Claudia Abreu se preparanda para dar vida a Pamela Parker
Foto: TV Globo/Divulgação
Para gravar suas primeiras cenas no papel da atriz norteamericana Pamela Parker-Marra, da novela G3R4ÇÃO BR4S1L, substituta de Além do Horizonte a partir de 5 de maio, Cláudia Abreu passou 20 dias nos Estados Unidos recentemente. Era a primeira vez que ela se afastava tanto tempo de casa e dos filhos, Maria, 13 anos, Felipa, 7, José Joaquim, 3, e Pedro Henrique, 2. Eles ficaram com o pai, o cineasta José Henrique Fonseca, marido da atriz há 17 anos.
Cacau, como é chamada pelos amigos, teve muita saudade, mas adorou a experiência. A estrela, aliás, nunca poupa esforços por uma boa personagem. E a Pamela, da trama de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, promete… É uma perua milionária daquelas, loiríssima e trabalhada no sotaque norteamericano!
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Cláudia, como os brasileiros bem sabem, coleciona grandes papéis no cinema e na TV, onde fez o Brasil vibrar, por exemplo, com a Chayene de Cheias de Charme (2012). Ela também icorporou uma vilã inesquecível, a Laura, em Celebridade (2003), emocionou como a Heloísa da minissérie Anos Rebeldes (1992) e brilhou na pele da Clara em Barriga de Aluguel (1990) e de Juliette em Que Rei Sou Eu? (1989).
Entre um trabalho e outro, a bela, de 43 anos, se formou em Filosofia no final de 2008. Tudo por amor à profissão. “O ator usa a si mesmo como instrumento de trabalho. Por isso, busquei a faculdade para ter um embasamento melhor e aumentar meu repertório de conhecimentos”, contou. Como se vê, Cláudia não brinca em serviço quando o assunto é interpretar. Sendo assim, o público pode esperar mais uma personagem arrebatadora.
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Pamela se parece com a Chayene, não?
Elas têm pontos em comum, mas são diferentes. Pamela é muito confortável com a fama. Não tem que se colocar para o sucesso ou buscá-lo como fazia a Chayene. Ela é uma celebridade desde que nasceu.
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Isso porque é herdeira de um milionário, certo?
Ela é filha de um magnata das comunicações, foi a órfã da América, fez um tremendo sucesso como atriz do seriado A Princesa Shelda… E depois ainda se casou com uma espécie de Steve Jobs, o Jonas Marra, vivido por Murilo Benício, com quem forma um casal 20. Pamela tem um tom de quem está sempre diante das câmeras. Parece que ela vive o tempo todo em um reality show (risos).
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Claudia Abreu viverá Pamela Parker Marra em Geração Brasil
Foto: TV Globo/Divulgação
E como são as relações dela com o Brasil?
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A mãe da Pamela era brasileira, por isso ela fala bem o português, com pouco sotaque. O marido também é brasileiro. Ela tem intimidade com o Brasil, com a nossa língua. É hilária, porque se sente muito brasileira, mas no fundo é uma gringa.
Atuar falando com sotaque o tempo todo é complicado?
Um pouco… Eu não queria que fosse carregado, preferi um sotaque mais sutil. Escolhi não fazer os erres, que são muito característicos do sotaque norteamericano. Preferi fazer aquela coisa do til, que eles não falam. Mas a Pamela não poderia não ter sotaque, porque a graça dela é ser uma gringa no Brasil.
Como você encara a fama atualmente?
A gente vai aprendendo a lidar com ela. Depende muito do momento em que você está, de quem e como te abordam. Não gostaria de me rotular, dizer que lido assim ou assado. Eu lido com cada situação de um jeito. Se a pessoa é educada, gentil, se sou respeitada, lido bem. Se for desrespeitada, lido de outra forma. Mas sou na minha. Faço questão de divulgar meu trabalho, mas não minha vida. Acho que já é um código meu estabelecido com os jornalistas.
Você é discreta, mas tem feito mulheres peruas e bastante espalhafatosas, não?
Só têm surgido personagens peruas em minha vida. Agora, é uma atrás da outra (risos). Isso é ótimo! Vou colocar para fora a perua que existe dentro de mim!
Então, você tem uma perua enrustida aí dentro?
(Gargalhadas) Perua não, mas acho que há uma loucura que é bom botar no trabalho. Na vida, você administra onde pode enlouquecer, onde não pode. No trabalho de ator, você consegue extravasar vários lados seus que nem sempre pode expressar na vida normal.
