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Bell Marques sobre saída do Chiclete com Banana: “É uma sensação de morte sem ninguém ter morrido”

Cantor conversou com a equipe da CONTIGO! e contou detalhes da separação em uma entrevista exclusiva

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 14h10 - Publicado em 17 set 2013, 21h00
Camila Borowsky (/)
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Bell não sabe explicar o que está sentindo: “Não sei se é alívio, peso, tristeza ou felicidade”
Foto: Tomás Arthuzzi

Na sexta-feira (13), o músico Bell Marques, 61 anos, recebeu a equipe da CONTIGO! em seu apartamento no bairro da Graça, em Salvador, para uma entrevista exclusiva. Ali, ao lado da mulher, Ana Marques, 51, Bell falou sobre sua decisão de deixar o Chiclete com Banana logo após o Carnaval de 2014.

“Eu estava subindo (no trio) mecanicamente para cantar”, assumiu ele, que disse ter pensado em deixar a banda há quatro anos, mas a família o convenceu a permanecer. Ele assumiu que, por falta de motivação no Chiclete, voltou seu foco para a banda dos filhos. “Tudo o que queria fazer de um lado e não conseguia, fazia com a Oito7Nove4.” Bell também desmentiu que o principal motivo de sua saída sejam as brigas com o resto do grupo, em especial com o irmão Wadinho, 65, tecladista da banda. “Nós já tivemos discussões, mas nada agressivo”, garantiu. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

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Quando decidiu deixar o Chiclete com Banana?
Há quatro anos, em conversa com meus sócios, eu disse: “Não estou satisfeito, quero sair logo depois do Carnaval”. Quando eu cheguei em casa, contei para Aninha, Rafa e Pipo. Todos tomaram um bruta susto. Aí falaram: “Meu pai, não saia, não”. Então reverti a situação e mantive minha posição no Chiclete. Neste ano, eu estava subindo mecanicamente para tocar e cantar. Então avisei minha família que iria sair. Expliquei que não estava feliz, que pensei ter me precipitado há quatro anos, mas hoje eu via que não. Deveria ter saído naquela época. Passei anos com uma turbulência danada dentro de mim.

O que provocou essa infelicidade?
Não houve nenhuma briga, mas sim, por parte de todos, essa falta de vontade de querer fazer. Era um tal de ‘vamos ensaiar daqui a pouco?’, ‘hoje não posso!’. Aí não ensaia nunca… Ou ‘vamos criar uma música?’ e a resposta era ‘tenho médico, dentista, vou à praia…’ No passado, quando tínhamos esse lado coletivo bacana, era ‘você fez uma música? Nossa, está linda!’ Perdemos isso.

Vendo o vídeo em que você fala aos fãs, não parece que sua saída foi tranquila ou pensada. Você chora e, a certa altura, o vídeo é cortado e editado. Para quem vê, parece uma decisão tomada de repente…
Levei, pelo menos, duas horas e meia para gravar aquele vídeo porque chorava o tempo todo e não conseguia falar. Escrevi aquele texto com a ajuda de minha mulher e de meus filhos. Líamos, chorávamos e trocávamos ideias.

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Quanto as brigas com seu irmão e as divergências entre suas mulheres influenciaram na ruptura?
Wadinho sempre foi um irmão que admirei muito. Nós nunca fomos uma família de brigar. Sempre fomos unidos. Nós tivemos discussões, assim como se discute com um amigo, mas nada agressivo. Nunca dirigi uma palavra agressiva a ele. Nem ele para mim. Mas, de outro lado, vivemos em cima do trio, viajamos no mesmo avião, damos risadas juntos, um protege o outro, mas não convivemos no mesmo ambiente. Nunca fomos de sair juntos. Então, caramba, se não frequentamos as casas, se nós vivemos completamente separados, as decisões nunca tiveram interferências de Aninha, de Bárbara ou de Tereza, mulher de Wilson. E isso é um ponto que acho superpositivo. Sempre tivemos um relacionamento respeitoso e educado.

Acha que o apoio – musical e financeiro – à banda de seus filhos teria influenciado sua saída?
Os garotos nasceram em cima de um trio elétrico e meus sócios sempre apoiaram a carreira deles. Wilson, que é engenheiro de som, quando lancei Oito7Nove4, quis fazer a mixagem do primeiro show dos meninos. Wadinho, sempre que via Rafa e Pipo atrás do palco, chamava-os para tocar. Já Rey me ligava para avisar que havia gente querendo contratar a banda dos meninos. Meus filhos são pessoas tão doces que jamais interfeririam em nada. Se sentissem que estavam incomodando, nunca subiriam no palco do Chiclete com Banana. Eu sou uma pessoa que sempre quer fazer coisas novas. Peguei meu foco inteiro e virei para meus filhos. Então, tudo que eu queria fazer de um lado e não conseguia, eu fazia com a Oito7Nove4. Ia para o estúdio gravar com eles.

Que vocalista substituiria Bell à altura no Chiclete?
Eu diria, com toda a pureza da alma: acho que nenhum. Não que eu seja um cara superespecial, mas porque tenho uma personalidade muito diferenciada. Eu criei um estilo. Qualquer músico tem sua personalidade, seu estilo e nenhum se parece comigo. Com certeza, o Chiclete colocará um novo personagem, com uma nova personalidade, uma boa qualidade musical, que vai criar um novo estilo musical. Se alguém acha que o Chiclete, no estilo, vai continuar, é engano. Será uma nova parte da história.

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Quais seus projetos como cantor solo?
Quero fazer meu primeiro show na quinta-feira depois do Carnaval. O estilo será o mesmo, afinal foi criado por mim. A pegada da minha guitarra é comentada em quatro cantos deste planeta porque é bem ritmada. Além disso, durante a semana, quero fazer um show mais acústico em grandes teatros. Neste projeto entram violinos, percussão e bandolim.

Há alguma chance de retomar o Chiclete com toda a sua formação?
Não tem nenhuma chance. E não há arrependimentos. Foi uma decisão do coração. Ainda nem sei explicar o que é que estou sentindo agora. Não sei se é alívio, peso, tristeza ou felicidade. É uma sensação de morte sem ninguém ter morrido. É estranho.

Leia mais detalhes e confira o que os outros integrantes da banda dizem sobre a separação.

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ESTA ENTREVISTA FAZ PARTE DA EDIÇÃO 1983 DA REVISTA CONTIGO!, NAS BANCAS A PARTIR DE 18/09/2013.
 

Bell Marques sobre saída do Chiclete com Banana: “É uma sensação de morte sem ninguém ter morrido”
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Bell Marques garante que a bandana sua marca no Chiclete, permanece: “Bell sem bandana é como a Bahia sem acarajé”
Foto: Tomás Arthuzzi

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