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Ele com ele, ela com ela… Como os personagens gays conquistaram espaço na TV

Eles vão além do estereótipo formando casais e se beijando diante das câmeras

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 03h34 - Publicado em 6 jul 2014, 21h00
Paulo Cabral (/)
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Ele com ele, ela com ela… Como os personagens gays conquistaram espaço na TV

Ziembinski, em cena de O Rebu, com Edson França, viveu um dos primeiros homossexuais sem afetação
Foto: Lucio Marreiro

Cheio de trejeitos, o costureiro Rodolfo Augusto, defendido por Ary Fontoura, 81 anos, em Assim na Terra como no Céu (Globo, 1970), é considerado o primeiro personagem gay da teledramaturgia brasileira. E esse estereótipo serviu para representar o homossexualismo na maioria das novelas até ganhar novas e ousadas interpretações. Na versão original de O Rebu (Globo, 1974), por exemplo, o crime que mobilizou toda a história foi motivado pelo envolvimento afetivo entre o milionário Conrad Mahler, feito por Ziembinski, morto em 1978, e o jovem Cauê, papel de Buza Ferraz, morto em 2010. Mas, para amenizar essa relação, a Censura, na época, obrigou que o rapaz fosse tratado como filho adotivo.

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Apesar do olhar atento do governo pela manutenção da “moral e dos bons costumes” na teledramaturgia, algumas novelas retrataram o homossexualismo mesmo de forma velada, como em Os Gigantes (Globo, 1979), em que a protagonista, Paloma, vivida por Dina Sfat, morta em 1989, sugeria uma afeição que ia além da amizade pela jornalista Renata, defendida por Lídia Brondi, 53. Em Brilhante (Globo, 1981), o personagem de Dennis Carvalho, 67, Inácio, chegou a se assumir, mas a Censura impediu que fosse dita a palavra “homossexual”. E mesmo com o fim do regime militar, o casal de Vale Tudo (Globo, 1988) Laís e Cecília, interpretado por Cristina Prochaska, 54, e Lala Deheinzelin, 55, respectivamente, sofreu vetos, mas o tema foi discutido com a morte da segunda e a luta da primeira para ficar com os bens em comum. No fim, ela é recompensada com um novo amor, Marília, papel de Bia Seidl, 51.

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André Gonçalves e Lui Mendes formaram o casal Sandrinho e Jefferson em A Próxima Vítima
Foto: Rede Globo

Um novo marco do relacionamento homossexual na ficção veio com A Próxima Vítima (Globo, 1995), em que o tema finalmente foi tratado sem firulas com o envolvimento dos jovens Jefferson e Sandrinho, vividos por Lui Mendes, 43, e André Gonçalves, 38. O público aceitou, mas nem de longe se cogitou um beijo entre os personagens. Em Torre de Babel (Globo, 1998), houve um retrocesso com o casal formado por Rafaela e Leila, interpretadas por Christiane Torloni, 57, e Sílvia Pfeifer, 56, respectivamente. O amor das duas, que era mostrado de forma madura e sólida, foi rejeitado pela audiência e elas acabaram explodindo junto com o shopping da novela.

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Daí em diante, a presença de personagens homossexuais nas tramas se tornou cada vez mais frequente e com mais aceitação, com direito a uma transexual em uma trama das 7 – Ramona, papel de Claudia Raia, 47, em As Filhas da Mãe (Globo, 2001). Mas o tão aguardado beijo gay em novela só aconteceu em Amor e Revolução (SBT, 2011), entre Marcela e Marina, vividas por Luciana Vendramini, 43, e Giselle Tigre, 41, e ganhou repercussão nacional com Amor à Vida (Globo, 2013), com o casal formado por Félix e Niko, interpretados por Mateus Solano, 33, e Thiago Fragoso, 32, respectivamente, rompendo finalmente o tabu. E aqui termina a série especial do tema do 16º Prêmio Contigo! de TV, que vai premiar os melhores da televisão no próximo dia 28. Já votou em seus preferidos?

Leia também: Na cartilha da inclusão: os direitos dos deficientes ganham repercussão com a teledramaturgia

Mateus Solano e Thiago Fragoso como Félix e Niko, de Amor à Vida, protagonizaram o primeiro beijo gay masculino
Foto: Estevam Avellar/Rede Globo

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