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A volta da Legião Urbana: Wagner Moura canta com Dado e Bonfá

O ator revive os sucessos da banda que foi sucesso nos anos 80

Por Luara Calvi Anic
Atualizado em 16 jan 2020, 09h13 - Publicado em 18 out 2012, 21h00

 

Wagner , Dado e Bonfá: o melhor de hoje e de ontem, “que nem feijão com arroz”
Foto: Stefan Hess

LOLA acompanha um entusiasmado encontro entre Wagner Moura, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Entre gírias dos anos 80, jaquetas Levi’s e tietagem assumida, o ator mais pop do Brasil e os dois ícones do rock nacional se preparam para um evento histórico: o show em que Wagner vai assumir os vocais para cantar os clássicos da Legião Urbana (clique aqui para ver mais fotos deste encontro)

 
Wagner Moura aparece de camisa xadrez, jeitão meio grunge, com uma camiseta por baixo exibindo ídolos do rock dos anos 60, com a palavra Legends em letras grandes. “Botei para homenagear estes caras!”, diz, apontando para os músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.
 
É um encontro de bambas do universo pop. Com 18 filmes, 12 novelas e peças fundamentais no currículo, Wagner é o ator com maior capacidade, hoje, de mesmerizar o público em absolutamente tudo o que faz. A Legião Urbana é a banda que estourou nos anos 80 e conseguiu o prodígio de, décadas depois, ser não apenas um clássico do rock nacional mas ainda atrair imensas e fiéis massas de jovens. Wagner se prepara para desempenhar um papel de honra: subir no palco em um grande show com os remanescentes da Legião e cantar músicas eternizadas pelo quase messiânico Renato Russo, num evento promovido pela MTV.
 
Também vocalista de uma banda de rock, a Sua Mãe, Wagner não esconde o entusiasmo de se reunir com as duas lendas do rock dos anos 80, em um show programado para o dia 29 em São Paulo. “Achei incrível o convite! Pensa bem, você está em sua casa, alguém te liga e diz: ‘Quer fazer um show com a banda favorita da sua vida?’. O que tu vai responder? Topei na hora!”, conta o ator, de 35 anos. “Já tinha visto uma entrevista em que o Wagner contava sobre como o rock’n’roll foi legal na formação dele. De repente, descobrimos que o cara é brother, tem uma afinidade artística com a gente”, diz Marcelo Bonfá. “Uma frase que o Renato [Russo] sempre falava é: ‘A Legião Urbana são vocês!’. O Wagner é um representante dos fãs, é como se estivéssemos tocando no meio do público.”
 
Quando o convite foi feito, em março, Wagner estava na Alemanha filmando Praia do Futuro, o novo longa do diretor cearense Karim Aïnouz. Tinha de ser jogo rápido, e o trio fez logo uma reunião via Skype. O primeiro encontro em pessoa aconteceu uma semana depois em um jantar. Logo em seguida, foi a vez da reunião para a foto oficial, histórica, do trio. Marcado para o meio-dia em um estúdio no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, o animado compromisso de trabalho dos roqueiros de ontem e hoje foi acompanhado por LOLA.

A volta da Legião Urbana: Wagner Moura canta com Dado e Bonfá

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Rostinhos mais jovens, mas a mesma atitude: Dado e Marcelo com os antigos integrantes da Legião, Renato Russo e Renato Rocha
Foto: Claudia Dantas

Bonfá, de 47 anos, é o primeiro a chegar. Barba bem feita, o baterista veste uma camisa branca de manga curta, bermuda cargo cáqui e tênis Osklen. Preparado para fazer seu próprio styling, carrega na mochila preta três opções de camiseta gola V de cores diferentes, uma calça levemente rasgada e uma jaqueta jeans GAP. “A minha Levi’s já era, esta aqui é modelo 1986”, observa, atestando a autenticidade da peça. O corte de cabelo é o mesmo daqueles anos 80 – a única diferença são os poucos fios brancos misturados aos tons castanho e loiro.

 
Diligente, conversa com o fotógrafo e gargalha com as referências de imagem coladas na parede – bandas teen com gel nos cabelos, mãos na cintura, sorriso jovem no rosto – e vai para a maquiagem. “Nada muito Michael Jackson, por favor.” O maquiador esconde olheiras e espalha base em todo o rosto. Demais.
Bonfá pede para tirar o excesso. “O cabelo é isso mesmo, quanto mais errado, melhor”, diz, ajeitando os fios repicados na frente do espelho. O baterista, que está para lançar seu quarto disco solo, conta que trabalha também no lançamento de sua própria cachaça orgânica, a Perfeição.
 
