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Débora Nascimento: “Quero ter o direito de me reinventar”

Decidida, ligada no 220, como afirma o namorido, e realista, a atriz se diz sempre disposta a experimentar e mudar. “É importante ter coragem para peitar suas decisões, especialmente aquelas que vão fazer você mais feliz”, justifica na entrevista a seguir, na qual fala de trabalho, família, amor e projetos.

Por Dalila Magarian (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 00h04 - Publicado em 1 dez 2014, 09h02

Em Alto Astral, nova novela das 7 horas da Globo, Débora Nascimento interpreta uma secretária executiva inescrupulosa, que mantém um caso com o patrão. Na vida real, a aliança de ouro na mão direita revela que seu compromisso com o ator José Loreto é coisa séria. O casal – ela hoje com 29 e ele com 30 anos – já divide o mesmo teto há seis meses e pretende oficializar logo a união. “A Débora é muito parceira. Sempre me espera chegar para passearmos com nossas cachorras, pois sabe quanto gosto desse momento. Passou a ser nosso programa em família”, conta Loreto. “É nessas voltas diárias pelo condomínio (na Barra, no Rio de Janeiro) que conversamos sobre o que aconteceu no dia de cada um, enquanto nos divertimos com nossas ‘filhas’.” Débora não nega que está apaixonada: “Temos uma química enorme, impossível resistir”.

Os dois se conheceram quando eram colegas de elenco em Avenida Brasil, trama das 9 horas exibida em 2012. Na época, ela estava casada com o empresário carioca Arthur Rangel. Primeiro, nasceu uma amizade – que virou rapidamente romance depois que ela se separou. Foi mais uma guinada na vida dessa ex-moradora de Vila Matilde, na zona leste de São Paulo, que viu seu destino de menina de classe média de dinheiro contado mudar de rumo aos 15 anos, quando chegou a finalista em um concurso de modelos. Não venceu, mas fechou contrato com a agência promotora e arranjou trabalho na China, na Tailândia, no México e na África do Sul. Longe de casa, ficou deprimida, ganhou peso e decidiu voltar para o Brasil. Pensou em ser juíza, jornalista, fotógrafa… No fundo, queria ser muitas e foi natural estudar artes dramáticas. Foi parar na Oficina de Atores da Globo. Estreou no cinema, em 2007, no curta-metragem Cérbero. Sua beleza exótica, fruto da mistura bem brasileira de índios, negros e portugueses, a ajudou a ser escalada para um filme hollywoodiano, O Incrível Hulk, no qual dividiu o set com nomes como Edward Norton, Liv Tyler e Tim Roth. Na época, já tinha se destacado na novela Duas Caras como a madrinha de bateria Andreia Bijou.

O final da história? Bom, essa história está longe do fim. Até porque Débora tem energia de sobra. “Odeio quando ela acorda cedo, já ligada no 220, e abre a cortina tentando me tirar da cama para ‘viver’. Isso me faz levantar um pouco mal-humorado”, diz o parceiro. “Mas sempre vale a pena. Ainda mais quando faz tapioca para o café da manhã.” Nesta entrevista, a atriz deixa claro que não falta também coragem para assumir (e realizar) suas escolhas.

Como foi a sua infância?

Sem grandes luxos. Meu pai trabalhava como policial civil e minha mãe em um hospital, como instrumentadora cirúrgica. Eles se separaram quando eu tinha 2 anos. Talvez por isso ela tenha se tornado minha grande referência de força e superação. Sempre me ensinou que uma mulher não deve ficar à espera do príncipe encantado para realizar os seus sonhos. Ela hoje é formada na área de estética.

Como é a relação com seu pai?

Somos próximos, apesar de ele ter formado uma nova família. Quando criança, eu o via como um herói. Ele me levava para o colégio, buscava das festinhas, protegia e aconselhava. Atualmente, ele trabalha como delegado de polícia. Quando o vi pela primeira vez usando um colete à prova de balas, levei um susto e chorei. Tive medo de perdê-lo para a violência. Mas ele é um ótimo profissional.

Já enfrentou dificuldades financeiras?

Lá em casa, na Vila Matilde, o dinheiro era contado. Meu irmão e eu precisávamos esperar pelo Natal ou pelo aniversário para ganhar roupas novas. Quando comecei a trabalhar como modelo, aos 15 anos, meu maior sonho era comprar uma calça jeans de marca famosa. Ganhei o primeiro cachê, de 250 reais, e a calça custava 180. Mas decidi guardar o dinheiro e, aos 18 anos, tinha juntado o suficiente para adquirir meu primeiro carro. Recentemente, comprei um apartamento. Nada substitui o prazer de ter um teto. Sou econômica até hoje.

