensinar a eles valores longe dos holofotes e do luxo de Hollywood?

Chris: Sem dúvida. Sou muito grato pelas oportunidades que tive. Não tínhamos dinheiro quando eu era criança. Essa foi uma das razões pelas quais quis tentar ser ator, para pagar a casa dos meus pais e não ficar preso na mesma rotina, na mesma cidade. E sempre amei cinema, então era perfeito. Conversei muito com minha mãe sobre minha preocupação com meus filhos ficarem mimados.

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E ela disse: “Você só precisa amá-los e ensinar tudo o que puder a eles. Não existe receita. Pessoas com menos dinheiro ou cheias de dinheiro podem ser boas. A educação é o fundamental”. Mas acho que minha mulher e eu ficamos mais atentos porque é muito mais fácil para eles, por estarem numa posição privilegiada, acharem normal ter tudo o que têm. Viver na Austrália nos afasta desse mundo de Hollywood. Então espero que isso facilite um pouco para nós.

Chris e a mulher, Elsa (Rich Polk/Getty Images)
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