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O emocionante desabafo de Diego Hypolito sobre o medo de assumir-se gay

"Eu preciso falar sobre essas coisas para que elas nunca mais se repitam", diz o ginasta em um depoimento corajoso.

Por Júlia Warken
Atualizado em 15 jan 2020, 18h29 - Publicado em 8 Maio 2019, 17h26
Silver medalist Diego Hypolito of Brazil celebrates during the medal ceremony of the Men's Floor Exercise Final during the Artistic Gymnastics events of the Rio 2016 Olympic Games at the Rio Olympic Arena in Rio de Janeiro, Brazil, 14 August 2016. Photo: Lukas Schulze/dpa | usage worldwide (Photo by Lukas Schulze/picture alliance via Getty Images) (Lukas Schulze/picture alliance/Getty Images)
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Numa atitude corajosa, o ginasta Diego Hypolito resolveu falar abertamente sobre sua homossexualidade e sobre o medo que tinha de assumir-se gay publicamente. O texto em primeira pessoa foi publicado pelo UOL Esporte nessa quarta-feira (8).

“Fui criado na igreja, tenho uma tatuagem de Jesus crucificado no braço, até hoje frequento cultos da Bola de Neve todas as quintas-feiras. Eu tinha vergonha porque na minha cabeça ser gay era ser um demônio, um ser amaldiçoado que vive em pecado”, diz Diego, que foi vítima de homofobia já na infância. Quando eu tinha uns dez anos, um treinador foi dizer para a minha mãe que ela devia mudar minha educação para que eu não virasse gay. Ela veio falar comigo, preocupada. Eu era muito inocente, nem sabia o que era isso. Mas isso me marcou”. 

O atleta revela que, ao descobrir-se gay, a maior preocupação era a de decepcionar a família, que havia largado tudo em São Paulo para morar no Rio de Janeiro, a fim de que Diego e a irmã Daniele pudessem ir em busca do sonho olímpico. “A gente passava por tanta dificuldade em casa… nem sempre tinha o que comer, chegamos a ficar meses sem energia elétrica. Como é que eu ia levar mais um problema para eles?”. 

O amor ao esporte também pesou para que Diego escondesse sua homossexualidade. “Eu tinha certeza que se um dia eu saísse do armário publicamente, perderia patrocínios e minha carreira seria prejudicada”. 

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Na ginástica, Diego conta que chegou a ser humilhado pelos colegas por conta da orientação sexual. “Já me deixaram pelado, junto com outros dois atletas, para escrever no nosso peito a frase ‘Eu’, ‘sou’, ‘gay’. Uma palavra em cada um para nos humilhar”. 

Ao final, o atleta explica por que decidiu abrir sua vida pessoal dessa maneira. “Eu preciso falar sobre essas coisas para que elas nunca mais se repitam. Ninguém precisa passar pelo que eu passei para ser campeão. Não existe vitória a qualquer custo” e termina seu depoimento dizendo: “Nunca mais vou deixar de viver o que eu sou. Eu sou gay”.

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