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Agora, na sexta novela da Globo, acredita que chegou lá?

Conquistei bons trabalhos, mas não um posto vitalício na Rede Globo. Ali, ninguém é insubstituível. Por outro lado, conheço o meu potencial e tudo o que tenho a oferecer à emissora. E estou segura do meu crescimento como atriz. Por outro lado, a instabilidade da profissão tem um lado positivo, que é a não acomodação. Quero ter o direito de me reinventar, experimentar coisas novas, na televisão, no teatro ou no cinema.

A instabilidade da profissão tem um lado positivo. Quero ter o direito de me reinventar, de experimentar 

Você era muito tímida?

Um verdadeiro bicho do mato! Nunca fui do tipo que se aproxima de alguém e sai puxando conversa. A diferença é que a timidez abriu espaço para a segurança. De certa maneira, procurei usar a introspecção a meu favor. Por ser mais retraída, acumulei observações, reflexões e aprendizados que hoje uso no meu trabalho. Ao me fazer ouvir mais do que falar, a timidez se revelou uma aliada.

Você tem atrizes favoritas, que a inspiram?

Cate Blanchet e Kate Winslet são duas delas. Mas, se pudesse, gostaria de ter feito o papel de Charlize Theron no filme Monster (2003). No longa, ela interpreta uma prostituta e assassina. É uma personagem densa. Como ela, espero interpretar alguém muito diferente de mim algum dia.

Ser bonita ajudou ou atrapalhou?

Quando você chega, precisa dar um tempo para as pessoas perceberem que tem algo a oferecer além da aparência. Sempre deixei claro que estava ali para aprender. Não posso dizer que todo mundo me recebeu de braços abertos, mas tive a sorte de ter sido acolhida por diretores generosos, que me deram a chance de demonstrar empenho.

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É verdade que já se sentiu um patinho feio?

Sempre fui alta (ela tem 1,78 metro) e, no colégio, parecia um ET. Meu cabelo cacheado também era uma questão: volumoso, armado… Vivia com ele preso. Usava aparelho nos dentes e óculos. Mais velha passei por uma correção cirúrgica de miopia e me livrei deles. Eu era outra pessoa!

E hoje como é a sua relação com o espelho?

Sei que não sou perfeita nem tenho a intenção. Sou contra quem passa esse tipo de exemplo, vive para exibir um padrão de beleza. É normal ter celulite, engordar um pouco, depois emagrecer. Meu marido, aliás, é louco pelos meus defeitos e não dá a mínima para minha celulite.

Como foi o fim do primeiro casamento?

Toda separação exige um momento de adaptação e redescoberta de si mesma. Durante um casamento ou um namoro mais sério, você assimila as características da outra pessoa, começa a gostar do que o outro gosta, usa até as mesmas palavras. Quando a relação acaba, precisa se desprender não só do outro como também de uma parte que era sua e ficou vaga. Dá um vazio não apenas pela ausência do outro, mas de si mesma. Ainda assim, é importante ter coragem para peitar suas decisões, especialmente aquelas que vão fazer você mais feliz.

Mas você emendou um casamento no outro. Como foi?

Nunca fui garota de ficar muito solta na pista. Sou caseira, gosto de estar em casa com quem amo, brincando com os cachorros. Minha única exigência é sair para dançar. José sabe disso e me acompanha. Já aprendeu que, para ficar comigo, tem de balançar o esqueleto!

Estão usando alianças de noivado. Quando sai casamento?

Já estamos vivendo juntos há seis meses e nos tratamos por marido e mulher. Mas vamos oficializar a união em uma cerimônia íntima, para as famílias.

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Você se sente movida a amor?

O amor é combustível. Não só o amor romântico mas também o amor pelo trabalho, pela família, pelo próximo.

O que a atraiu no José?

Em princípio foi esse tesão absurdo que a gente sente até hoje. Temos uma química, uma coisa de pele… Além disso, o José é uma pessoa de coração gigante, totalmente do bem. Sem falar que é lindo e atencioso.

Você faz planos de ser mãe?

Não tenho pressa nem vontade de aumentar a família pelos próximos quatro ou cinco anos. Sei que ainda não estou preparada para o papel de mãe por ser muito egoísta com relação ao meu tempo, ao do José, ao meu trabalho e à minha casa. A maternidade exige desprendimento. É uma mudança de foco do eu para o outro. Mas eu chego lá. 

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