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Caco Ciocler: o bonitão cheio de defeitos

Aos 41 anos, em cartaz no teatro e se preparando para a próxima novela das 9, o ator Caco Ciocler é a prova de que sedução e perfeição não caminham juntas

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 27 out 2016, 23h25 - Publicado em 21 Maio 2012, 22h00

Caco Ciocler: próximo astro da novela das 21h da Globo
Foto: TV Globo/Divulgação

Caco Ciocler, um dos atores mais talentosos de sua geração, não se acha exatamente um gato. Se fosse mulher, talvez sugerisse uma meia-luz na hora do amor. “Sou branquinho, não tenho um físico atlético, meu nariz é torto. Se um diretor precisasse de um ator para tirar a camisa na novela, não me escolheria. Eu não convenceria como o gostosão da praia.”

Ok, o !gostosão da praia” talvez seja um tipo pouco convincente na pele branquinha de Caco. Mas o papel do “gostosão da livraria” ou do “gostosão do 71” certamente lhe cai bem. Caco é um homem delicado, que fala baixo, evita gírias e conclui todas as frases que começa. Quando acha graça de algo – e ele frequentemente acha graça de algo -, abre um sorriso tímido ao mesmo tempo que fecha os olhos. “Eu sou um cara que tem defeitos. Não tenho grandes atrativos”, diz ele. É pouco provável que as pessoas que alongam as filas de espera para vê-lo nos teatros de São Paulo concordem com essa avaliação.

Desde janeiro, o ator está em cartaz com o monólogo A Construção, baseado no texto do escritor checo Franz Kafka, e estreia outro espetáculo no dia 18, Amante, da obra da francesa Marguerite Duras. Tudo muito cabeça, certo? Certíssimo. Caco Ciocler não quer saber de peças comerciais, espetáculos divertidos em que as pessoas beliscam a coxa do parceiro porque acham que a piada foi para ele. “Sou muito cobrado por fazer escolhas pesadas e alternativas. Já tenho um trabalho para o grande público na televisão. No teatro, faço só o que me interessa. E acho uma pena quem usa o teatro para fins comerciais, porque não é para isso”, critica. E, na sequência, corrige-se: “Mas, pensando bem, cada um faz o que quer”. E então sorri, com os olhinhos fechados.

Em breve, Caco Ciocler poderá ser visto pelo grande público. Ele está escalado para a próxima novela das 9 da Rede Globo, escrita por Glória Perez, em que interpretará um viciado em jogos. Será a 15ª novela de uma carreira televisiva iniciada em 1995, quando estreou como Jeremias, de O Rei do Gado. Na época, vivia um momento tenso. Havia abandonado a faculdade de engenharia química para dedicar-se ao teatro – ele também estudava artes dramáticas na Universidade de São Paulo. Sua namorada à época, a atriz Lavínia Lorenzon, estava grávida. Caco, que tinha 24 anos, precisava de dinheiro para pagar as contas da casa – não morava mais com os pais, que se estressaram com sua decisão de largar a faculdade de engenharia no justo momento em que teria um filho – e não sabia se sua carreira iria prosperar. “Se não desse certo, não sei o que seria da minha vida”, conta. “Era muita tensão, porque aquilo tinha que me resolver financeiramente.” O nervosismo durou alguns anos. Até que Caco se tornasse um dos atores mais festejados da emissora, mergulhava em preocupações. No entanto, nunca ganhou o papel de galã. Por quê?

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Talvez porque ele simplesmente não estivesse a fim. Desde que estreou na Rede Globo, Caco teve medo de ficar aprisionado no papel de galã. E não é por se achar um tesouro, porque afinal de contas, como se sabe, ele é um “branquinho do nariz torto”. “Temos provas de que a beleza não é fator decisivo para se fazer um galã. Alguns galãs não são exatamente bonitos, mas sabem ser interessantes de alguma maneira. É o caso do Wagner Moura e do Selton Mello. Hoje em dia sei que fazer o galã não é pra qualquer um. Por ser um personagem que tende a ser chato, o ator deve ser muito bom para não ficar pasteurizado”, acredita.

É preciso que se esclareça que, a despeito da forma pouco elogiosa como se refere à aparência, Caco Ciocler reconhece o próprio charme. “Eu sou uma coisa interessante, escorregadia, porque não me encaixo num padrão estético”, avalia. E, embora seja casado há cinco anos com uma moça bem-apessoada, a atriz Marina Previato, ele defende que lindeza não é essencial. “Beleza física não se sustenta, dura horas, talvez dias”, diz.

De forma geral, Caco não gosta de dar autógrafos, tirar fotos com fãs ou falar ao celular com a vizinha que mal pode acreditar que um ator da Globo está ao seu lado na fila do cinema. “Se a pessoa me ama, ela não vai atrapalhar meu almoço. A fama é um preço muito alto, nunca gostei de ser famoso”, queixa-se.

Para espanto de participantes de reality shows, Caco diz que, se pudesse ser ator e abdicar da fama, o faria sem vacilar, apesar de ser bem tratado, dispensado das filas e obter desconto em lojas. “Tenho muita dó das pessoas que acreditam no sonho da fama. É uma carência, uma ilusão de que isso vai preencher o buraco que todos nós temos”, analisa.
 

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