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“Desejar que eu seja estuprada, que minha mãe morra, que me afogue ultrapassa os limites”, desabafa Joanna Maranhão

A nadadora sofreu com comentários racistas e machistas após ficar em 24º lugar na competição.

Por Gabriela Kimura
Atualizado em 21 jan 2020, 06h37 - Publicado em 9 ago 2016, 13h29
Buda Mendes/Staff/Getty Images (/)
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Quando falamos que a judoca Rafaela Silva – a medalhista de ouro brasileira – sofreu ataques racistas por ter sido desclassificada em Londres, parece coisa de outro mundo. A jovem negra, mulher e que veio da Cidade de Deus conquistou o mundo ontem (08), respondendo à todos que disseram “que ela não conseguiria”. O problema é que os brasileiros não entenderam o que a vitória dela quer dizer.

Repetindo os mesmos erros de 2012, internautas foram até a página da nadadora Joanna Maranhão para “crucificá-la” por ter ficado na 24ª posição nos 200 metros borboleta. Em entrevista ao Globo Esporte, Joanna afirmou que indignação com o desempenho é natural, principalmente em época de Olimpíada, mas não o que outros usuários desejaram para ela.

“As pessoas não gostarem do meu rendimento é um direito delas, eu até entendo. Todo mundo quer que o brasileiro esteja no pódio, mas nem todo mundo compreende a grandiosidade e a competitividade altíssima que é na natação mundial, o quanto a gente luta para estar brigando por uma semifinal. Nem todo mundo entende isso, mas isso é compreensível.

Mas assim, desejar que eu seja estuprada, que a minha mãe morra, que um bandido me mate, que eu me afogue, falar que a história da minha infância eu inventei para estar na mídia: acho que isso ultrapassa. As pessoas se sentem segura por estarem atrás de um computador e eu aguentei isso por muito tempo, porque falo de coisas que muitos atletas não falam”.

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A atleta também falou durante a entrevista que as ofensas realizadas em sua página foram devidamente enviadas para seu advogado, que tomará as medidas judicialmente cabíveis.

Não importa qual o resultado: machismo, racismo e desrespeito não serão tolerados.

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