Semanalmente, ele pega o carro e vai para Visconde de Mauá, onde tem fazenda, canavial e alambique. “Não bebo. É a lei básica do traficante, você não pode ser consumidor”, filosofa. “Estou pensando em uma imagem para representar a cachaça. Aí lembrei daquele logo do CBGB [clássico bar de rock americano], que tem uma caveirinha, e pensei: ‘É isso!’.”
 
Dado chega meia hora depois. Camisa polo cinza escuro, calça skinny e tênis All Star que um dia já foi branco. Queimado de sol, está na cara que o guitarrista de 46 anos tem praticado esportes. Durante as fotos, ele é o mais quieto, fala pouco e em tom baixo. “Conhecia o Wagner pelo trabalho como ator, via as notícias sobre a sua banda e soube que ele também se amarra em Radiohead”, diz Dado. Quieto, mas não menos entusiasmado. “No dia em que falamos pelo Skype, percebemos o quanto o Wagner estava animado com o projeto, ‘afinzão’ de cantar. Isso foi tudo para levarmos esse lance adiante”, diz.
 
Na sua vez com o maquiador, Dado pede para que ele tire apenas o brilho de seu rosto. Wagner chega logo depois com seu visual rock’n’roll, dá um abraço carinhoso nos dois novos parceiros e, rápido, passa por toda a preparação. No estúdio de fundo branco, o fotógrafo pede ao três que fiquem conversando à vontade. Eles cumprem a missão com facilidade.
 
“O Jean Willys era meu colega de faculdade”, diz Wagner. [Clic] “Não fico bem de perfil, cara. Não dá mole porque eles pegam justamente a pose que a gente não
gosta”, alerta Bonfá. [Clic] “A última trilha que eu fiz foi para o filme Malu de Bicicleta”, lembra Dado. [Clic] “Você gosta mesmo é de mato, né, cara?”, pergunta Wagner. “Esta camiseta de gola em V não está me favorecendo”, constata Bonfá sobre sua própria produção. [Clic, clic]
 
Time entrosado
O entrosamento recorde facilita a missão dos dias que viriam – com os ensaios começando para valer. O tempo é escasso, mas não faltará empenho. “A gente vai ensaiar muito. Como ator, gosto de ensaiar filme, teatro, para mim é muito importante. É uma parte boa da história estar junto ensaiando, tomando um negócio, fazendo um som, descobrindo juntos o jeito certo de apresentar aquelas canções”, diz Wagner. O ator, além do mais, não começa exatamente do zero no que se refere a Renato Russo e à Legião Urbana. No papel do trambiqueiro Marcelo, ele assumiu o microfone numa cena do filme VIPs (2010), de Toniko Melo, para tocar Será. No ano seguinte, cantou Tempo Perdido, ao lado de Alinne Moraes, em O Homem do Futuro, de Cláudio Torres.
 
Dado e Marcelo, por seu turno, não perderam o jeito. Depois da morte de Renato Russo, em 1996, declararam que não tinham planos de retomar a Legião, mas começaram a caminhar timidamente para um revival no ano passado. Em um show da banda cearense Cidadão Instigado, no Rio, Dado subiu no palco para tocar Tempo Perdido com Catatau, o vocalista (Wagner, aliás, estava presente). Em setembro último, Dado e Bonfá fizeram o público do Rock in Rio 2011 cantar em
coro sucessos da Legião, num show-tributo que contou com a participação de músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Pitty, Dinho Ouro Preto, Toni Platão, Rogério Flausino e Herbert Vianna deram voz aos clássicos da banda.
 
“A Legião é uma coisa muito importante, espero que todos vejam esse show como uma grande homenagem, um grande tributo. O que eu quero mesmo é viver esse momento, poder dizer para os meus filhos: ‘Um dia isso aconteceu’”, diz Wagner, com toda pitada de tietagem que a geração do rock disfarça, mas não larga. Uma hora depois de a sessão de fotos ter começado, o fotógrafo libera a equipe e Bonfá lembra-se de algo indispensável. “Pô, não fiz nenhuma foto com meu casaco jeans! Corta todo mundo! É rock’n’roll, brother!”
 
Ele veste a tal jaqueta GAP, legítimo modelo 1986, e posa para mais uma foto.
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