Perdi 30 kg depois de uma traição

Sabe aquela amiga que você tem desde os 10 anos de idade e que é sua confidente inseparável? Eu tinha uma. Até vê-la, aos meus 19 anos, beijando o meu namorado. Minha melhor amiga e o homem que eu amava havia dois anos estavam me traindo. Me senti um lixo humano. Olhei pro espelho e enxerguei meus 94 kg em 1,78 de altura. Eu só usava saião jeans e blusa de malha, não me maquiava nem cuidava do cabelo. Não foi só a traição que me magoou. Por causa dela, eu percebi que não gostava de mim mesma. Como alguém poderia gostar, então?

Não contei nem pra minha mãe o que tinha acontecido. Aproveitei que uma amiga ia fazer intercâmbio em Portugal e fui com ela construir uma nova vida em outro país. Larguei a faculdade de pedagogia e me instalei na cidade do Porto. Trabalhei em uma lanchonete, aprendi a ganhar dinheiro e a me virar sozinha. Os três anos que passei fora me ensinaram a não depender de ninguém. Resgatei minha auto-estima ao perceber que eu era capaz de guiar a minha vida.

Investi no guarda-roupa para ficar bonita

Foram as portuguesas e as espanholas que me inspiraram a mudar o visual. Elas andavam chiquérrimas, com salto, vestido, cabelo bem tratado… Eu continuava gordinha, mas passei a comprar roupas que valorizavam meus pontos fortes, como a altura. Aposentei o saião jeans, investi em bolsas e sapatos de qualidade e roupas em tons mais alegres. Passei também a usar lápis, rímel e batom.

Tive medo de voltar para o Brasil quando soube que mamãe estava com depressão. Eu tinha 21 anos e o fantasma da traição ainda era um trauma. Mas a minha mãe era mais importante. No aeroporto a família elogiou o meu novo jeito de vestir, mas todo mundo falou que eu continuava gordinha. Resolvi ir a um nutricionista e começar uma dieta.