Como lida com a tecnologia, tema central da novela?
O Murilo Benício falou que é daquelas pessoas que precisa de manual para lidar com tecnologia. Também sou dessa geração, que precisa de manual. Já minha filha de 13 anos não precisa de nenhum. Ela, inclusive, faz tudo para mim. Não tenho apego à tecnologia. Gosto muito da vida rudimentar, do livro, do filme na tela do cinema, de coisas simples.
Está em alguma rede social?
Não, primeiro por falta de tempo, e segundo porque não tenho interesse em ficar esmiuçando cada coisa da tecnologia. Adoro quando ela me serve, mas não sou viciada.
Como administra a tecnologia na vida de seus filhos?
A de 13 precisa de mais orientação realmente. Já até pensei em marcar hora para falar com ela, porque é o tempo inteiro no celular. Acho perigoso, você não sabe com quem ela está conversando… Mas também porque não sabemos o impacto que esses raios emitidos pelo aparelho podem ter na saúde. Eu me preocupo com tudo. Antigamente você tinha o controle de quem ligava para sua casa, mas agora não. Você também não tem controle do que seu filho está acessando. Mas não dá para engaiolar a criança e a deixar fora de sua época.
E como foram as gravações na Califórnia?
Muito boas. Teve o lado ruim de ficar longe da família. Até não gostei, pois teve gente na imprensa dizendo que não dei corda para o sofrimento.
Que cobrança horrível!
Não é!? Claro que a saudade estava lá o tempo todo. Obviamente senti muita falta dos meus filhos. Meu plano inicial era levá-los, mas desisti. O voo era muito longo, com uma escala difícil, fuso de cinco horas. Aqui eles estão todos na escola, com a rotina, com o pai, achei que seria muito melhor para eles não irem comigo. Até porque estaria trabalhando e sem poder lhes dar atenção integral.
Claudia com a família
Foto: TV Globo/Divulgação
Acha bom voltar a atuar numa trama de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, os mesmos autores de Cheias de Charme?
Ah, quando você faz um trabalho feliz, você quer repetir a parceria. Foi uma sorte e uma alegria eles terem me chamado de novo. Aceitaria sem ler o perfil do papel, pois confio nos autores e na direção (de Denise Saraceni). Eles são muito interessantes, modernos e antenados com tudo. Falam tudo com muito humor, o que é bom para o ator. Não gostaria de estar em nenhum outro lugar que não esse onde estou nesse momento.
E como tem sido repetir a parceria com Isabelle Drummond e Taís Araújo?
Esse reencontro foi maravilhoso! Por exemplo, quase não contracenei com Isabelle em Cheias de Charme e sou fã dela desde que fazia a Emília (do Sítio do Picapau Amarelo, de 2001 a 2006). Taís Araújo é minha amiga, adoro. Renata Sorrah já trabalhou diversas vezes comigo e, inclusive, é a madrinha de um dos meus filhos. Adoro o Luís Miranda, o Lázaro Ramos, o Murilo, com quem só tinha feito o filme O Homem do Ano (2003). É muito legal você poder ter tanta gente talentosa e engraçada em volta. Tenho que retocar a maquiagem várias vezes porque estou tendo problemas de acesso de riso com eles.
Essa cor de cabelo ficou muito bem em você… Gostou?
Sim, queria mesmo um visual da norteamericana clássica, tipo namoradinha da América.
Quanto tempo ficou nos EUA e como se estruturou?
Foram 20 dias. Nunca tinha ficado sozinha, sem os filhos. Poucas vezes viajei, e quando o fiz foi uma escapada rápida de cinco dias com o marido. Mas fechar o quarto de hotel e estar sozinha completamente… Havia muito tempo que não sabia o que era isso.
E como encarou a experiência?
Achei ótima. Tem um momento em que você precisa de sua individualidade também. Até para trabalhar, estudar, ter paz, se organizar. Olhar sua vida de fora é muito interessante, para voltar melhor, com outras reflexões. E foi muito engraçado, porque lá teve todo um lado adolescente, de a gente ficar de turma, de todo mundo sair para jantar junto. Rolou um clima totalmente diferente das gravações no Brasil.
Usou a tecnologia para se comunicar com as crianças?
Ah, direto. Controlei tudo, a vida de cada um (risos). Nessas horas, contar com a tecnologia é muito bom!