Perdi 28 kg com as cápsulas de ervas
Trabalho seis horas por dia e tiro R$ 2 mil por mês. Sou a Penélope da vida real!

Às vezes, alguns colegas me perguntam se fiz
cirurgia de redução de estômago.
Digo, com orgulho, que não.
Fotos: Luis Prado
Entrei em desespero quando terminou aquele Globo Repórter, em julho do ano passado. O tema da reportagem era o preconceito contra obesos. Durante o programa, mostraram os constrangimentos que um cara de 180 kg passava no seu dia a dia. Táxis não paravam quando ele estendia a mão na rua. Na praça de alimentação do shopping, o corpo não passava entre as mesas. Dentro do ônibus, evitavam sentar ao lado dele. Horrível!
Acabei por me reconhecer naquele homem. Suspeitava que as pessoas me olhavam de maneira atravessada quando eu entrava numa condução. Desliguei a TV e fui para o quarto. Tentei pregar os olhos e dormir, mas as lágrimas não deixavam. Eu estava com 103 kg. Se não fizesse nada, chegaria ao estado daquele entrevistado. E sofreria como ele!
Meu casamento estava um tédio
Sempre fui a gordinha da família. Minha situação piorou quando conheci o meu ex-marido. Em dez anos de relação, engordei 49 kg. Ele não reclamava do peso, mas meu corpo sentia as conse quências. Eu demorava mais de 20 minutos para pegar um ônibus a dois quarteirões de casa. Como é uma subida, eu parava a cada cinco minutos para tomar fôlego. Pior: sempre ia sozinha, porque eu e meu marido nem tínhamos mais assunto.
Nosso casamento tinha caído na monotonia. Passávamos o tempo vendo DVDs e pensando no que iríamos comer na próxima refeição. E eu engordando.
Eu tomava quatro cápsulas por dia
No dia seguinte ao programa de TV, procurei ajuda na internet. Eles tinham falado algo sobre o poder emagrecedor das ervas, mas não sabia quais eram ideais para mim. Decidi procurar um médico fitoterapeuta. Ele me receitou várias ervas e, para facilitar minha vida, me sugeriu manipular cápsulas. No início, tomava duas vezes ao dia uma cápsula de chá vermelho e outra de chá verde, hibisco, porangaba, carqueja e centelha-asiática. Era muito prático!
O tratamento previa uma reeducação alimentar. Larguei as massas e os lanches gordurosos do meio da tarde. Defini horários e cardápios fixos. Por orientação do terapeuta, tomava 1 litro de chá de cavalinha e 2 de água todos os dias.
Meu ”projeto transformação” teve outros passos importantes. O primeiro deles foi pedir a separação do meu marido. Depois, passei a caminhar nas redondezas do bairro. Por falta de condicionamento, comecei leve: três vezes por semana, meia hora de caminhada. Na época, era um martírio para mim. Hoje caminho 50 minutos por dia e tenho mais fôlego para tudo.
Digo com orgulho que não fiz cirurgia!
Há quatro meses entrei na academia para transformar o peso perdido em massa muscular. Eliminei 28 quilos em oito meses! Às vezes, alguns colegas me perguntam se fiz cirurgia de redução de estômago. Digo, com orgulho, que não. É tudo resultado do meu esforço. Ah, hoje me permito alguns chopes e petiscos no fim de semana. É que meu novo namorado, o Luiz Carlos, sugere, e eu não resisto. Ainda mantenho o tratamento das cápsulas, afinal, não quero aquela vida de gorda de volta.